Os instrumentos legais da diplomacia científica

Acordos bilaterais de cooperação do Brasil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5380/cg.v14i2.98998

Palavras-chave:

Cooperação internacional, Diplomacia científica, Política Externa Brasileira.

Resumo

Na intersecção entre a política científica e a política externa, encontramos a diplomacia científica. Embora formalmente conceituada somente ao longo dos últimos vinte anos, a diplomacia científica e suas práticas marcaram presença, historicamente, nas estratégias de inserção internacional dos Estados. A produção de conhecimento científico e o aprimoramento das capacidades de inovação dos países têm relação com o plano internacional, tanto na reprodução das assimetrias Norte-Sul, quanto em sua superação. O tema da Diplomacia Científica pode ser classificado como um tema de fronteira, à medida que introduz no debate das Relações Internacionais a discussão sobre um instrumento de soft power que pode ser relevante para os países emergentes na sua afirmação como lideranças do Sul Global e como elemento para superação da relação subordinada aos países centrais. Trata-se de um tema que aprofunda a interface entre o doméstico e o internacional, ao trazer a internacionalização da ciência como ferramenta de fortalecimento da política externa e dar espaço para que os cientistas, e a produção científica, possam atuar como diplomatas, ampliando as possibilidades de cooperação e superação de conflitos no âmbito global, para além das disputas entre os Estados. No artigo, analisamos o espaço da diplomacia científica na política externa brasileira em seu sentido mais estrito, mapeando e examinando a série histórica dos acordos bilaterais de cooperação científico-tecnológica celebrados pelo Brasil com outros países. Práticas de diplomacia científica têm marcado presença notável na política externa, permitindo uma maior conceitualização e periodização de seu espaço nela. 

Biografia do Autor

Hermano Amaral Pinto Neto, Universidade de São Paulo (USP)

Bacharel em Relações Internacionais e Mestre em Governança Global e Formulação de Políticas Internacionais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).  Doutorando em Relações Internacionais no IRI-USP e Pesquisador do Centro de Estudos das Negociações Internacionais (Caeni-USP). E-mail: hermano.pinto@usp.br, Orcid: orcid.org/0000-0001-6609-2620.

Janina Onuki, Universidade de São Paulo (USP)

Professora titular do Departamento de Ciência Política da Universidade de São Paulo (USP) e Pesquisadora do Centro de Estudos das Negociações Internacionais (Caeni-USP). E-mail: janonuki@usp.br, Orcid: 0000-0001-9033-1863.

Amâncio Jorge de Oliveira, Universidade de São Paulo (USP)

Doutor em Ciência Política pela Universidade de São Paulo (USP). Professor Titular do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de São Paulo (USP). Coordenador científico da Innovation and Science Diplomacy School (InnScid). E-mail: amancioj@usp.br, Orcid:  orcid.org/0000-0001-9272-779X.

Referências

BOUND, Kirsten. Innovating together? The age of Innovation Diplomacy. In: DUTTA, Soumitra; LANVIN, Bruno; WUNSCH-VINCENT, Sacha. (eds.). The Global Innovation Index 2016: Winning with Global Innovation. Ithaca, Fontainebleau e Genebra: Cornell University, INSEAD, World Intellectual Property Organization (WIPO), 2016. Disponível em: https://www.wipo.int/edocs/pubdocs/en/wipo_pub_gii_2016.pdf; Acesso em: 16 jun. 2025.

CABRAL, Regis. The Interaction of Science and Diplomacy: Latin America, the United States and Nuclear Energy, 1945-1955. University of Chicago, Department of History, 1986.

CHOU, Chuing Prudence; SPANGLER, Jonathan. (orgs). Cultural and Educational Exchanges between Rival Societies: Cooperation and Competition. Cingapura: Springer Nature Singapore, 2018.

CRUZ JÚNIOR, Aldemar Seabra da. Diplomacia, Desenvolvimento e sistemas nacionais de inovação: estudo comparado entre Brasil, China e Reino Unido. Brasília: Fundação Alexandre de Gusmão, 2011, 292p.

GARCIA, Carolina. Science Diplomacy Policy in Colombia, New Horizons for a New Country? Master’s Thesis. Boston. Harvard University, 2016.

GIUDICE, Manlio Del; CARAYANNIS, Elias G.; e PERUTA, Maria Rosaria Della. Cross-Cultural Knowledge Management: Fostering Innovation and Collaboration Inside the Multicultural Enterprise. Springer Science & Business Media, 2011.

LEIJTEN, Jos. Exploring the Future of Innovation Diplomacy. European Journal of Futures Research, vol. 5, article number 20, 2017.

MARZANO, Fábio Mendes. Políticas de inovação no Brasil e nos Estados Unidos: a busca da competitividade – oportunidades para a ação diplomática. Brasília: Fundação Alexandre de Gusmão, 2011, 304 p.

SILVA, Renan G. L.; FERREIRA, Gabriela C. F.; ONUKI, Janina; OLIVEIRA, Amâncio J. S. The Institutional Building of Science and Innovation Diploimacy in Latin America: Toward a Comprehensive Analytical Tipology. Frontiers in Research Metrics and Analytics, vol. 6, pp. 1-14, 2021.

ZAHURANEC, Bernard; ITTEKKOT, Venugopalan; MONTGOMERY, Elizabeth. (eds.). Science and Technology Diplomacy in Developing Countries. Centre for Science & Technology of the Non-Aligned and Other Developing Countries, 2014.

Downloads

Publicado

2025-06-25

Como Citar

Pinto Neto, H. do A., Onuki, J., & Oliveira, A. J. (2025). Os instrumentos legais da diplomacia científica: Acordos bilaterais de cooperação do Brasil. Conjuntura Global, 14(2). https://doi.org/10.5380/cg.v14i2.98998