ONTOLOGIA E VIDA: SOBRE O TRABALHO EM HEGEL, MARX E LUKÁCS
Resumo
Todo trabalho humano é um dispêndio de força de trabalho durante uma dada duração, que é capaz de gerar mais valor do que consome para se reproduzir. É da natureza do trabalho, enquanto dispêndio de força de trabalho, que produza mais do que o necessário para reproduzir, pelo metabolismo interno do corpo, a capacidade para despender a mesma força. E esse fato constitui a produtividade do trabalho humano. A racional exploração dessa produtividade inerente a atividade do trabalho é o que configura a mais-valia. É quanto o trabalho não se volta a uma atividade de mediação com a natureza, mas para a produção de mercadorias: a força de trabalho humana e social é usada para a produção de valores de troca. Enquanto forma particular, a mercadoria é uma anomalia social, e aqueles que ela influência, tem suas vidas condicionadas também por outros fatores histórico-sociais. Mas enquanto forma universal, a mercadoria, entendida como o processo de produção de objetos exclusivamente para troca, torna-se estrutural de todas as relações humanas. Ela passa a ser o modo de dominação efetiva sobre toda a sociedade, onde toda relação estabelecida entre os homens passa a ser feita por meio da mercadoria. Trata-se de destituir o homem da atividade com a qual ele produz sua humanidade; de reconectá-lo com essa atividade já como algo estranho e sem sentido para ele: o caráter desumanizado e desumanizante da relação mercantil é a reificação, a alienação do homem do mundo que constrói.
Palavras-chave
Lukács; reificação; trabalho; ontologia.
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PDFDOI: http://dx.doi.org/10.5380/nesef.v8i1.68948