EDUCAÇÃO POPULAR E TRABALHO DE BASE: REFLEXÕES SOBRE ALGUMAS EXPERIÊNCIAS NA COMUNIDADE PORTELINHA (CURITIBA-PR)

Resumo

Este artigo apresenta algumas reflexões sobre a prática de trabalhos de base e de educação popular. As análises foram feitas a partir da atuação do Movimento de Organização de Base no Paraná (MOB-PR) na Comunidade Portelinha, uma ocupação urbana situada em Curitiba-PR, formada há 13 anos. Desde seu início, a ocupação reivindica por serviços públicos básicos como água e energia elétrica, além da regularização fundiária. Foi a partir de algumas demandas da Comunidade que, em 2014, nasceu no local o MOB-PR, que abriu alguns caminhos dos quais a pesquisa referida se aproveitou para construir suas análises. O recorte feito para este artigo possibilita refletir sobre a dialeticidade entre trabalho de base e educação popular, aqui expressos através de relatos de experiências vividas durante trabalhos do MOB-PR, mais especificamente de dois de seus grupos de trabalho (GT), a “Ciranda”, atividades de educação popular para crianças e adolescentes da Comunidade e a “Horta Comunitária Eduardo Felipe”. Os registros foram feitos ao longo de uma pesquisa de campo composta por entrevistas áudio-gravadas, relatos em diário de campo, rabiscos, desenhos infantis e fotografias. Ao fim, foi possível constatar que o trabalho de base é a própria educação popular aplicada e que esta não deve ser reduzida à simples didática, ao contrário, deve manter-se em constante relação com outros trabalhos políticos que, diante das dificuldades enfrentadas e as demandas por rearranjos, desvios e recomeços, educam a partir do errático saber concreto.