Protagonistas e mediadores: Indígenas e Hidrelétricas na bacia do rio Uruguai
DOI:
https://doi.org/10.5380/campos.v14i1/2.42479Palabras clave:
índios do sul do Brasil, Kaingang, desenvolvimento, estudo de impacto, participação indígenaResumen
A convivência entre as populações indígenas e os empreendimentos do Setor Elétrico na bacia do rio Uruguai (RS/SC) vem sendo estudada desde os anos setenta, com as pesquisas pioneiras do antropólogo Silvio Coelho dos Santos. Distribuídos em inúmeras terras indígenas da região, os Kaingang constituem oposição sistemática aos grandes projetos que já resultaram na construção de sete usinas hidrelétricas na bacia do rio Uruguai. Entretanto, para espanto e perplexidade de muitos, os Kaingang tem manifestado nos últimos anos interesse específico na construção de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs). Eles querem autorizar e ter participação nos lucros de PCHs a serem instaladas nos rios que banham suas terras. Analisar este enunciado é o objetivo desta comunicação. Em que contextos surgem estas manifestações? Quais argumentos são empregados em defesa destes projetos? Como projetos hidrelétricos estão inseridos no contexto indígena? Esta comunicação parte da análise de dois casos em que os Kaingang publicamente defendem a construção de PCHs em seus territórios. Com estratégias distintas, as lideranças indígenas reivindicam o poder de definição de seus projetos próprios de desenvolvimento. Para a análise antropológica estes casos oferecem um cenário etnográfico particularmente desafiador, posto que redimensionam a condição de marginalização e exclusão, inserindo os indígenas no centro dos debates sobre o próprio desenvolvimento.
Citas
ANEEL/FUNAI. 2001. Termo de Conduta "Componente Indígena nas Áreas Influenciadas pela Construção da Usina Hidrelétrica Foz do Chapecó - Condicionantes Ambientais e Fundiárias", constante do edital de leilão deste aproveitamento hidrelétrico – Edital de Leilão n.° 002/2001 ANEEL.
CRÉPEAU, Robert. 1995. “Économie rituel”. In: L’anthropologie economique. Actes du Colloque. Départment d’anthropologie Université de Montreal. N/1.
D’ANGELIS, Wilmar. 1984. Toldo Chimbangue: história e luta Kaingang em Santa Catarina. Xanxerê: Cimi-Regional Sul.
FERNANDES, Ricardo Cid. 2003a. Política e Parentesco entre os Kaingang: uma análise etnológica. Tese de Doutorado. São Paulo, SP: Universidade de São Paulo (USP).
FERNANDES, Ricardo Cid. 2003b. “Terra, tradição e identidade: Os Kaingang da Aldeia Condá no contexto da UHE Foz do Chapecó”. In: S.C Santos; A. Nacke. (orgs.). Hidrelétricas e Povos Indígenas. Florianópolis: Letras Contemporâneas.
HELM, Cecília M. V.. 1998. “Os Kaingang, Os Guarani e os Projetos de Desenvolvimento” In: C.M.V. Helm. (Org.). A Implantação de Usinas Hidrelétricas e os Indígenas no Sul do Brasil. Curitiba: Instituto Ambiental do Paraná.
IPARJ. 1988. Diretrizes para o Relacionamento do Setor Elétrico com Povos Indígenas. Relatório Final do Contrato ECE - 492/87. Rio de Janeiro: Instituto de Pesquisas Antropológicas do Rio de Janeiro – Iparj. 16 de Novembro de 1988.
INSTITUTO HERÁCLITO. 2012. Estudo de Impacto Ambiental PCH Aldeia. Chapecó: Julho 2012. Mimeo.
PACHECO, Tania. 2008. Racismo Ambiental: expropriação do território e negação da cidadania. Série Textos Água e Ambiente, v. 2.
SANTOS, Silvio Coelho. 1970. A integração do índio na sociedade regional. A função dos postos indígenas em Santa Catarina. Florianópolis: Ed. UFSC.
SANTOS, Silvio Coelho. 1998. Estudo Etnográfico da Usina Hidrelétrica Machadinho. Mimeo. PPGAS/UFSC.
SANTOS, Silvio Coelho. 2001. “As hidrelétricas, os índios e o Direito”. In: M. J. Reis; N. M. S. Bloemer. (orgs.). Hidrelétricas e Populações Locais. Cidade Futura/Ed. da UFSC.
SANTOS, Silvio Coelho; REIS, Maria José. (orgs.). 2002. Memória do Setor Elétrico na Região Sul. Florianópolis: Editora da UFSC.
SANTOS, Silvio Coelho; ASPELIN, Paul. 1979. Indian Areas Thereatened By Hidroelectric Projects In Brazil. Copenhangen: Iwigia.
VEIGA, Juracilda. 1994. Organização Social e Cosmovisão Kaingang: uma introdução ao parentesco, casamento e nominação em uma sociedade jê meridional. Dissertação de mestrado. Campinas, SP: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
Descargas
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Los autores que publican en esta revista aceptan los siguientes términos:
1 Los autores conservan los derechos de autor del trabajo publicado bajo Creative Commons - Attribution-NonCommercial 4.0 International (CC BY-NC 4.0) que permite:
Compartir: copiar y redistribuir material en cualquier medio o formato
Adaptar: remezclar, transformar y construir a partir del material.
De acuerdo con los siguientes términos:
Atribución: debe otorgar el crédito adecuado, proporcionar un enlace a la licencia e indicar si se han realizado cambios. Debe hacerlo bajo cualquier circunstancia razonable, pero de ninguna manera que sugiera que el licenciante lo respalda a usted o su uso.
No comercial: no puede utilizar el material con fines comerciales.
2 Los autores están autorizados a distribuir la versión del trabajo publicado en esta revista, en repositorios institucionales, temáticos, bases de datos y similares, con reconocimiento de la publicación inicial en esta revista;
3 Los trabajos publicados en esta revista serán indexados en las bases de datos, repositorios, portales, directorios y demás fuentes en las que la revista esté y estará indexada.
