As ‘faces da moeda’ sino-japonesa: impactos da Assistência Oficial ao Desenvolvimento (1979-2022)

Resumo

O mecanismo de Assistência Oficial ao Desenvolvimento (ODA) foi criado com o intuito de auxiliar nações a melhorar as condições de vida da população. O fornecimento da ODA, de um Estado para outro, pode ser visto como uma ferramenta para ajuda genuína ou como um meio para fins políticos, visando a retribuição ou o reconhecimento. A relação sino-japonesa é um exemplo deste caso, pois esses países possuem conexões econômicas e históricas imbricadas e complexas que acabaram por incentivar e, ulteriormente, afetar o fornecimento do ODA japonês à China. A pesquisa descreve a) como as relações entre os países se encontravam antes do firmamento desses acordos, b) a visão de Hans Morgenthau sobre o ODA, c) o modelo japonês do ODA e as razões para ser fornecido, d) como foi o desenvolvimento do ODA sino-japonês e os empecilhos encontrados durante sua execução – dentre eles desacordos em relação a reconhecimento, conflitos acerca da história e a utilização de discursos nacionalistas que incentivaram insatisfações internas entre os países. Portanto, o caso sino-japonês é interessante diante do marco histórico da conclusão do ODA (1979-2022) e das situações pontuais que afetaram o seu desenvolvimento, pactuando com a ideia de Morgenthau sobre o ‘teatro’ envolvendo o ODA, além da forma como a relação entre os países se encontra. Diante disso, é relevante compreender como esses mecanismos de financiamento e assistência entre Estados são utilizados, com as suas possíveis motivações, internas e externas, e consequentes frustrações.