“My samba is steak, beans and rice”: about The Zicartola restaurant (RJ) and the culinary art of Dona Zica da Mangueira

Authors

  • Rodolfo Teixeira Alves Doutorando em Antropologia no Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia (UFRJ) e graduando em Jornalismo pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). https://orcid.org/0000-0003-2687-9036

DOI:

https://doi.org/10.5380/cra.v23i2.83644

Keywords:

urban sociability, cooking, samba, Zica da Mangueira, Rio de Janeiro.

Abstract

The article deals with the history of the musical restaurant Zicartola (1964-1965) in light of the trajectory of Dona Zica da Mangueira (1913-2003), its chef-owner. As a "samba house", the Zicartola was an important space of sociability and artistic-cultural production in Rio de Janeiro in the 1960s, in the context of the establishment of the civil-military dictatorship. The text reconstructs the social history of this space based on the press of the context, mapping representations, imaginaries and tensions in the micro-universe of Zicartola. It defends cooking as a means of financial autonomy and personal and social recognition for Dona Zica.

Author Biography

Rodolfo Teixeira Alves, Doutorando em Antropologia no Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia (UFRJ) e graduando em Jornalismo pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

Doutorando em Antropologia no Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia (UFRJ) e graduando em Jornalismo pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). É bolsita de doutorado CAPES. Pesquisador associado ao URBANO - Laboratório de Estudos da Cidade (IFCS/UFRJ). Trabalho no campo dos estudos urbanos, questões raciais e antropologia da alimentação. Atualmente desenvolve o projeto de pesquisa: "Alimentação e cidade: circuitos de restaurantes afros no Rio de Janeiro".

References

Alves, R. T. (2021). Imprensa, urbanismo e produção da cidade: o processo de urbanização da Barra da Tijuca. In R. S. Guimarães, A. A. Barbosa, & G. C. Moreira (orgs.). Mediações arquitetônicas. Redes profissionais e práticas estatais no Rio de Janeiro (pp. 59-88). Rio de Janeiro: Papéis Selvagens.

Barbosa, M. (2005). O que a história pode legar aos estudos de jornalismo. Revista Contracampo, 12, 51-62. https://doi.org/10.22409/contracampo.v0i12.558

Barboza Da Silva, M. T., & Oliveira Filho, A. L. (1989). Cartola: os Tempos Idos. Rio de Janeiro: FUNARTE.

Caduda, T. M. (2019). Alimento ingerido e comercializado: dietas e hábitos alimentares dos escravizados no Rio de Janeiro oitocentista (1800-1831) (Monografia (graduação). Instituto de História, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.

Castro, M. B. de. (2004). Zicartola: política e samba na casa de Cartola e Dona Zica. Rio de Janeiro: Relume Dumará.

Castro, S. R. da. (2021). O jogo movediço da liberdade: notas sobre estratégias de afirmação e resistência negra no campo educacional. Revista Maracanan, 27, 374-390. https://doi.org/10.12957/revmar.2021.57329

Flor do Nascimento, W. Alimentação socializante: notas acerca da experiência do pensamento tradicional africano. das Questões, 1(2). https://doi.org/10.26512/dasquestoes.v1i2.18323

Efegê, J. (1979). Figuras e coisas da música popular brasileira (volume 2). Rio de Janeiro: FUNARTE.

Glissant, É. (2021). Poética da relação. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo.

Gonzalez, L. (2020). Por um feminismo afro-latino-americano. Rio de Janeiro: Zahar.

Machado, T. de S. (2021). “Um pé na cozinha”: uma análise sócio-histórica do trabalho de cozinheiras negras no Brasil (Tese de Doutorado). Instituto de Ciências Sociais, Universidade de Brasília, Brasília.

Mello, P. T. de, & Sebadelhe, J. O. (2015). Memória afetiva do botequim carioca. Rio de Janeiro: Editora José Olympio.

Montanari, M. (2013). Comida como cultura. São Paulo: Editora Senac São Paulo.

Monteiro, D. (2012). Divino Cartola: uma vida em verde e rosa. Rio de Janeiro: Casa da Palavra.

Moura, R. (1995). Tia Ciata e a pequena África no Rio de Janeiro. Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, Secretaria Municipal de Cultura, Departamento Geral de Documentação e Informação Cultural, Divisão de Editoração.

Nascimento, B. (2021). Uma história feita por mãos negras: relações raciais, quilombos e movimentos. Rio de Janeiro: Zahar.

Nogueira, N. (2004). D. Zica: tempero, amor e arte. Rio de Janeiro: Mauad.

Pollak, M. (1989). Memória, esquecimento, silêncio. Estudos Históricos, 2(3), 3-15. https://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/reh/article/view/2278

Ridenti, M. (2001). Intelectuais e romantismo revolucionário. São Paulo em perspectiva, 15, 13-19. https://doi.org/10.1590/S0102-88392001000200003

Santos, A. B. dos. (2015). Colonização, quilombos: modos e significações. Brasília: INCTI/UnB.

Simmel, G. (2004). Sociologia da refeição. Revista Estudos Históricos, 1(33), 159-166.

Simmel, G. (2006). Questões fundamentais da sociologia. Rio de Janeiro: Zahar.

Silva, O. de B. (2001). Na passarela de sua vida: biografia de Dona Zica da Mangueira. São José dos Campos: Editora Observação Jurídica.

Soares, C. E. L. (1998). Zungu: rumor de muitas vozes. Rio de Janeiro: Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro.

Sodré, M. (1998). Samba, o dono do corpo. Rio de Janeiro: Mauad.

Sodré, M. (2019). O terreiro e a cidade: a forma social negro-brasileira. Rio de Janeiro: Mauad.

Spang, R. L. (2003). A invenção do restaurante. Rio de Janeiro: Record.

Velho, G. (1994). Projeto e metamorfose: antropologia das sociedades complexas. Rio de Janeiro: Zahar.

Velloso, M. (1990). As tias baianas tomam conta do pedaço... Espaço e identidade cultural no Rio de Janeiro. Revista Estudos Históricos, 3(6), 207-243.

Werneck, J. P. (2007). O samba segundo as ialodês: mulheres e a cultura midiática (Tese de Doutorado). Escola de Comunicação, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.

Material de imprensa

Correio Da Manhã. (1963). Concursos empolgam sambistas: baterias e Cidadão Samba 63. Rio de Janeiro, 5 fev., 1º Caderno, p.8.

Correio Da Manhã. (1970). Zica é formada em samba e cozinha. Rio de Janeiro, 24 set., 1º Caderno, p 2.

Correio Da Manhã. (1972). Zicartola em fase 3. Rio de Janeiro, 20 abr., 1º Caderno, p. 5.

Correio Da Manhã. (1974). Show da cidade. Rio de Janeiro, 17 jan., p. 6.

Diário Carioca. (1964). Noel é prato no Zicartola. Rio de Janeiro, 4 out., p. 15.

Diário Da Noite. (1961). Grão de bico com Cartola. Rio de Janeiro, 11 jul., Stanislaw Ponte Preta, p. 9.

Diário De Notícias. (1964). Zicartola. Rio de Janeiro, 15 de mai., Segunda Seção, Encontro Matinal, p. 3.

Jornal Do Brasil. (1961). Motorista é quem lucra com jantar de D. Zica. Rio de Janeiro, 19 de jul., Caderno B, p. 6.

Jornal Do Brasil. (1963). Cartola, o amante de Mangueira, encontrou a Divina Dama. Rio de Janeiro, 7 de ago., Caderno B, Hamilton Almeida, p. 6.

Jornal Do Brasil. (1963). Zica, inspiração de Cartola, faz do sonho um restaurante. Rio de Janeiro, 9 out., Caderno B, Mauro Ivan, p. 6.

Jornal Do Brasil. (1964). Menu do Zicartola é feijão e samba. Rio de Janeiro, 27 fev., Caderno B, Luis Paulo e Mauro Ivan, p. 6.

Jornal Do Brasil. (1964). Pressão na panela. Rio de Janeiro, 19 mar., 1º Caderno, Segunda seção, Wilson Figueiredo, p. 8.

Jornal Do Brasil. (1964). O samba cá entre nós. Rio de Janeiro, 14 mai., Caderno B, Mauro Ivan e Juvenal Portella, p. 6.

Jornal Do Brasil. (1964). Panorama. Rio de Janeiro, 19 mai., Caderno B, Peter, p. 2.

Jornal Do Brasil. (1964). O samba cá entre nós. Rio de Janeiro, 28 mai., Caderno B, Mauro Ivan e Juvenal Portella, p. 6.

Jornal Do Brasil. (1964). O samba cá entre nós. Rio de Janeiro, 4 jun., Caderno B, Mauro Ivan e Juvenal Portella, p. 6.

Jornal Do Brasil. (1964). O samba cá entre nós. Rio de Janeiro, 11 jun., Caderno B, Mauro Ivan e Juvenal Portella, p. 6.

Jornal Do Brasil. (1964). O samba cá entre nós. Rio de Janeiro, 18 jun., Caderno B, Mauro Ivan e Juvenal Portella, p. 6.

Jornal Do Brasil. (1964). Carnet. Rio de Janeiro, Revista de Domingo, 6 set., p. 7.

Jornal Do Brasil. (1964). Caymmi no Zicartola. Rio de Janeiro, 19 set., Caderno B, Rubem Braga, p. 3.

Jornal Do Brasil. (1964). Zicartola. Rio de Janeiro, 25 out., 3º Caderno (Classificados), p. 9.

Jornal Do Brasil. (1965). Morro retoma o Zicartola que já foi da Zona Sul. Rio de Janeiro, 28 mar., Caderno B, João Antônio, p. 1.

Jornal Do Brasil. (1965). Templo do Partido Alto. Rio de Janeiro, 10 jun., Caderno B, João Antônio, p. 7.

Jornal Do Brasil. (1966). Picadinho. Rio de Janeiro, 1 fev., Caderno B, p. 3.

Jornal Do Brasil. (1967). Casa de Zé Keti. Rio de Janeiro, 23 mai., Caderno B, p. 3.

Jornal Do Brasil. (1968). Cartola, um poeta de 60 anos. Rio de Janeiro, 12 out., Caderno B, p. 2.

Jornal Do Brasil. (1968). Cozinha brasileira. Rio de Janeiro, 19 out., Caderno B, p. 3.

Jornal Do Brasil. (1971). O samba de segunda-feira. Rio de Janeiro, Carols Alfredo Macedo Miranda, Caderno B, 7 nov., p. 9.

Leitura. (1964). Zicartola, rua da carioca, 53 - 1º. Rio de Janeiro, Música, Walter Wendhausen, Ano XXII, nº 81/82, abr./mai., p. 64-65.

O Globo. (1964). No Zicartola há comida boa e samba de Mangueira. Rio de Janeiro, 25 fev., Geral, p. 12.

O Globo. (1964). “Meu samba é bife e feijão com arroz…”. Rio de Janeiro, 28 fev., Geral, p. 7.

O Globo. (1964). Hoje e amanhã. Rio de Janeiro, 7 mar., Ela, Maria Adelaide Ferreira, p. 4.

O Globo. (1964). A revolução de março foi o grande acontecimento de 1964 no Brasil. Rio de Janeiro, 31 dez.,

Geral, p. 20.

O Globo. (1965). Torneio de samba revive na Praça Tiradentes uma tradição quase esquecida. Rio de Janeiro, 8 jan., Geral,p. 4.

O Globo. (1965). Moda que é tão Rio. Rio de Janeiro, 16 jan., Ela, p. 7.

O Globo. (1965). Homenagem a Luis Peixoto vai evocar a Praça Tiradentes do “forrobodó” ao Zicartola. Rio de Janeiro, Geral, 9 de abr. de 1965, p. 11.

O Globo. (1965). Jackson do Pandeiro é o novo dono do Zicartola. Rio de Janeiro, Geral, 30 jul., p. 3.

O Globo. (1965). “Bossa na Gafieira” vai lançar Janira. Rio de Janeiro, 15 out., Geral, p. 6.

O Globo. (1966). Querem reviver a casa de samba. Rio de Janeiro, mai., Geral, Sérgio Bittencourt, p. 7.

O Globo. (1966). Samba pra lá do túnel. Rio de Janeiro, 5 ago. 1966, Geral, p. 5.

O Globo. (1968). Zicartola pode renascer com bom samba e feijoada. Rio de Janeiro, 22 out., Geral, p. 22.

O Globo. (1968). Rio à noite. Rio de Janeiro, 25 out., Geral, Sérgio Bittencourt, p. 7.

O Jornal. (1964). Zicartola. Rio de Janeiro, 23 fev., 3º Caderno, p. 2.

O Jornal. (1964). A respeito de mulheres. Rio de Janeiro, 27 fev., 2º Caderno, Jornal de Mulher, Walda Menezes, p. 3.

O Jornal. (1964). De restaurantes. Rio de Janeiro, 1 mar., 3º Caderno, p. 2.

O Pasquim. (1971). ABC de Sérgio Cabral. Rio de Janeiro, 2 nov., nº 122, p. 15.

O Pasquim. (1975). Zicartola, recordações de uma casa de samba. Rio de Janeiro, nº 332, 7 nov., p. 19.

Tribuna De Imprensa. (1963). Cartola não quer “maçantes”!

Rio de Janeiro, 5 out., Música, Mario Cabral, p. 9.

Última Hora. (1963). Coluna de Jacinto de Thormes. Rio de Janeiro, 14 nov., p. 10.

Última Hora. (1964). Tempo consagra cartola: ganhou filme e bar. Rio de Janeiro, 7 fev., p. 4.

Última Hora. (1964). Rio noite e dia. Rio de Janeiro, 15 fev., Thor Carvalho, p. 2.

Documentos

Brasil. (1966). Infiltração comunista nos meios musicais. Ministério da Aeronáutica, 24 jan.. Acervo: Arquivo Nacional.

Carvalho, H. B. (1964). São Ismael, o sambista. Discurso para Noite de Homenagem de 6 de maio de 1964. Acervo: Casa de Lucio Costa.

Published

2022-12-21

How to Cite

Alves, R. T. (2022). “My samba is steak, beans and rice”: about The Zicartola restaurant (RJ) and the culinary art of Dona Zica da Mangueira. Campos - Revista De Antropologia, 23(2), 73–99. https://doi.org/10.5380/cra.v23i2.83644

Issue

Section

Artigos