“VIRANDO A PIRÂMIDE DO AVESSO”:
REPRESENTATIVIDADE E PODER NA TRAJETÓRIA DE GIORGIA PRATES
Resumo
Este artigo apresenta uma entrevista a Giorgia Prates, vereadora da cidade de Curitiba, comunicadora, ativista e figura proeminente na luta por representatividade de mulheres negras e periféricas na política brasileira. A partir de sua trajetória pessoal e militante, Prates discute os desafios e as estratégias de enfrentamento às estruturas de poder excludentes que historicamente marginalizam corpos e vozes negras. A expressão “virar a pirâmide do avesso” sintetiza seu projeto político: uma reconfiguração profunda das hierarquias sociais, orientada pela urgência da justiça racial e pelo compromisso com as futuras gerações. Ao longo da entrevista, a vereadora enfatiza a importância da ocupação consciente dos espaços institucionais, a necessidade de ampliar a escuta e a fala entre os sujeitos historicamente silenciados. Seu relato evidencia como a presença de mulheres negras na política constitui um gesto de resistência e afirmação, além de um chamado à mobilização coletiva. A trajetória de Giorgia Prates ilustra, assim, a potência de uma atuação política enraizada na vivência, na escuta e na coletividade. Mais do que um registro biográfico, o presente texto propõe-se como contribuição ao debate sobre representatividade, poder e equidade racial, destacando o papel das experiências situadas e das subjetividades políticas na construção de alternativas ao modelo hegemônico.
