As Pombogiras e o Comitê de Ética em Pesquisa: Acertos, acordos e encontros na encruzilhada

Autores

  • Humberto Manoel de Santana Jr Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca, Programa de Pós-Graduação em Relações Étnico-Raciais (PPRER/CEFET-RJ), Rio de Janeiro-RJ https://orcid.org/0000-0001-9678-8549

DOI:

https://doi.org/10.5380/cra.v25i1.90375

Palavras-chave:

Encruzilhada, Pombogira, Comitê de Ética em Pesquisa, Composição.

Resumo

Este artigo apresenta uma reflexão sobre a experiência etnográfica de uma pesquisa com as Pombogiras e os encontros e desencontros até a aprovação da pesquisa pelo Comitê de Ética em Pesquisa nas Ciências Humanas e Sociais da Universidade Estadual de Campinas (CEP/Unicamp), buscando fazer dessa encruzilhada uma composição. Por se tratar de uma etnografia construída a partir da perspectiva apresentada pelas Pombogiras, sendo assim, do espírito que ocupa o corpo do sacerdote ou da sacerdotisa, foram se construindo alguns obstáculos em relação ao Comitê de Ética da Pesquisa. Esse texto nos propõe a reflexão sobre o que podemos aprender com as Pombogiras, a encruzilhada e os acertos para uma reflexão sobre a possibilidade de um encontro entre o campo, as Pombogiras e o CEP/Unicamp, pois assim como é preciso seguir a formalidade do CEP/Unicamp, também é preciso que o CEP/Unicamp conheça um pouco das especificidades de cada campo.

Biografia do Autor

Humberto Manoel de Santana Jr, Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca, Programa de Pós-Graduação em Relações Étnico-Raciais (PPRER/CEFET-RJ), Rio de Janeiro-RJ

Pesquisador de Pós-Doutorado no Programa de Relações Étnico-Raciais do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (PPRER/CEFET/RJ). Doutor em Ciências Sociais pelo Programa de Ciências Sociais da Unicamp (PPGCS/Unicamp)

Referências

Anjos, José Carlos Gomes dos. (2006). Território da linha cruzada: a cosmopolítica afro- brasileira. Porto Alegre: UFRGS.

Anjos, José Carlos Gomes dos. (2008). A Filosofia Política da Religiosidade Afro-Brasileira como Patrimônio Cultural Africano. Debates do NER, 13, 77-96.

https://doi.org/10.22456/1982-8136.5248

Baniwa, Gersem Luciano. (2019). Antropologia colonial no caminho da antropologia indígena. Novos Olhares Sociais, vol. 2, n. 1, 22-40.

Bastide, Roger. (1961). O candomblé da Bahia: o tiro nagô. São Paulo: Companhia Editora Nacional.

Bevilaqua, Ciméa. (2010). Ética e planos de regulamentação da pesquisa: princípios gerais, procedimentos contextuais. In Soraya Fleischer, & Patrice Schuch (orgs.). Ética e regulamentação na pesquisa antropológica. (pp. 71-90) Brasília: Ed. UnB; Letras Livres.

Brasil. (2012). Conselho Nacional de Saúde. Resolução n. 466, de 12 de dezembro de 2012. Disponível em: https://conselho.saude.gov.br/resolucoes/2012/Reso466.pdf.

Cardoso, Vania Zikán. (2004). Trabalhando com espíritos: sinais enigmáticos da socialidade negra (Brasil). (Tese de Doutorado em Filosofia). Universidade do Texas em Austin.

Cardoso de Oliveira, Luís Roberto. (2004). Pesquisas em versus pesquisas com seres humanos. In Ceres Víctora et al. (orgs.). Antropologia e ética: o debate atual no Brasil. (pp. 33-44). Niterói: ABA; EdUFF.

Cardoso de Oliveira, Luís, Roberto. (2010). A antropologia e seus compromissos e/ou responsabilidades éticas. In Soraya Fleischer & Patrice Schuch (orgs.). Ética e regulamentação na pesquisa antropológica. (pp. 25-38) Brasília: Ed. UnB/Letras Livres.

Carvalho, José Jorge. (1994). Violência e caos na experiência religiosa: a dimensão dionisíaca dos cultos afro-brasileiros. In Carlos Eugênio Marcondes de Moura (org). As senhoras do pássaro da noite. São Paulo: EDUSP.

https://doi.org/10.22380/2539472X.1572

Castro Santos, Luiz Antonio de, & Jeolás, Leila. (2015). Apresentação: a pesquisa e sua ética, o poder e sua norma. Revista Brasileira de Sociologia, v. 3, n. 15, 11-30. https://doi.org/10.20336/rbs.92

Diniz, Debora, & Guerriero, Iara C. (2008). Ética na pesquisa social: desafios ao modelo biomédico. Revista Eletrônica de Comunicação & Informação e Inovação em Saúde, v. 2, n. Dez, p. Sup.78-90.

https://doi.org/10.3395/reciis.v2. Sup1.211pt

Ferreira, Luciane Ouriques. (2010). A dimensão ética do diálogo antropológico: aprendendo a conversar com o nativo. In Soraya Fleischer & Patrice Schuch (orgs.). Ética e regulamentação na pesquisa antropológica. (pp. 141-158). Brasília: Ed. UnB; Letras Livres.

Fleischer, Soraya. (2018). Uma antropóloga num Comitê de Ética em Pesquisa Social: um relato pessoal. Amazônica Revista de Antropologia (Online) 10 (2): 468 – 490.

Heibborn, Maria Luiza. (2004). Antropologia e saúde: considerações éticas e conciliação multidisciplinar. In Ceres Víctora et al. (orgs.). Antropologia e ética: o debate atual no Brasil. (pp. 57-64). Niterói: ABA; EdUFF.

Lapoujade, David. (2017). Potências do tempo. 2 ed. São Paulo: n-1 edições.

Mauss, Marcel (2017). Uma categoria do espírito humano: a noção de pessoa, a de “eu”. In Marcel Mauss. Sociologia e Antropologia. (pp. 387-417). 1ª Edição. São Paulo: Ubu Editora.

Mulago, Vicent. (1965). Um visage africain du christianisme, Presénce africaine, Paris.

Pignarre, Philippe, & Stengers, Isabelle. (2005). La sorcellerie capitaliste. Pratiques de désenvoutement. Paris: La Découverte

Santos, Antônio Bispo dos. (2015). Colonização, quilombos: modos e significações. INCT, Brasília.

Sarti, Cynthia. (2015) A ética em pesquisa transfigurada em campo de poder: notas sobre o sistema CEP/Conep. Revista Brasileira de Sociologia, v. 3, n. 15, 77-96. https://doi.org/10.20336/rbs.94

Schimidt, Maria Luisa Sandoval. (2015). Ética e regramento em pesquisa nas Ciências Humanas e Sociais. Revista Brasileira de Sociologia, v. 3, n. 15, 113-132. https://doi.org/10.20336/rbs.96

Serra, Ordep. (2001). No caminho de Aruanda: a umbanda candanga revisitada. Afro-Ásia, 25-26: 215-256. https://doi.org/10.9771/aa.v0i25-26.21013

Strathern, Marilyn. (2000). Audit cultures: anthropological studies in accountability, ethics and the academy. European Association of Social Anthropologists.

Tempels, P. (2005). Filosofia Bantu. Ed. Medusa, Milano.

Víctora, Ceres. (2013). O ético e o legal nos processos de apropriação profissional da experiência social. In Cynthia Sarti, & Luiz Fernando Dias Duarte (Org.) Antropologia e ética: desafios para a regulamentação. (pp.106-130). Brasília-DF: ABA.

Viveiros de Castro, Eduardo. (2002). O nativo relativo. MANA 8 • (1) •113-148.

https://doi.org/10.1590/S0104-93132002000100005

Wagner, Roy. (2017). A invenção da cultura. Trad. Marcela Coelho de Souza e Alexandre Morales. São Paulo: Ubu Editora.

Downloads

Publicado

2024-10-03

Como Citar

Santana Jr, H. M. de. (2024). As Pombogiras e o Comitê de Ética em Pesquisa: Acertos, acordos e encontros na encruzilhada. Campos - Revista De Antropologia, 25(1). https://doi.org/10.5380/cra.v25i1.90375

Edição

Seção

Artigos