AS DISPUTAS SIMBÓLICAS DENTRO DA POLÍCIA FEDERAL EM CURITIBA

Resumo

O presente trabalho propõe uma análise sobre a atuação do poder simbólico dentro do ambiente laboral da Polícia Federal em Curitiba, nos anos de 2014 a 2023, período da Operação Lava-Jato. Procuramos verificar a existência de tal poder e como ele atua e, fazendo uso de entrevistas e de análises documentais, focamos na pertinência dos símbolos em duas dimensões do órgão: a institucional e a relacional. Em ambas as situações foi percebido que o uso de vocábulos como “doutor” e “autoridade”, entre outros símbolos, configura-se como ferramenta válida de distinção e controle, não só buscadas entre os servidores, mas legitimada pela via institucional. Diante da dualidade causada entre o uso particularista de elementos de diferenciação em um ambiente regrado por valores públicos serão analisadas as implicações do uso deste poder simbólico sobre os conceitos atinentes ao serviço público da impessoalidade e da pessoalidade. Ao final será ainda aplicado o método da prosopografia para entender como a conformação de uma origem comum entre os Superintendentes da Polícia Federal em Curitiba pode contribuir para uma consecução de valores organizacionais que se utilizam da dinâmica de apropriação do poder.