Manifestos contra-criativos: etnografia de territórios e classes criativas em contradição
DOI:
https://doi.org/10.5380/cra.v26i(1).95738Palavras-chave:
Distritos Criativos, Etnografia, Classes Criativas, Gentrificação, Planejamento UrbanoResumo
Neste artigo debato as ideias de cidade e classe criativa, pensadas por Charles Landry e Richard Florida como instrumento de criatividade e inovação urbana a luz de uma experiência etnográfica no Quarto Distrito de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, mais conhecido Distrito Criativo. Primeiramente trago os conceitos de cidade e classe criativa, demostrando suas aproximações e diferenças. Logo após apresento a imersão etnográfica realizada em um contexto urbano que vem sendo projetado pela administração municipal que associa o discurso da economia criativa ao do desenvolvimento territorial. Busco demonstrar o quanto a aplicabilidade destes conceitos neste universo de análise se mostrou controversa, principalmente pela crítica às ideias de empreendedorismo e aos macro projetos para a região. Por fim, trago a problemática da gentrificação, refletindo se os investimentos em criatividades urbanas podem contribuir para um enobrecimento neste território.
Referências
Alcantara, M. F. D. (2019). Hipsterização no centro de São Paulo: consumo, trabalho e produção da cidade (Dissertação de Mestrado). Universidade de São Paulo. São Paulo.
Amin, A., & Thrift, N. (2002). Cities: Reimagining the urban.
Arantes, O. B. F., Vainer, C., & Maricato, E. (2002). A cidade do pensamento único: desmanchando consensos.
Bianchini, F., & Landry, C. (1995). Creativity, unleashing a resource for urban management [Paper presented at the OECD conference'Cities and the New Global Economy'(1994: Melbourne).]. Urban Futures (Canberra), (17), 53-67.
Bourdieu, P. (1976). Gosto de Classe e Estilo de Vida”. In. Pierre Bourdieu. SP, Ática.
Charnock, G., March, H., & Ribera-Fumaz, R. (2021). From smart to rebel city? Worlding, provincialising and the Barcelona Model. Urban Studies, 58(3), 581-600.
De Oliveira França, B. L. P. (2019). Da teoria urbana ao regime urbano. Revista Científica Foz, 2(2), 32-32.
Douglass, M. (2016). Creative communities and the cultural economy—Insadong, chaebol urbanism and the local state in Seoul. Cities, 56, 148-155.
Eckert, C; Rocha, A. L. C. D.(2008). Etnografia: saberes e práticas. Iluminuras: série de publicações eletrônicas do Banco de Imagens e Efeitos Visuais, LAS, PPGAS, IFCH e ILEA, UFRGS. Porto Alegre, RS. N. 21 (2008), 23 p.
Fabaron, A. C. (2019) Las batallas del color: Prácticas de imagen al sur de la ciudad de Buenos Aires. Universidad de San Martin. Buenos Aires.
Florida, R. (2014) The Creative Class and Economic Development, Economic Development Quarterly, v. 28, p. 196–205.
Florida, R. (2010) The great reset: How new ways of living and working drive post-crash prosperity. Random House Canada.
Florida, R. (2017) The new urban crisis: Gentrification, housing bubbles, growing inequality, and what we can do about it. Simon and Schuster.
Florida, R. (2005) The rise of the creative class. Hachette UK.
Fortes, A. (2004) Nós do Quarto Distrito: a classe trabalhadora porto-alegrense e a Era Vargas. Garamond. Porto Alegre
Gertner, J. (2004) What makes a city hot. Money, p. 87-92.
Glaeser, E. (2005) Review of Richard Florida's The Rise of the Creative Class. Regional science and urban economics, v. 35, n. 5, p. 593-596.
Grodach, C; Foster, N; Murdoch, J. (2017) Arts industries do not cause gentrification-they tend to chase it. USApp–American Politics and Policy Blog.
Harvey, D. (1989) From managerialism to entrepreneurialism: the transformation in urban governance in late capitalism. Geografiska Annaler: series B, human geography, v. 71, n. 1, p. 3-17.
Krätke, S. (2010) ‘Creative cities’ and the rise of the dealer class: a critique of Richard Florida's approach to urban theory. International journal of urban and regional research, v. 34, n. 4, p. 835-853.
Landry, C. (2013) As origens e futuro da cidade criativa. SESI. São Paulo.
Landry, C. (1990) Glascow: the creative city and its cultural economy. Glasgow Development Agency.
Landry, C. (2012) The art of city making. Routledge.
Landry, C. (1995) The Creative City. Comedia.
Ley, D. (2010) The New Middle Class and the Remaking of the Central City. Introduction: Restructuring and dislocations. The Gentrification Debates. Routledge.
Logan, J. R.; Molotch, H. (1987) Urban fortunes: The political economy of place. Univ of California Press.
Malanga, S. (2004) The curse of the creative class. City journal, v. 14, n. 1, p. 36-45.
Marx, V; Scapini, G. L; Araújo, G. (2022) A dimensão internacional nas transformações urbanas no bairro Floresta em Porto Alegre. Cadernos Metrópole, v. 24, p. 831-852.
Moraes, R; Galiazzi, M. D. C. (2007) Análise textual: discursiva. Editora Unijuí.
Mould, O. (2018) Against creativity. Verso Books.
Mould, O. (2015) Urban subversion and the creative city. Routledge.
Park, E. E. (1967) A cidade: sugestões para a investigação do comportamento humano no meio urbano. O fenômeno urbano, v. 4, p. 13-28.
Peck, J. (2005) Struggling with the creative class. International journal of urban and regional research, v. 29, n. 4, p. 740-770.
Proença Leite, R. (2010) A exaustão das cidades: antienobrecimento e intervenções urbanas em cidades brasileiras e portuguesas. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 25, p. 73-175.
Rocha, A. L. C.; Eckert, C. (2003) Etnografia de rua: estudo de antropologia urbana. RUA, v. 9, n. 1, p. 101-127.
Rose, D. (1984) Rethinking gentrification: beyond the uneven development of Marxist urban theory. Environment and planning D: Society and Space, v. 2, n. 1, p. 47-74.
Schor, J. (2020) After the gig: How the sharing economy got hijacked and how to win it back. Univ of California Press.
Schwartz, B. (2012) Rippling: How social entrepreneurs spread innovation throughout the world. John Wiley & Sons.
Shea, C. (2004) The road to riches? Boston Globe February 29, D1.
Silva, L. H. A. (2019) Reestruturação urbana do bairro Floresta: uma vitrine para o projeto de cidade criativa de Porto Alegre. (Dissertação de Mestrado). Programa de Pós-Graduação em Sociologia. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre.
Silva, L. H. A; Abalos Júnior, J. L; Winckler, J. O. (2023) Criando e Inovando no 4º Distrito: contribuição das subjetividades empreendedoras em Porto Alegre. Editora Licuri, p. 57-83.
Socoloff, I. (2017) Una reflexión sobre los distritos creativos y las mutaciones del empresarialismo urbano porteño. Quid 16. Revista del Área de Estudios Urbanos, n. 7, p. 1-6.
Spain, D. (1993) Been-heres versus come-heres negotiating conflicting community identities. Journal of the American Planning Association, v. 59, n. 2, p. 156-171.
Storper, M; Venables, A. J. (2004) Buzz: face-to-face contact and the urban economy. Journal of economic geography, v. 4, n. 4, p. 351-370.
Vanolo, A. (2013) Alternative Capitalism and Creative Economy: the Case of C hristiania. International Journal of Urban and Regional Research, v. 37, n. 5, p. 1785-1798.
Wincler, J. O; Abalos Júnior, J. L. (2022) Entre cultura e economia criativa: A produção de consensos e contradições no bairro Floresta. In: 4° Distrito a partir do olhar dos atores sociais no Bairro Floresta. 1. ed. Porto Alegre: Editora da UFRGS.
Wood, P; Landry, C. (2008) The intercultural city: Planning for diversity advantage. Routledge.
Zarlenga, M; Marcús, J. (2014) La cultura como estrategia de transformación urbana. Un análisis crítico de las ciudades de Barcelona y Buenos Aires. In: XI Congreso Argentino de Antropología Social.
Zukin, S. (1989) Loft living: Culture and capital in urban change. Rutgers University Press.
Zukin, S. (2000) Paisagens urbanas pós-modernas: mapeando cultura e poder. O espaço da diferença. Papirus, p. 80-103.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Direitos Autorais para artigos publicados nesta revista são do autor, com direitos de primeira publicação para a revista

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1 Autores mantém os direitos autorais com o trabalho publicado sob a Creative Commons - Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional (CC BY-NC 4.0) que permite:
Compartilhar — copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato.
Adaptar — remixar, transformar, e criar a partir do material.
De acordo com os termos seguintes:
Atribuição — Você deve dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas. Você deve fazê-lo em qualquer circunstância razoável, mas de nenhuma maneira que sugira que o licenciante apoia você ou o seu uso.
Não Comercial — Você não pode usar o material para fins comerciais.
2 Autores têm autorização para distribuição, da versão do trabalho publicada nesta revista, em repositório institucional, temático, bases de dados e similares com reconhecimento da publicação inicial nesta revista;
3 Os trabalhos publicados nesta revista serão indexados em bases de dados, repositórios, portais, diretórios e outras fontes em que a revista está e vier a estar indexada.
