A raiz, o sangue e o fruto: terra, família e memória entre famílias de refugiados palestinos da Síria
DOI:
https://doi.org/10.5380/cra.v26i(1).91662Palavras-chave:
refugiados palestinos, família, sangue, memória, ocupação urbana, movimento social.Resumo
Neste artigo descrevo como aspectos constitutivos das “socialidades do refúgio” conformadas em uma ocupação urbana intercultural em São Paulo e elaboradas pelas famílias de palestinos refugiados do conflito sírio, produzindo, a um só tempo, uma significação situacional para sua experiência recente no Brasil e para sua existência secular refúgio na Síria a partir da perpetuação dos palestinos no tempo, conectando passado, presente e um futuro coletivos. Com isso, almejo oferecer a um só tempo, uma visão do microcosmo social da ocupação nesse período e seus moradores palestinos, suas socialidades e modos de vida no refúgio, incluindo aí algumas formas de coletivização, como o fazer família.Referências
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