Open Journal Systems

A paz rejeitada: uma reflexão sobre dever de memória e esquecimento no acordo de paz colombiano

Fabiana Santos Dantas

Resumo

O objetivo do presente artigo é refletir sobre o dever de memória como um dos possíveis fatores que levaram à negativa da sociedade colombiana à primeira proposta de acordo de paz entre o governo e as FARC. O resultado do referendo representa apenas o não a uma proposta ou a uma tradicional estratégia de esquecimento que marca as transições latino-americanas? Investigar o processo de negociação de cessação do conflito armado na Colômbia contribuirá para o entendimento dos mecanismos de construção e afirmação dessa memória coletiva traumática, bem como das possibilidades de implementação de uma justiça transicional efetiva. O legado da paz rejeitada poderá, em médio e longo prazo, ser revelado como um importante passo na consolidação da democracia e da paz verdadeira, duradoura e estável para a sociedade colombiana. A metodologia da pesquisa consistiu em pesquisa bibliográfica, realizada por meio da análise de livros, artigos científicos, de revista e de jornal referidos e de pesquisa documental quanto à legislação específica e documentos produzidos pelo governo colombiano.

Palavras-chave

Memória. Direitos humanos. Justiça de transição.

Texto completo:

PDF

Referências

BAEZA, Paz Rojas. Mental health disturbances caused by the absence of truth and justice. 2005. Disponível em: https://goo.gl/Y3ghLm. Acesso em: 31 jan. 2005.

CAMPISI, Maria Chiara. From a duty to remember to an obligation to memory? Memory as reparation in the jurisprudence of the Inter-American Court of Human Rights. International Journal of Conflict and Violence, v. 8(1), 2014, p. 61-74.

CANÇADO TRINDADE, Antônio Augusto. Direitos humanos e meio ambiente: paralelo dos sistemas de proteção internacional. Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris Editor, 1993.

CARRETERO, Mario. Documentos de identidade: a construção da memória histórica em um mundo globalizado. São Paulo: Artmed, 2010.

CENTRO NACIONAL DE MEMORIA HISTÓRICA (CNMH). El estado de sitio, las reclamaciones de las víctimas y el derecho a la justicia en la excepción (1985-1990). In: El derecho a la justicia como garantía de no repetición. Bogotá: CNMH, 2016, tomo 1, p. 15-52. Disponível em: https://goo.gl/6JdrDj. Acesso em: 14 fev. 2017.

CONNERTON, Paul. Como as sociedades recordam. Oeiras: Celta, 1999.

CRENZEL, Emilio. Los derechos humanos y las políticas de la memoria. Reflexiones a partir de las experiencias de las comisiones de la verdad en Argentina y Chile. In: VINYES, Ricard (Ed.). El Estado y la memoria – Gobiernos e ciudadanos frente a los traumas de la historia. Buenos Aires: Del Nuevo Extremo, 2009, p. 357-367.

DANTAS, Fabiana Santos. A democracia como patrimônio: solidariedade intergeracional no processo transicional brasileiro. In: CAMPELLO, Livia Gaigher Bosio; PADILHA, Norma Sueli; MELEU, Marcelino. Direito ambiental e socioambientalismo I. Florianópolis: Conpedi, 2015.

DANTAS, Fabiana Santos. O Direito fundamental à memória como instrumento da transição democrática. In: SANTOS, Gustavo Ferreira; ARAÚJO, Marcelo Labanca Corrêa de; FELICIANO, Ivna Cavalcanti (Org.). Direito em dinâmica: 25 anos da Constituição de 1988. Recife: Instituto Frei Caneca, 2014.

DANTAS, Fabiana Santos. O direito fundamental à memória. Curitiba: Juruá, 2010.

FILLOUX, Jean-Claud. A memória. São Paulo: Difusão Européia do Livro, 1959.

FOCARDI, Filippo. El debate sobre la resistencia en Italia: legitimación política y memoria histórica de la Primera a la Segunda República. In: VINYES, Ricard (Ed.). El Estado y la memoria – Gobiernos e ciudadanos frente a los traumas de la historia. Buenos Aires: Del Nuevo Extremo, 2009, p. 249-290.

FONT, Jordi. Contra la nostalgia (y a favor). El rescate de la memoria democrática como identidad civil. In: VINYES, Ricard (Ed.). El Estado y la memoria – Gobiernos e ciudadanos frente a los traumas de la historia. Buenos Aires: Del Nuevo Extremo, 2009, p. 371-392.

INIESTA, Alberto; GONZÁLEZ, Monserrat Iniesta. Patrimonio, ágora e ciudadanía: lugares para negociar memorias productivas. In: VINYES, Ricard (Ed.). El Estado y la memoria – Gobiernos e ciudadanos frente a los traumas de la historia. Buenos Aires: Del Nuevo Extremo, 2009, p. 467-498.

JELIN, Elizabeth ¿Quiénes? ¿cuando? ¿para qué?: actores e escenarios de las memorias. In: VINYES, Ricard (Ed.). El Estado y la memoria – Gobiernos e ciudadanos frente a los traumas de la historia. Buenos Aires: Del Nuevo Extremo, 2009, p. 117-150.

KAUFMAN, Susana. Lo legado y lo proprio: lazos familiares y transmisión de memorias. In: JELIN, Elizabeth; KAUFMAN, Susana G. (Comp.). Subjetividad y figuras de la memoria. Buenos Aires: Siglo XXI; Editora Iberoamericana, 2006, p. 47-71.

LECHNER, Norbert; GÜELL, Pedro. Construcción social de las memorias en la transicion chilena. In: JELIN, Elizabeth; KAUFMAN, Susana G. (Comp.). Subjetividad y figuras de la memoria. Buenos Aires: Siglo XXI; Editora Iberoamericana, 2006, p. 17-46.

LIRA, Elizabeth. Las resistencias de la memoria: olvidos jurídicos y memorias sociales. In: VINYES, Ricard (Ed.). El Estado y la memoria – Gobiernos e ciudadanos frente a los traumas de la historia. Buenos Aires: Del Nuevo Extremo, 2009, p. 67-115.

MARCOS, Ana. Voto evangélico é chave na vitória do ‘não’ no plebiscito da Colômbia. 13 out. 2016. Disponível em: https://goo.gl/gPG296. Acesso em: 13 fev. 2017.

MIÑARRO, Anna; MORANDI, Teresa. Trauma psíquico y transmisión intergeneracional. Efectos psíquicos de la Guerra del 36, la posguerra, la dictadura y la transición en los ciudadanos de Cataluña. In: VINYES, Ricard (Ed.). El Estado y la memoria – Gobiernos e ciudadanos frente a los traumas de la historia. Buenos Aires: Del Nuevo Extremo, 2009, p. 441-463.

NOITE e Neblina (Nuit et Bruillard). Direção: Alain Resnais. Documentário (França, 1955). Formato original: 1.33:1, fullscreen. Suporte: DVD, 32 minutos. Aurora DVD, 2006.

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Basic principles and guidelines on the right to a remedy and reparation for victims of gross violations of international human rights law and serious violations of international humanitarian law (Resolution 60/147 of 16 December 2005). Disponível em: https://goo.gl/hN2D2L. Acesso em: 17 fev. 2017.

PASTORIZA, Lila. Hablar de memorias en Argentina. In: VINYES, Ricard (Ed.). El Estado y la memoria – Gobiernos e ciudadanos frente a los traumas de la historia. Buenos Aires: Del Nuevo Extremo, 2009, p. 291-329.

PIOVESAN, Flávia; BICUDO, Hélio. Direito à verdade e à justiça? Folha de São Paulo, Tendências/Debates, 2 dez. 2006.

PLEBISCITO en Colombia: Gana el No con 50.21%. Telesur, Noticias, América Latina. 2 octubre 2016. Disponível em: https://goo.gl/K0uNrl. Acesso em: 13 fev. 2017.

POLLAK, Michael. Memória, esquecimento, silêncio. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, v. 2, n. 3, p. 3-15, 1989.

SHAFIR, Isabel Piper. Investigación y acción política en prácticas de memoria colectiva. In: VINYES, Ricard (Ed.). El Estado y la memoria – Gobiernos e ciudadanos frente a los traumas de la historia. Buenos Aires: Del Nuevo Extremo, 2009, p. 151-172.

VINYES, Ricard. La memoria del Estado. In: VINYES, Ricard (Ed.). El Estado y la memoria – Gobiernos e ciudadanos frente a los traumas de la historia. Buenos Aires: Del Nuevo Extremo, 2009, p. 23-66.

WEINRICH, Harald. Lete – Arte e crítica do esquecimento. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001.

DOI: http://dx.doi.org/10.5380/rfdufpr.v62i2.50773

Revista da Faculdade de Direito UFPR. ISSN: 0104-3315 (impresso – até 2013) e 2236-7284 (eletrônico).

Você está em: