n. 51 - A TESSITURA DO PLANO NACIONAL DO LIVRO E LEITURA (2006-2016) NO BRASIL SOB A INFLUÊNCIA DE ORGANISMOS INTERNACIONAIS
DOI:
https://doi.org/10.5380/jpe.v14i0.74222Palavras-chave:
política de leitura, organismos internacionais, privatização, PNLL, política educacional.Resumo
O artigo teve como objetivo analisar as influências de organismos internacionais na constituição da política de leitura no Brasil que originaram o Plano Nacional do Livro e Leitura (2006-2016) no contexto do Estado capitalista. Tratou-se de uma pesquisa bibliográfica e documental, embasada, principalmente, nos estudos de Evangelista (2008; 2009), Croso e Magalhães (2016), Peroni (2018), Avelar (2019), dentre outros, analisados à luz da Análise de Discurso Crítica (ADC). As principais fontes analisadas são documentos oficiais nacionais e de organismos internacionais, como o CERLALC e a OEI. A investigação apontou reflexões relevantes sobre a forma que a Política Nacional de Leitura, atualmente em curso, está organicamente alinhada à lógica global, aos auspícios dos organismos internacionais, especialmente, quando esses documentos orientam para a inserção de representantes da cadeia produtiva do livro na formulação da política de leitura e, como consequência, abrem espaço para a atuação do mercado, por meio do preceito democrático de acesso.
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