ANÁLISE DOS MÉTODOS E TÉCNICAS NAS PESQUISAS DA GEOGRAFIA ELEITORAL CONTEMPORÂNEA, NO BRASIL
DOI:
https://doi.org/10.5380/raega.v60i0.90857Palavras-chave:
Geografia do voto, Metodologias em Geografia Eleitoral, Estado do Conhecimento.Resumo
Este artigo objetiva classificar os procedimentos metodológicos utilizados por trabalhos da Geografia Eleitoral no Brasil e sugerir caminhos possíveis a novas pesquisas do campo acadêmico. Os estudos foram classificados de acordo com 4 tipologias: (i) a representação cartográfica descritiva e estatística; (ii) métodos quantitativos espaciais; (iii) comportamento individual do eleitor e (iv) lógica social do comportamento eleitoral. Foram acrescidas as categorias: (v) estado da arte / conhecimento e (vi) outras. O artigo apresente duas etapas: levantamento/classificação e sugestão de possíveis caminhos. Para realizar o levantamento foram feitas pesquisas no catálogo de teses e dissertações da CAPES com o termo geografia eleitoral e acrescentados os filtros temporal, a partir de 2016, e áreas de conhecimento Ciência Política e Geografia em 63 sites de periódicos da área de Geografia, na plataforma Scielo e na plataforma Google Acadêmico. O levantamento resultou em 45 trabalhos acadêmicos. Evidenciou-se que a distribuição dos estudos é igualitária entre as áreas de Ciência Política e Geografia. Há predomínio de métodos quantitativos, avaliando o recorte da Ciência Política, enquanto que em Geografia há uma distribuição semelhante das tipologias. Na segunda etapa sugerimos três possíveis rumos, com o intuito de reduzir algumas lacunas diagnosticadas: o uso de teorizações que enfoquem no espaço geográfico como causalidade dos resultados eleitorais e a neurociência e os estudos sobre Guerra Híbrida. Concluímos que a diversidade de métodos é natural, em uma ciência com mais de um século de história e sugerimos uma pesquisa em anais de congressos e grupos de pesquisa, para levantamentos futuros.
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