Open Journal Systems

ANÁLISE DIRECIONAL DA EXPANSÃO URBANA DE CIDADES DE PORTE MÉDIO: Uma aplicação da dimensão fractal

Gracieli Trentin, Marcos César Ferreira

Resumo


A irregularidade das áreas urbanas traz a necessidade de novas formas de análise que considerem a morfologia urbana e não somente sua área ocupada. O objetivo deste trabalho foi identificar e caracterizar a forma de cidades de porte médio, utilizando a estimativa da dimensão fractal (D) pela densidade de ocupação a partir da análise setorial das formas urbanas em quatro datas de análise: 1938, 1985, 1995 e 2005. Adicionalmente, foram considerados os aspectos de topografia e as características de uso e ocupação do solo na borda urbana, os quais foram relacionados aos valores calculados de D. Para este estudo foram selecionadas as cidades de São José do Rio Preto e o aglomerado urbano de Jundiaí-Várzea Paulista, ambas no estado de São Paulo. As áreas urbanas foram identificadas por meio de mapas históricos e imagens do satélite LANDSAT TM 5. Círculos concêntricos com intervalos de 500m, posteriormente divididos em setores direcionais de 45o, foram sobrepostos às áreas urbanas, o que possibilitou a obtenção dos valores de D, considerando o afastamento em relação ao centro urbano. As assinaturas fractais mostraram o maior preenchimento urbano na área central de cada cidade e fragmentação em direção às bordas. Os valores de D para os setores direcionais apontaram a maior fragmentação urbana do aglomerado Jundiaí-Várzea Paulista, em vista de sua forma urbana alongada, da influência do sistema viário e da presença de impedâncias espaciais representadas por suas características topográficas e de sítio urbano.


Palavras-chave


análise espacial; forma urbana; uso da terra; cartografia.

Texto completo:

ARTIGO AUTORIZAÇÃO

Referências


ASTER Global Digital Elevation Model (ASTER GDEM). http://www.gdem.aster.ersdac.or.jp/: 10 de setembro de 2009.

BATTY, M; FOTHERINGHAM, A. S.; LONGLEY, P. Fractal geometry and morphology. In: DE COLA, L.; LAM, N. S. Fractals in Geography. Nova Jersey: Prentice Hall. pp. 228-246, 1993.

BATTY, M.; LONGLEY, P. Fractal cities: a geometry of form and function. London: Academic Press, 1994.BERRY, B. J. Approaches to regional analysis: a synthesis. Annals of the Association of American Geographers, v. 54, n. 1, pp. 2-11, 1964.

DE COLA, L.; LAM, N. S. Introduction to fractals in Geography. In: Lam, N. S.; De Cola, L. Fractals in Geography. Caldwell: The BlackburnPress. p. 3-22, 1993.

DEPARTAMENTO DE ESTRADAS E RODAGEM. DER. Mapas das Diretorias de Planejamento. São Paulo: 2009. Um Mapa. Escala 1:250.000.

EWING, R. H. Characteristics, Causes, and Effects of Sprawl: A Literature Review. Environmental and Urban Studies, v. 21, n. 2, pp. 1-15, 1994.

FRANKHAUSER, P. La fractalité des structures urbaines. Paris: Anthropos, 1994.FRANKHAUSER, P. The fractal approach. A new tool for the spatial analysis of urban agglomerations. Population, v. 10, n. 1, pp. 205-240, 1998.

FURTADO, C.O longo amanhecer: reflexões sobre a formação do Brasil. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1999.

GOODCHILD, M. F.; MARK, D. M. The fractal nature of geographic phenomena. Annals of the Association of American Geographers, v. 77, n. 2, pp. 265-278, 1987.

HEROLD, M.; COUCLELIS, H.; CLARKE, K. C. The role of spatial metrics in the analysis and modeling of urban land use change. Computers, Environment and Urban Systems, v. 29, pp. 369-399, 2005.

INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS. INPE. Catálogo de Imagens. Satélite LANDSAT TM 5. São José dos Campos: INPE, 1985; 1995; 2005. 6 cenas. Órbitas/ponto: 219/76; 221/74. http://www.dgi.inpe.br/CDSR/.

INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS. INPE. Catálogo de Imagens. Satélite CBERS 2B. São José dos Campos: INPE, 2008. 5 cenas. Órbitas/ponto: 158(E)/123(4); 154(A)/126(2); 154(A)/126(3); 154(B)/126(2); 154(B)/126(3). http://www.dgi.inpe.br/CDSR/.

INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS DO ESTADO DE SÃO PAULO. IPT.Mapa geomorfológico do Estado de São Paulo. São Paulo: IPT, vol. II, (Publicação IPT 1183). Escala 1:1.000.000.1981.

INSTITUTO GEOGRÁFICO E GEOLÓGICO. IGG. Mapeamento dos municípios do estado de São Paulo. São Paulo: IGG/Secretaria da Agricultura, Indústria e Comércio, Um Mapa. Escala 1:100.000.1938.

JUNDIAÍ. Prefeitura. Secretaria. Secretaria de Planejamento e Meio Ambiente. Mapa do Município de Jundiaí. Secretaria de Planejamento e Meio Ambiente: Um mapa. Escala aproximada 1:30.000. 1940.

LONGLEY, P. A; MESEV, V. Measurement of density gradients and space-filling in urban systems. Papers in Regional Science, v. 81, pp. 1-28, 2002.

MARQUES, M. L.; FERREIRA, M. C. Análise da densidade de ocupação do aglomerado urbano da região metropolitana de São Paulo pela estimativa de dimensão fractal. Geografia, v. 31, n. 2, pp. 293-316, 2006.

MARQUES, M. L.; FERREIRA, M. C. Análise direcional do crescimento urbano da região metropolitana de São Paulo entre 1905 e 2001, utilizando-se a dimensão fractal. Revista do Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, n. 23, pp. 100-118, 2008.

MATTOS, E. C. A. de.; FERREIRA, M. C. Dinâmica espaço-tempo do uso e ocupação do solo na região de entorno à área urbana de Jundiaí/SP: implicações futuras na Reserva Biológica da serra do Japi. In: Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto, 13. (SBSR), Florianópolis. Anais...São José dos Campos: INPE. pp. 2849-2856, 2007.

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. ONU. A ONU e a população mundial. http://www.onu.org.br/a-onu-em-acao/a-onu-em-acao/a-onu-e-a-populacao-mundial/: 4 de outubro de 2011.

RIBEIRO, E. L.; SILVEIRA, J. A. R. da. O fenômeno do sprawl urbano e a dinâmica de segregação socioespacial. Revista Arquitetura e Urbanismo. http://www.revistaau.com.br/arquitetura-urbanismo/185/o-fenomeno-do-sprawling-urbano-por-edson-leite-ribeiro-e-149628-1.asp: 11 de outubro de 2012.

RODRIGUES, M. R. B. A Forma Urbana em Portugal Continental: Aplicação de Índices Quantitativos na Caracterização Morfológica das Cidades. 147f. Dissertação (Mestrado em Sistemas de Informação Geográfica e Modelação Territorial Aplicados ao Ordenamento) -Universidade de Lisboa, Lisboa, 2009.

SÃO PAULO (Estado). Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados. SEADE. São Paulo no limiar do século XXI -Cenários da urbanização paulista. São Paulo: Fundação Seade, 106p. Vol. 5.1992.

SÃO PAULO (Estado). Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados. SEADE. Informações dos Municípios Paulistas. http://www.seade.gov.br/produtos/imp/index.php: 25 de maio de 2011.

SERRA, G. O espaço natural e a forma urbana. São Paulo: Nobel, 1987.

SINGER, P. Desenvolvimento econômico e evolução urbana. São Paulo: Nacional, 1977.

TANNIER, C.; PUMAIN, D. Fractals in urban geography: a theoretical outline and an empirical example. Cybergeo: European Journal of Geography [En ligne], Systèmes, Modélisation, Géostatistiques, document 307, mis en ligne le 20 avril 2005. http://www.cybergeo.eu/index3275.html.2005.

TORRENS, P. M.; ALBERTI, M. Measuring Sprawl. Working Paper Series, n. 27, 2000.

UN-HABITAT. State of world’s cities 2010/2011: bridging the urban divide. London: Earthscan, 2008.




DOI: http://dx.doi.org/10.5380/raega.v33i0.36958