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Entre estigmas e afetos: a experiência escolar de jovens em uma periferia de Curitiba-PR

Kamille Brescansin Mattar, Maria Tarcisa Silva Bega

Resumo


Este trabalho é resultado de pesquisa empírica, baseada em observação participante e realizada em escola da rede pública estadual em Curitiba, Paraná. De forma geral, pretende-se discutir a experiência dos jovens em termos escolares. A hipótese é que essa experiência é marcada pelas condições territoriais e sociais em que a escola está inserida: uma periferia. Por isso, pergunta-se se a condição de periferia da região repercute nas experiências dos estudantes. As interações no interior da escola e com a região se constituem nos objetos centrais, a partir dos quais defendemos que, de um lado, esta experiência é estigmatizante; de outro, é afetiva. Nesse sentido, argumenta-se que o processo de estigmatização se vincula e divide espaço com o processo de atribuir sentido à escola, por meio de uma potencial sociabilidade dos afetos. Por fim, questiona-se: se não a experiência desses jovens, o que, afinal, daria sentido à escola?


Palavras-chave


Sociologia Urbana; Juventude; Experiência escolar; Efeito-território; Afetos

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DOI: http://dx.doi.org/10.5380/cra.v21i2.74219

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