RACISMO POLÍTICO E VIOLÊNCIA INSTITUCIONAL:
O CASO DE MARIELLE FRANCO COMO SÍMBOLO NACIONAL
Resumo
Este artigo propõe uma reflexão crítica sobre o racismo político como expressão do racismo estrutural no Brasil, tomando como ponto de inflexão o assassinato da vereadora Marielle Franco em 2018. Mulher negra, periférica, lésbica, socióloga e defensora dos direitos humanos, Marielle simbolizava uma ruptura na lógica tradicional da política brasileira, historicamente marcada pela exclusão de corpos negros, femininos e dissidentes. A execução de Marielle, ainda sem solução, de fato, definitiva, evidencia a atuação da violência institucional como mecanismo de silenciamento de vozes negras que adentram o espaço público com projetos políticos emancipatórios. Trata-se de uma pesquisa por meio de revisão bibliográfica e análise documental cujo objetivo geral é refletir sobre o assassinato de Marielle Franco como expressão do racismo político e da violência institucional no Brasil, analisando seus impactos simbólicos, sociais e políticos no debate público e na resistência negra. O artigo explora os conceitos de racismo político e violência institucional, discutindo suas intersecções com gênero, classe e sexualidade. Em seguida, analisa a trajetória política de Marielle, o contexto de seu assassinato, os silêncios institucionais em torno do caso e os desdobramentos simbólicos e políticos de sua morte. Por fim, discute a construção de sua memória como símbolo nacional e internacional de resistência negra e feminista, refletindo sobre os impactos desse legado na mobilização política de mulheres negras e na luta por justiça e equidade no Brasil.
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