“Matemática atraía mais os homens": olhares docentes sobre gênero e masculinidades
DOI:
https://doi.org/10.5380/cra.v24i2.87164Palavras-chave:
gênero, masculinidades, docência, Matemática.Resumo
Essa pesquisa qualitativa teve como principal objetivo problematizar discursos sobre gênero e masculinidades a partir dos enunciados de 12 professores de Matemática da rede pública de ensino municipal e estadual de uma cidade do Cariri Cearense, foram realizadas entrevistas semiestruturadas, via plataforma digital em decorrência do contexto pandêmico da COVID-19, e como procedimento analítico adotamos a análise cultural. Desse modo, a partir da problematização de discursos machistas, sexistas, misóginos e homofóbicos alicerçados no sistema patriarcal e padrão cisheteronormativo, evidenciamos a carência de (in)formações dos docentes acerca das temáticas gênero e masculinidades. Assim, concluímos que as masculinidades com suas múltiplas identidades e diferenças precisam ser reconhecidas e para tanto são necessárias mudanças formativas nos cursos de licenciatura, sobretudo em Matemática, visando incorporar nos currículos escolares e acadêmicos, temáticas socioculturais, como gênero e sexualidade, para possibilitar a desconstrução de preconceitos, binarismos e representações estereotipadas sobre o que significa “ser homem/tornar-se homem”.
Referências
Almeida, Miguel Vale de (1996). Gênero, masculinidade e poder. Anuário antropológico, 95, 161-189.
Barbosa, Lucas Alves Lima (2016). Masculinidades, feminilidades e educação matemática: análise de gênero sob ótica discursiva de docentes matemáticos. Educação e Pesquisa, 42(3), 697-712. (https://doi.org/10.1590/S1517-9702201609149400)
Beauvoir, Simone. (2009). O segundo sexo. (2a ed.). Rio de Janeiro – RJ. Editora Nova Fronteira.
Blau, Thaís Gabriela & Eliane, Cadoná (2019). (Des) construção de gênero no cenário sertanejo universitário. Psicologia em Foco, 11 (16), 2019.
Bourdieu, Pierre (2012). A dominação masculina. (11a ed). Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2012.
Butler, Judith. (2000). Corpos que pesam: sobre os limites discursivos do ‘sexo’. In: Guacira Lopes, Louro (Org.). O corpo educado: pedagogias da sexualidade. Belo Horizonte: Autêntica. pp. 151-172.
Chassot, Attico. (2004). A ciência é masculina? É, sim senhora!.. Revista Contexto & Educação, 19 (71-72), 9-28.
Connell, R. W. (2016). Gênero em termos reais. São Paulo: nVersos.
Foucault, Michel. (1994). A arqueologia do saber. Rio de Janeiro: Forense Universitária.
Foucault, Michel. (2015). História da Sexualidade 1: a vontade do saber. (2a ed.). São Paulo: Paz e Terra.
Louro, G. L. (1997). Gênero, Sexualidade e Educação: Uma perspectiva pós-estruturalista (2a ed.). Petrópolis, RJ: Vozes.
Louro, Guacira Lopes. (jul./dez, 2000). Corpo, escola e identidade. Educação & Realidade, Porto Alegre, 25, 59-76.
Louro, Guacira Lopes. (2003). Currículo, gênero e sexualidade: o “normal” o “diferente” e o “excêntrico”. Petrópolis: Vozes.
Louro, Guacira Lopes. (2004). Um corpo estranho: ensaios sobre sexualidade e teoria queer. Belo Horizonte: Autêntica.
Louro, Guacira Lopes. (maio/ago., 2008). Gênero e sexualidade: pedagogias contemporâneas. Revista Pro-Posições, 19(2), (56), 17-23.
Louro, Guacira Lopes. (2017). Flor de açafrão: takes, cuts, close-ups. Belo horizonte: Autêntica.
Melo, Hildete Pereira de; Oliveira, André Barbosa. (2006). A produção científica brasileira no feminino. Cadernos pagu, (27), 301-331.
Meyer, Dagmar Estermann. (jan./fev. 2004). Teorias e políticas de gênero: fragmentos de histórias e desafios atuais. Revista Brasileira de Enfermagem, Brasília, 57(1), 13 -18.
Meyer, Dagmar Estermann. (2013). Gênero e educação: teoria e política. In: Louro, Guacira Lopes; Felipe, Jane; Goellner, Silvana Vilodre (Org.). Corpo, gênero e sexualidade: um debate contemporâneo na educação. (9a ed.) (pp. 11-29). Petrópolis: Vozes.
Muylaert, Camila Junqueira et al. (2014). Entrevistas narrativas: um importante recurso em pesquisa qualitativa. Revista da Escola de Enfermagem da USP, 8(SPE2), 184-189. (https://doi.org/10.1590/S0080-623420140000800027)
Nogueira, C. e Saavedra, L. (2007). “Estereótipos de gênero. Conhecer para os transformar”. Cadernos Sacausef III, p.10-30.
Oliveira, Francis Fonseca. (2018). Entrelaçando masculinidades e juventudes no Portal de Periódicos CAPES entre 2000 e 2017. Dissertação (Mestrado). UFS.
Pereira, Marlyson Junio Alvarenga. (2019). “Viadinho, bicha louca”: travestis e o esquecimento do outro. Revista Aurora, 42, (Edição Esp), 107-116.
Platero, R. (2008). La homofobia como elemento clave del acoso escolar homofóbico. Algunas voces desde Rivas Vaciamadrid. Información Psicológica, 94, 71-83.
Rios, Pedro Paulo Souza; Dias, Alfrâncio Ferreira; BRAZÃO, José Paulo Gomes. (Out-Dez, 2019). “Lembro-me de querer andar durinho, como se diz que homem deve ser”: a construção do corpo gay na escola. Revista Exitus, 9(4), 775-804.
Santana, José Ricardo de Sousa, Belmino, Marcus Cezar de Borba (2017). “Identidades de gênero na perspectiva da teoria do self: uma leitura “gestáltica” acerca da sexualidade na contemporaneidade”. Revista IGT na Rede, 14 (27), 136-162.
Schiebinger, Londa. (jun., 2008). Mais mulheres na ciência: questões de conhecimento. Apresentação de Maria Margaret Lopes. História, Ciências, Saúde – Manguinhos, Rio de Janeiro, 15 (supl.), 269-281.
Scott, Joan. (1995). Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Educação & Realidade, 20 (2).
Scott, Joan. (dez. 2012). Os usos e abusos do gênero. Projeto História, São Paulo, (45), 327-351.
Seffner, Fernando. (2011). Um bocado de sexo, pouco giz, quase nada de apagador e muitas provas: cenas escolares envolvendo questões de gênero e sexualidade. Revista Estudos Feministas, 19(2), 561-572. (https://doi.org/10.1590/S0104-026X2011000200017)
Silva, Tomaz Tadeu da. (2014). (Org.). Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos culturais. (15. ed.) Petrópolis: Vozes.
Silva, Tomaz Tadeu. (2015). Documentos de identidade: Uma introdução às teorias do currículo (3a ed.). Belo Horizonte: Autêntica.
Souza, Maria Celeste Reis Fernandes de & Fonseca, Maria da Conceição Ferreira. (2009). Discurso e" verdade": a produção das relações entre mulheres, homens e Matemática. Estudos Feministas, 17(2), 595-613. (https://doi.org/10.1590/S0104-026X2009000200016).
Timmermann, Glaucia Luciana Keidann & Pires, Fabiana Lasta Beck. (2014). Uma análise dos efeitos da educação generificada na escolha pela profissão entre as diferentes áreas da TI X ANPED SUL, Florianópolis, outubro de 2014.
Walkerdine, Valerie. (jan./jun., 2007). Ciência, razão e a mente feminina. Educação & Realidade, 32(1), 7-24.
Welzer-Lang, D. (2001). A construção do masculino: dominação das mulheres e homofobia. Revista Estudos Feministas (Florianópolis), ano 9(2).
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1 Autores mantém os direitos autorais com o trabalho publicado sob a Creative Commons - Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional (CC BY-NC 4.0) que permite:
Compartilhar — copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato.
Adaptar — remixar, transformar, e criar a partir do material.
De acordo com os termos seguintes:
Atribuição — Você deve dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas. Você deve fazê-lo em qualquer circunstância razoável, mas de nenhuma maneira que sugira que o licenciante apoia você ou o seu uso.
Não Comercial — Você não pode usar o material para fins comerciais.
2 Autores têm autorização para distribuição, da versão do trabalho publicada nesta revista, em repositório institucional, temático, bases de dados e similares com reconhecimento da publicação inicial nesta revista;
3 Os trabalhos publicados nesta revista serão indexados em bases de dados, repositórios, portais, diretórios e outras fontes em que a revista está e vier a estar indexada.