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APLICAÇÃO DE PROTOCOLOS DE AVALIAÇÃO RÁPIDA COMO FERRAMENTA ROBUSTA NA QUALIFICAÇÃO AMBIENTAL EM DOIS CÓRREGOS URBANOS QUE DESAGUAM NO RIO PARAGUAI

Ernandes Sobreira Oliveira Junior, Thales Ernildo de Lima, Alessandro da Silva Poquiviqui, Carolina da Costa Tavares, Claudete Silveira Damas Machado, Cleidiane dos Santos Carvalho, Luana Rodrigues de Carvalho, Pâmela Rodrigues Miranda, Celia Alves de Souza

Resumo


Os córregos urbanos são ambientes bastante utilizados para a disposição de efluentes e amplamente conhecidos pela má qualidade. A má utilização destes ambientes é principalmente decorrente da crescente urbanização desordenada e da falta de sensibilização tanto do poder público quanto do individual. Alguns protocolos de avaliação rápida são utilizados para a caracterização destes ambientes como ferramentas rápidas subjetivas a dados sensoriais do observador. Este trabalho tem como objetivo analisar dois protocolos de avaliação rápida em dois diferentes córregos urbanos da cidade de Cáceres, estado de Mato Grosso, Brasil. Os protocolos foram aplicados em quatro trechos de 100 a 200 metros previamente determinados, abrangendo da Nascente a Foz destes. Três observadores foram responsáveis pelas tomadas dos dados sensoriais, enquanto os dados físico-químico e biológicos foram tomados por outro pesquisador. Nossos resultados demonstram que há uma diferença na qualificação ambiental dependendo dos protocolos utilizados. Enquanto um traz o ambiente como alterado, o outro o traz como bom. Trechos dos córregos também apresentaram diferenças entre os protocolos. Houve positiva e significativa relação entre as pontuações dos protocolos aplicados. Os dados físico, químico e biológicos incrementaram a caracterização ambiental dos protocolos, fornecendo dados mais robustos. Assim, esta pesquisa propõe a utilização de novos parâmetros para serem incorporados juntamente com a aplicação dos protocolos para que os ambientes sejam qualificados mais claramente e assim tomadas melhores medidas de manejo ambiental.


Palavras-chave


Espaço urbano; manejo da paisagem; despejo de efluentes; protocolos de avaliação rápida

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DOI: http://dx.doi.org/10.5380/raega.v48i0.69215