Legados coloniais e a produção de ambivalências: dos encontros, desencontros e conciliações em dois museus nacionais da Tanzânia, África

Autores

  • Aline C. Rabelo EHESS

DOI:

https://doi.org/10.5380/campos.v16i2.53443

Palavras-chave:

museus nacionais, identidades, Tanzania, legados coloniais, África

Resumo

Os dois museus nacionais mais antigos da Tanzânia nasceram de projetos do empreendimento colonial britânico. Para além de terem sido apropriados pelos objetivos de construção do estado nacional, estes museus e suas coleções etnográficas continuaram atraindo substancialmente o interesse de turistas ocidentais. As comunidades locais (ou nacionais), entretanto, pareciam não se identificar com estes espaços que procuravam reificar a  consolidação de identidades e de uma unidade nacional. O trabalho  etnográfico nesses museus e a investigação de suas trajetórias e contextos históricos permitiram uma análise de processos políticos relacionados à construção de identidades e identificações. O artigo em questão procura evidenciar as ambivalências de propósitos que advêm dos encontros provocados nesses museus, algo que aponta não apenas para uma coexistência de (re)significações, mas, sobretudo, para compreensões que aparecem como possíveis para repensar os sentidos do espaço museológico em contextos africanos.

Biografia do Autor

Aline C. Rabelo, EHESS

mestrado em Antropologia Social pelo PPGAS/MN-UFRJ eatualmente é doutoranda do mesmo programa e da École de Hautes Études en Sciences Sociales.

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Publicado

2015-12-30

Como Citar

Rabelo, A. C. (2015). Legados coloniais e a produção de ambivalências: dos encontros, desencontros e conciliações em dois museus nacionais da Tanzânia, África. Campos - Revista De Antropologia, 16(2), 75–93. https://doi.org/10.5380/campos.v16i2.53443

Edição

Seção

Dossiê