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VULNERABILIDADE FLORESTAL À COBERTURA E USO DO SOLO EM ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL ESTUARINA DE PERNAMBUCO

Fátima Verônica Pereira Vila Nova, Maria Fernanda Abrantes Torres, Arsenio Jose Areces Mallea

Resumo


Áreas de Proteção Ambiental são Unidades de Conservação categorizadas como de uso sustentável. Pernambuco possui 13 Áreas de Proteção Ambiental estuarinas, nas quais o ecossistema a ser protegido é o manguezal, cuja vulnerabilidade florestal apresenta relação direta com as atividades humanas, o que tem acarretado a redução da cobertura vegetal e da sua capacidade de resiliência. Neste contexto, buscou-se avaliar um conjunto de variáveis socioeconômicas e de cobertura e uso do solo sobre a diminuição de áreas com cobertura florestal nativa na APA estuarina dos rios Sirinhaém e Maracaípe, Pernambuco, identificando assim, os fatores que aumentam a sua vulnerabilidade. Para isso, considerou-se doze variáveis socioeconômicas, com dados adquiridos no Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, dos anos de 1991, 2000 e 2010, e seis variáveis de cobertura e uso do solo, obtidas por meio de imagens multiespectrais dos anos de 1989, 2000 e 2010, e classificação supervisionada com o uso do satélite LANDSAT 5 TM. Aplicou-se técnicas estatísticas multivariadas que permitiram a identificação de dois perfis distintos de cobertura e uso do solo:1) perfil contendo variáveis com grau de dependência negativo com a vegetação nativa e representativo do espaço urbano; 2) perfil onde as varáveis apresentaram um grau de dependência positivo com a vegetação nativa e representativo do espaço rural. As variáveis selecionadas nesse trabalho indicam os processos que acentuam a vulnerabilidade florestal da APA estuarina de Sirinhaém e Maracaípe e são passíveis de serem utilizadas em outras APAs estuarinas e na construção de instrumentos de monitoramento.


Palavras-chave


Áreas protegidas; Conservação; Mudança Ambiental; Perda da Vegetação

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DOI: http://dx.doi.org/10.5380/raega.v53i0.69871