O LEPROSÁRIO SÃO ROQUE E A MODERNIDADE: UMAABORDAGEM DA HANSENÍASE NA PERSPECTIVA DA RELAÇÃO ESPAÇO-TEMPO

Autores

  • Elizabeth Amorim de CASTRO

DOI:

https://doi.org/10.5380/raega.v10i0.3396

Palavras-chave:

Hanseníase, Leprosário São Roque, modernidade, Primeira República, urbanização, Leprosy, São Roque Leprosarium, modernity, First Republic, urbanization

Resumo

O presente trabalho estabelece uma conexão entre a proposta de modernização implantada pela Primeira República no Brasil e a construção, em 1926, do Leprosário São Roque, hospital de isolamento destinado a abrigar compulsoriamente todos os leprosos do Paraná. Para isso, apreende a ideologia republicana, estabelece e analisa as ações conseqüentes deste ideário, insere o Leprosário na rede de instituições de isolamento formada no período em Curitiba, caracteriza a formação dessa rede como uma etapa do processo de modernização e identifica a temática da modernidade republicana (ciência, técnica, razão, progresso, ordem, civilização) nas diferentes justificativas de construção/existência do Leprosário São Roque. Esses pontos são abordados a partir da relação Espaço-Tempo e têm como pano de fundo a evolução do tratamento da hanseníase no período.

Biografia do Autor

Elizabeth Amorim de CASTRO

Arquiteta e Urbanista (UFPR, 1986) Especialista em Análise Ambiental (UFPR, 2003) Mestre em Geografia (UFPR, 2005) Autora do Livro "A Arquitetura do Isolamento em Curitiba na República Velha" (2004)

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Como Citar

de CASTRO, E. A. (2005). O LEPROSÁRIO SÃO ROQUE E A MODERNIDADE: UMAABORDAGEM DA HANSENÍASE NA PERSPECTIVA DA RELAÇÃO ESPAÇO-TEMPO. RAEGA - O Espaço Geográfico Em Análise, 10. https://doi.org/10.5380/raega.v10i0.3396

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