DE COLONOS DESEJADOS A MORADORES INDESEJADOS: UM ESTUDO SOBRE A IDENTIDADE E SOCIABILIDADE ENTRE IMIGRANTES (PONTA GROSSA-PR, FINAL DO SÉCULO XIX)
DOI:
https://doi.org/10.5380/his.v54i1.25732Palavras-chave:
Imigrantes, Identidade, SociabilidadeResumo
Primavera de 1895, noite fria, ruas escuras, mas em uma das casas comerciais da pequena cidade do interior do Paraná desenrolava-se um baile, animado por música e bebidas. Era uma festa de imigrantes, a festa dos russos, italianos, alemães, portugueses e outros “novos moradores” que, havia pouco tempo, tinham chegado a Ponta Grossa em busca de uma vida melhor. Com efeito, o povoado, que nasceu no Caminho das Tropas e que ao longo do oitocentos era formado por uma sociedade escravocrata e rural, nesse outro momento histórico passou a abrigar centenas de imigrantes europeus atraídos pelo poder político regional, que os percebia como “colonos morigerados” capazes de resolver a carência de mão de obra no estado. Mas, alheios a essa visão romantizada, uma vez instalados, esses indivíduos passaram por um processo de adaptação a esse novo mundo social, buscando reconstruir suas redes de sociabilidade e inserir-se na sociedade local, deixando assim de serem vistos como “estranhos”. Todavia, esse processo de ressocialização não transcorreu sempre de maneira tranquila, sem traumas. Por vezes, no contato com o “outro” deu-se o embate, o conflito, deu-se o crime. Assim, é com base em processos criminais que este artigo tem por objetivo analisar as formas de inserção dos imigrantes europeus em meio à sociedade ponta-grossense, ressaltando a necessidade por eles
vivenciada de reconstruir suas identidades culturais perante os inevitáveis conflitos com as famílias mais antigas da cidade.Downloads
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