O ESPAÇO TERRITORIAL COMO REFERÊNCIA PARA A CONSTRUÇÃO DA CIDADANIA: UMA REFLEXÃO GEOGRÁFICA INTRODUTÓRIA SOBRE O PROBLEMA DAS DEMARCAÇÕES DE TERRAS DE POPULAÇÕES “REMANESCENTES”
DOI:
https://doi.org/10.5380/raega.v16i0.12681Palavras-chave:
Territorialidade, Quilombola, Hibridização, Remanescentes, CidadaniaResumo
Territorialmente, a história brasileira é carregada de conflitos e antagonismos. A modernização rumo às cidades e a ampliação do mercado interno de consumo, alicerces da nova ordem nacional, conflita, não poucas vezes, com interesses de coletividades locais. O projeto deliberado do Estado de alcançar novos níveis produtivos, com a ampliação da produção e da fluidez dentro do território, não foi acompanhado de uma política semelhante de reconhecimento efetivo dos diferentes “povos” que compunham a população nacional. Mais recentemente, vem a tona a discussão sobre os “remanescentes”, novas criações sociais de onde emergem novos sujeitos políticos. O reconhecimento desses sujeitos apresenta uma realidade múltipla em que diferem bastante entre si. No que se refere à territorialidade quilombola, são nítidas as diferenciações de forte cunho sócio-territorial presente tanto no que diz respeito às origens e posse da terra, quanto às manifestações do presente (culturais, religiosas, de localização no território nacional, do tipo de habitação e tamanho da coletividade, uso dos recursos, estágio na luta e reconhecimento, etc.). Diante desta desestruturação, o rearranjo das atividades produtivas e culturais, produz novas relações que podem ser consideradas híbridas. Esta hibridização, no entanto, obedece a uma lógica, ao que parece, distante da inclusão.
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