Open Journal Systems

Por um olhar para a Angola que funciona

Marcela Santander

Resumo


Avalio a relevância da obra da antropóloga sul-africana Jess Auerbach à luz da formação da
sociedade angolana ao longo do período colonial. Argumento, do ponto de vista dos estudos angolanistas, que a independência do país não acarretou rupturas robustas que tenham alterado o funcionamento da sociedade e que, portanto, não é possível desvencilhar a historicidade do contexto contemporâneo onde está inserida a classe média analisada. Ainda assim, as contribuições da autora para a antropologia atravessam toda a obra: a didática, a transparência e as reflexões sobre o trabalho de campo, a escrita e o ensino da disciplina torna a obra instigante e necessária.

Palavras-chave


classe média; colonialismo; Angola pós-colonial

Texto completo:

PDF

Referências


Auerbach, J. (2021). Da água ao vinho: tornando-se classe média em Angola. São Carlos: Áporo Editorial; Brasília: ABA Publicações. https://doi.org/10.48006/9786500218749

Auerbach, J. (2022). Expanding available futures: ideological contestation in Angola’s emerging higher education sector. Comparative Education Review, 66(1). https://doi.org/10.1086/717552

Bittencourt, M. (1999). Dos jornais às armas: trajectórias da contestação angolana. Lisboa: Vega.

Bourdieu, P. (1984). Distinction: a social critique of the judgement of taste. Cambridge: Harvard University Press.

Conceição Neto, M. (1997). Ideologias, contradições e mistificações da colonização de Angola no século XX. Lusotopie, 4, 327-357.

Dias, J. R. (1984). Uma questão de identidade: respostas intelectuais às transformações económicas no seio da elite crioula da Angola portuguesa entre 1870 e 1930. Revista Internacional de Estudos

Africanos, 1, 61-94.

Dulley, I. (2015). A historiografia sobre a “conversão” nas colônias portuguesas na África e a trajetória de Jesse Chiula Chipenda. África, 35, 57-86. https://doi.org/10.11606/issn.2526-303X.v0i35p57-86

Gastrow, C. (2020). Housing middle-classness: formality and the making of distinction in Luanda. Africa, 90(3), 509-528. https://doi.org/10.1017/S0001972020000054

Messiant, C. (2006). L’Angola colonial, histoire et société. Les prémisses du mouvement nationaliste. Basel: P. Schlettwein Publishing. https://doi.org/10.3917/kart.mess.2009.01

Messiant, C. (2009). L’Angola postcolonial: sociologie d’une oléocratie. Paris: Karthala.

Pepetela. (2008). Predadores. Rio de Janeiro: Língua Geral.

Sahlins, M. (1997). O "pessimismo sentimental" e a experiência etnográfica: por que a cultura não é um "objeto" em via de extinção (parte II). Mana, 3(2), 103-150. https://doi.org/10.1590/S0104-93131997000200004

Tali, J. M. M. (2001). Dissidências e poder de estado - o MPLA perante si próprio (1962-1977): ensaio de história política. Luanda: Nzila.

Thomaz, O. R. (1996) Do saber colonial ao luso-tropicalismo: "raça" e "nação" nas primeiras décadas do salazarismo. In M. C. Maio, & R. V. Santos (orgs.). Raça, ciência e sociedade (pp. 84-106). Rio de

Janeiro: Editora Fiocruz.

Tsing, A. L. (2015). The Mushroom at the end of the world. Princeton: Princeton University Press.

Wheeler, D., & Pélissier, R. (2009). História de Angola. Lisboa: Tinta-da-China.




DOI: http://dx.doi.org/10.5380/cra.v24i1.86544

Apontamentos

  • Não há apontamentos.