"Remedy of Science" and "Remedy of Spirit": the urban uses of the secretion of kambô (Phyllomedusa bicolor)
DOI:
https://doi.org/10.5380/cam.v8i1.9553Keywords:
kambô, katukina, terapias alternativas, religiões ayahuasqueiras, Nova Era.Abstract
Since the second half of the last century, large cities in Brazil began to see the diffusion of the use of a secretion from the frog Phyllomedusa bicolor. Traditionally used as a stimulant and an invigorating agent for hunting by indigenous groups in the southeast of the Amazon (such as the Katukina, Yawanawá and the Kaxinawá), kambô has found a double interest in urban centers: as a "remedy of science", in which biochemical properties are stressed, and as a "remedy of spirit", in which the "indigenous origins" are more valued. The urban diffusion of the use of kambô has mainly taken place via healing clinics which offer alternative therapies and via the Brazilian ayahuasca religions. Kambô providers are quite diverse, including indigenous healers, ex-rubber tapers, holistic therapists and doctors. In this article we present an ethnography of the diffusion of the use of kambô. The analysis focuses mostly on the discourses that various providers have developed around the use of this secretion, believed by some to be a kind of ‘power plant’ analogous to peyote and ayahuasca.
References
ÁVILA, Tiago. 2005. “Não é do Jeito que Eles Quer, é do Jeito que Nós Quer”: biotecnologia e o acesso aos conhecimentos tradicionais dos Krahô. Dissertação de Mestrado. Brasília: Universidade de Brasília.
BECKER, Howard S. 1966. Outsiders: studies in the sociology of deviance. Londres: Free Press of Glencoe.
CARNEIRO, Robert. 1970. “Hunting and Hunting Magic among the Amahuaca of the Peruvian Montaña”. Ethnology 9(4): 331-341. https://doi.org/10.2307/3773039
CARNEIRO, Henrique. 2002. Amores e Sonhos da Flora. Afrodisíacos e alucinógenos na botânica e na farmácia. São Paulo: Xamã.
CARNEIRO, Henrique. 2005. “Transformações do Significado da Palavra ‘Droga’: das especiarias coloniais ao proibicionismo contemporâneo”. In: Renato P. Venâncio e Henrique S. Carneiro (orgs.) Álcool e Drogas na História do Brasil. Belo Horizonte/São Paulo: Editora da PUC-Minas/Alameda.
CARNEIRO, Henrique. 2005. Pequena Enciclopédia da História das Drogas e Bebidas. Rio de Janeiro: Campus/Elsevier.
CARNEIRO, Henrique. (no prelo). “Autonomia ou Heteronomia nos Estados Alterados de Consciência”. In Beatriz Labate, Maurício Fiore e Sandra Goulart (orgs) Drogas: perspectivas em ciências humanas. Campinas: Editora Mercado de Letras.
CARNEIRO DA CUNHA, Manuela. 2005. “Des Grenouilles et des Hommes”. Télérama hors série, Les Indiens du Brésil. Março 2005, pp. 80-83.
DALY, J. W., J. Caceres, R. W. Moni, F. Gusovsky, M. Moo, K. B. Seamon, K. Milton E C. Myers. 1992. “Frog Secretions and Hunting Magic in the Upper Amazon: identification of a peptide that interacts with an adenosine receptor”. Proceedings of the National Academy of Sciences 89: 10960-10963. https://doi.org/10.1073/pnas.89.22.10960
DA MATTA, Roberto. 1973. “Panema: uma tentativa de análise estrutural”. In Ensaios de Antropología Estrutural. Petrópolis: Vozes.
DOUGLAS, Mary. 1976. Pureza e Perigo. São Paulo: Perspectiva.
FIORE, Maurício. 2002. “Algumas Reflexões sobre os Discursos Médicos a Respeito do Uso de ‘Drogas’”. Disponível em http://www.neip.info/downloads/anpocs.pdf.
FIORE, Maurício. 2004. Controvérsias Médicas e a Questão do Uso de Drogas. Dissertação de Mestrado em Antropologia Social. São Paulo: Universidade de São Paulo.
GINZBURG, Carlo. 1991. História Noturna. Decifrando o Sabá. São Paulo: Companhia das Letras.
LABATE, Beatriz. 2004a. A Reinvenção do Uso da Ayahuasca nos Centros Urbanos. Campinas: Mercado de Letras/ FAPESP.
LABATE, Beatriz. 2004b. Ayahuasca Mamancuna merci beaucoup: diversificação e internacionalização do vegetalismo ayahuasqueiro peruano. Exame de qualificação do Doutorado em Ciências Sociais. Campinas: Unicamp.
LABATE, Beatriz C. e Wladimyr Sena Araújo (orgs.). 2004. O Uso Ritual da Ayahuasca. 2ª. ed. Campinas: Mercado de Letras/FAPESP
LABATE, Beatriz; Sandra Goulart; Henrique Carneiro. 2005. “Introdução”. In B. Labate e S. Goulart (orgs.) O Uso Ritual das Plantas de Poder. Campinas: Mercado de Letras/FAPESP.
LIMA, Edilene Coffaci de. 2000. Com a Pedra da Serpente. Homens, animais e espíritos nas concepções Katukina sobre a natureza. Tese de doutorado. São Paulo: Universidade de São Paulo/ Departamento de Antropologia.
LIMA, Edilene Coffaci de. 2005. “Kampu, kampo, kambô: o uso do sapo-verde entre os Katukina”. Revista do IPHAN 32: 254-267.
LIMA, Edilene C. e Beatriz C. Labate. 2006. “Das Florestas Acreanas aos Grandes Centros Urbanos”. In Carlos A. Ricardo e Fany Ricardo (orgs) Povos Indígenas no Brasil: 2001/2005. São Paulo: Instituto Socioambiental.
LIMA, Edilene C. e Beatriz C. Labate. (no prelo). “A Expansão Urbana do Kambô (Phyllomedusa bicolor): notas etnográficas”. In B. Labate, M. Fiore e S. Goulart (orgs) Drogas: perspectivas em ciências humanas. Campinas: Editora Mercado de Letras.
LOPES, Leandro Altheman. 2005. Kambô, a Medicina da Floresta (experiência narrativa). Trabalho de conclusão de curso em Comunicação Social - habilitação Jornalismo e Editoração. São Paulo: Universidade de São Paulo. Disponível em http://www.neip.info/downloads/leandro_kambo.pdf.
MAGNANI, José Guilherme. 1999. “O Xamanismo Urbano e a Religiosidade Contemporânea”. Religião e Sociedade 20(2): 113-140.
MARTINS, Homero Moro. 2006. Os Katukina e o Kampô: aspectos etnográficos da construção de um projeto de acesso a conhecimentos tradicionais. Dissertação de Mestrado. Brasília: Universidade de Brasília/ Departamento de Antropologia.
MILTON, Katherine. 1994. “No Pain, no Game”. Natural History IX: 44-51.
MORAES, Ricardo Gaiot to. s/d. “Macunaíma: um esboço do Brasi l”. Publicações de alunos de graduação e pós-graduação do Instituto de Estudos da Linguagem da UNICAMP (Especial Macunaíma). Disponível em http://www.unicamp.br/iel/site/alunos/publicacoes/.
NEGRI, L., G. F. Erspamer, C. Severini, R. L. Potenza, P. Melchiorri E V. Erspamer. 1992. “Dermorphin-related peptides from the skin of Phyllomedusa bicolor and their amidated analogs activate two µ opioid receptor subtypes that modulate antinociception and catalepsy in the rat”. Proceedings of the National Academy of Sciences 89: 7203-7207. https://doi.org/10.1073/pnas.89.15.7203
OTT, Jonathan. 2004. “Farmahuasca, Anahuasca e Jurema Preta: farmacologia humana de DMT oral mais harmina”. In Beatriz C. Labate e Wladimyr Sena Araújo (orgs.) O Uso Ritual da Ayahuasca. 2ª. ed. Campinas: Mercado de Letras/ FAPESP.
PÉREZ GIL, Laura. 1999. Pelos Caminhos de Yuve: conhecimento, cura e poder no xamanismo Yawanawá. Dissertação de Mestrado em Antropologia Social. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina.
ROSE, Isabel Santana de. 2005. Espiritualidade, Terapia e Cura: um estudo sobre a expressão da experiência no Santo Daime. Dissertação de Mestrado em Antropologia Social. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina.
RUDGLEY, Richard. 1993. Essential Substances. A cultural history of intoxicants in society. Nova York: Kodansha International.
RUDGLEY, Richard. 1999. Enciclopédia de las Substancias Psicoativas. Barcelona: Paidós. pp. 274-280.
SEIBEL, Sergio Dario e Alfredo Toscano Jr. 2000. “Conceitos Básicos e Classificação Geral das Substâncias Psicoativas”. In S. D. Seibel e A. Toscano Jr. (orgs). Dependência de Drogas. São Paulo: Atheneu
SHEPARD Jr., Glenn. 2005. “Venenos Divinos: plantas psicoativas dos Machiguenga do Peru”. In B. Labate e S. Goulart (orgs.) O Uso Ritual das Plantas de Poder. Campinas: Mercado de Letras.
SOARES, Luiz Eduardo. 1994. O Rigor da Indisciplina. Ensaios de Antropologia Interpretativa. Rio de Janeiro: Iser/Relume- Dumará.
SOUZA, Moisés Barbosa et alii. 2002. “Anfíbios”. In Manuela Carneiro da Cunha e Mauro Almeida (orgs). Enciclopédia da Floresta. O Alto Juruá: práticas e conhecimentos das populações. São Paulo: Cia. das Letras.
VENTURA, Zuenir. 2003. Chico Mendes. Crime e castigo. São Paulo: Companhia das Letras.
ZINBERG, Norman. 1984. Drug, Set and Setting. Nova Haven: Yale University Press.
Jornais, Revistas e Sítios Eletrônicos
ANTUNES, Archibaldo. 2001. “A Magia do Kambô”. Outras Palavras. Rio Branco, Número 13.
ARANHA, Ana. 2006. “E a Princesa Beijou o Sapo”. Época, 23 de janeiro de 2006.
BEZERRA, José Augusto. 2004. “A Ciência do Sapo”. Globo Rural nº 228. Outubro.
DINIZ, Tatiana. 2005. “Apesar de Proibida, Pacientes Recorrem à Vacina do Sapo”. Folha de S. Paulo, 03 de novembro, Caderno Equilíbrio.
GORMAN, Peter. 1993. “Making Magic”. Omni Magazine. Julho. Disponível em http://www.pgorman.com/MakingMagic. htm. Acesso em 21 de novembro de 2005.
GORMAN, Peter.. 1995. “Between the Canopy and the Forest Floor”. High Times Magazine. Janeiro. Disponível em http://www.pgorman.com/BetweentheCanopyandtheForestFloor.htm. Acesso em 21 de novembro de 2005.
LABATE, Bia. 2005. “A Rã que Cura?” Superinteressante. Maio, nº 213.
LABATE, Bia. “O Pajé que Virou Sapo e Depois Promessa de Remédio Patenteado”. Disponível em http://www.antropologia. com.br/colu.html. Acesso em 30 de agosto de 2005.
LAGES, Amarílis. 2005. “Uso de Veneno de Rã deixa Floresta e ganha Adeptos nas Metrópoles”. Folha de S. Paulo, 12 de abril, página C3.
LOPES, Leandro A. 2001. “Herança da Floresta”. Outras Palavras. Rio Branco, nº 13. PÁGINA 20. “Cura do Câncer”. Rio Branco, 2 de julho de 2003.
PRADA, Paulo. 2005. “Poisonous Tree Frog Could Bring Wealth to Tribe in Brazilian Amazon”. New York Times, 30 de maio de 2006.
REUTERS. “Brazilian Frog Could Cure Diseases”. 12 de junho de 2006. http://www.reuters.com/news/video/ videoStory?videoId=1344 Acesso em 23/02/2007.
WEISS, Bruno. 2006. “Povo Katukina Faz Alerta Contra Uso Indevido do Kampô, a ‘Vacina do Sapo’”. Instituto Socioambiental. Disponível em http://www.socioambiental.org/nsa/detalhe?id=2247. Acesso em 27 de abril de 2006.
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
Authors who publish in this journal agree to the following terms:
1 Authors retain copyright to work published under Creative Commons - Attribution-NonCommercial 4.0 International (CC BY-NC 4.0) which allows:
Share — copy and redistribute material in any medium or format
Adapt — remix, transform, and build upon material
In accordance with the following terms:
Attribution — You must give appropriate credit, provide a link to the license, and indicate if changes have been made. You must do so under any reasonable circumstances, but in no way that suggests that the licensor endorses you or your use.
Non-Commercial — You may not use the material for commercial purposes.
2 Authors are authorized to distribute the version of the work published in this journal, in institutional, thematic, databases and similar repository, with acknowledgment of the initial publication in this journal;
3 Works published in this journal will be indexed in databases, repositories, portals, directories and other sources in which the journal is and will be indexed.
