ESPACIALIZAÇÃO DE OCORRÊNCIAS DE FOGO NO BRASIL DENTRO DO CONTEXTO DOS EVENTOS DETECTADOS PELO PAINEL DO FOGO

Autores

  • Jack Endrick Pastrana Mojica Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia(CENSIPAM) https://orcid.org/0000-0001-6424-589X
  • Henrique Bernini Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia(CENSIPAM) https://orcid.org/0000-0002-1549-1311
  • Daniela Guimarães de Faria Ministério da Fazenda. https://orcid.org/0000-0002-5472-8799
  • Eduardo Hauck Antunes Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia(CENSIPAM)
  • Leonardo Siqueira Corpo de Bombeiros Militares do Rio Grande do Sul
  • Camila Souza Silva Instituto Chico Mendes De Conservacao Da Biodiversidade(ICMBIO) https://orcid.org/0000-0002-6271-2973
  • Sarah Correia Fontoura Instituto Chico Mendes De Conservacao Da Biodiversidade(ICMBIO)
  • Fernando Rodovalho Instituto de Pesquisas Ecológicas –IPÊ

DOI:

https://doi.org/10.5380/raega.v60i0.94052

Palavras-chave:

Painel do Fogo, Ocorrências de fogo, Brigadas de combate, Unidades de Conservação Federais, Terras Indígenas

Resumo

A fidedignidade das informações do fogo no Brasil, é fundamental para o acionamento mais eficiente das equipes de combate à incêndios. No Brasil, informações a partir de sensoriamento remoto têm sido fundamentais para orientar as ocorrências de fogo em áreas rurais. Durante um acionamento de combate e observação de um incêndio ou queimada, a coleta de dados em campo se torna então basilar para complementar as informações de observação da terra. Esta pesquisa analisou a relação entre os dados coletados pelas instituições envolvidas no combate ao fogo, e os eventos de fogo fornecidos pela plataforma Painel do Fogo com o objetivo de realizar uma primeira aproximação metodológica destas duas formas de coleta de dados. Em um segundo momento se analisou as características das ocorrências que foram cruzadas usando as propriedades dos dados de sensoriamento remoto. Para isso foi necessário construir um modelo para o cruzamento de dados em PostGis e extrair dados dos relatórios de queimas fornecidos pelo ICMBio, PREVFOGO e os Corpos de Bombeiros Militares (CBM). O resultado evidenciou uma baixa correspondência espacial entre os dados de campo e os eventos de fogo.   Como consequência, pouco têm se aproveitado das possibilidades de analises ofertado pelos dados de sensoriamento remoto, a exemplo de parâmetros espaciais que revelam diferentes padrões de ocorrência em virtude do tipo de fogo.

Biografia do Autor

Jack Endrick Pastrana Mojica, Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia(CENSIPAM)

Possui graduação em Geografía - Universidad de Narino (2015).Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal do Ceará - UFC. Atua principalmente no manejo de Sensores Remotos e Tecnologias Geoespaciais, e gerencia Sistemas de Informação Geográfica (SIG) com foco na análise espacial multivariada e produção cartográfica, com ênfase em questões de planejamento do uso do solo, geografia física e problemas ambientais e no desenvolvimento de planos de organização territorial a nível local, regional, nacional e internacional. ● Destaque em técnicas de PDI para a manipulação de dados robustos provenientes de Sensores Remotos. ● Aplico técnicas de Inferência Estatística e Multivariada para a análise de variareis ambientais quantitativas.

Henrique Bernini, Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia(CENSIPAM)

Possui graduação e mestrado em Geografia pela Universidade Federal de Rondônia - UNIR e doutor em  Geociências Aplicadas pela Universidade de Brasilia, com a linha de pesquisa em Meio Físico e Desenvolvimento Sustentável. Na Faculdade de Rondônia - FARO foi professor da disciplina de Hidrologia para o curso de Engenharia Civil e na Engenharia Florestal lecionou as disciplinas de Cartografia, Sensoriamento Remoto e Geoprocessamento. Atualmente é membro pesquisador da Coordenação de Pesquisa e Extensão desta mesma Instituição de Ensino Superior e cursa doutorado na modalidade cotutela em Geociências Aplicadas no Instituto de Geociências da Universidade de Brasilia - UnB e Sciences de l'Univers, de l'Environnement et de l'Espace na Université Paul Sebatier 3 - Toulouse. Como pesquisador além das atividades pela FARO, atuou como pesquisador DTI no Grupo de Pesquisas em Hidrologia de rios Amazônicos desenvolvendo pesquisas em monitoramento hidrológico de grandes rios e drenagem urbana utilizando geoprocessamento no Centro Regional do Sistema de Proteção da Amazônia - SIPAM em Porto Velho-RO. Atualmente coordena a Comissão de Engenharia de Sedimentos da Associação Brasileira de Recursos Hídricos - ABRH e desenvolve suas atividades no Laboratório de Sensoriamento Remoto e Analise Espacial (LSRAE/IG/UnB) e no Geoscience Environement Toulouse (GET/UPS-3). Possui experiência na área de Geoprocessamento e Hidrologia, atuando principalmente nos seguintes temas: Monitoramento Hidrológico, Hidrossedimentologia, Sensoriamento Remoto e Sistema Informação Geográfica - SIG.

Daniela Guimarães de Faria, Ministério da Fazenda.

Engenheira Química, doutora em Engenharia Ambiental e mestre em Engenharia Química. Servidora pública federal, atuou na Divisão de Inovação Tecnológica do INMETRO e atualmente trabalha na coordenação de queimadas do Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam). Sua experiência profissional anterior foi como consultora ambiental na ERM Brasil (Energia e Mudanças Climáticas). Trabalhou em projetos corporativos de inventário de emissões de gases de efeito estufa; mudanças nos estoques de carbono associados ao uso da terra; identificação de riscos climáticos e impactos das mudanças climáticas; adaptação às mudanças climáticas; reportes corporativos de sustentabilidade; Agenda 2030; avaliação de ciclo de vida e pegada hídrica; monitoramento do desmatamento na Amazônia; monitoramento hidrológico; gestão do fogo na Amazônia com produtos de observação da terra; hidrologia espacial; gestão e negociação de projetos de P&D&I com empresas de setores como óleo & gás, energia elétrica, cosméticos e fármacos; organização de eventos; articulação institucional; gestão de acordos de cooperação técnica.

Eduardo Hauck Antunes, Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia(CENSIPAM)

Estagiário na área de análise de dados, Sensoriamento remoto, geoprocessamento e sistemas de informação geográfico (SIG)

Leonardo Siqueira, Corpo de Bombeiros Militares do Rio Grande do Sul

1º Tenente do Corpo de Bombeiros Militar, atualmente Analista da Assessoria de Operações e Defesa Civil (AODC) do Gabinete do Comando-Geral desde 2018. Ingressou no CBMRS em 1998 e atuou no 5º Batalhão de Bombeiro Militar até 2010, na Academia de Bombeiro Militar entre 2010 e 2014, no Departamento de Ensino da Secretaria da Segurança Pública entre 2014 e 2016, retornando a Academia de Bombeiro Militar até 2018. Possui graduação em Segurança no Trabalho pelo Centro Universitário Leonardo da Vinci e especialização em Gestão de Emergências e Desastres pela Faculdade Unyleya.

Camila Souza Silva, Instituto Chico Mendes De Conservacao Da Biodiversidade(ICMBIO)

Engenheira Florestal formada pela Universidade de Brasília com período sanduíche na Colorado State University pelo programa Ciências sem Fronteiras. Durante esse período percebi minha afinidade com as áreas de geoprocessamento e manejo do fogo ao me envolver em estudos realizados nas florestas nativas no norte do Colorado – EUA. Além disso, fui capaz de aperfeiçoar meu conhecimento na língua inglesa e aprimorar habilidades como gestão de tempo, oratória e tomada de notas.

Tenho cinco anos de experiência em Manejo Integrado do Fogo (MIF) em Unidades de Conservação Federal (UCs) do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Forneço assistência na administração e planejamento das ações de (MIF) em UCs e na sistematização de dados para auxiliar a tomada de decisão da coordenação.

Sarah Correia Fontoura, Instituto Chico Mendes De Conservacao Da Biodiversidade(ICMBIO)

Experiência de seis anos em prevenção e combate a incêndios florestais em Unidades de Conservação (UCs) do Instituro Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Suporte à gestão das UCs, monitoramento, planejamento e gestão dos dados relacionados ao Manejo Integrado do Fogo (MIF) a fim de subsidiar a tomada de decisão da coordenação.



Fernando Rodovalho, Instituto de Pesquisas Ecológicas –IPÊ

Geógrafo e especialista em Manejo Integrado do Fogo, Escola Superior de Conservação Ambiental e Sustentabilidade/IPÊ

Referências

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Publicado

2024-08-28

Como Citar

Pastrana Mojica, J. E., Bernini, H., Guimarães de Faria, D., Hauck Antunes, E., Siqueira, L., Souza Silva, C., … Rodovalho, F. (2024). ESPACIALIZAÇÃO DE OCORRÊNCIAS DE FOGO NO BRASIL DENTRO DO CONTEXTO DOS EVENTOS DETECTADOS PELO PAINEL DO FOGO. RAEGA - O Espaço Geográfico Em Análise, 60, 131–158. https://doi.org/10.5380/raega.v60i0.94052

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Artigos