Drogas, Alimentos e corpos distintos: Problematizando éticas e estéticas da existência
DOI:
https://doi.org/10.5380/nep.v4i2.63823Palavras-chave:
Biopolítica, drogas, alimentos.Resumo
O artigo apresentado analisa os impactos promovidos pela classificação de um determinado produto como droga ou alimento, resultando em distintas formas de tratamento dado aos sujeitos que se encontram envolvidos com a produção, comércio e consumo dessas substâncias. Portanto, trata-se de ume reflexão acerca do conceito de drogas e alimentos e de que forma isso incide sobre os distintos sujeitos, produzindo tanto corpos-saudáveis, quanto corpos-criminosos e corpos-doentes, sendo estes dois últimos tratados ou a partir de uma perspectiva terapêutica ou pelo próprio sistema de justiça criminal. Ao analisar a imprecisão conceitual de alguns destes produtos a partir de um viés arbitrário e confuso estabelecido pela Agencia de Vigilância Sanitária - ANVISA, na medida em que o critério avaliado é o prejuízo causado pelo consumo de certas substâncias à saúde humana, propomos uma análise que problematiza a instrumentalização destes conceitos como técnicas de controle populacional decorrentes do estabelecimento de condutas supostamente normais, patológicas e criminais, característicos do contexto que a analítica foucaultiana chama de biopolítica.