A alteridade na pesquisa escolar: apontamentos a partir de um trabalho de campo em escolas uruguaias
Resumo
A pesquisa etnográfica em contexto escolar é forjada na interface entre a antropologia e a educação e, apesar de seus avanços em período recente, podemos afirmar que a escola ainda constitui um campo relativamente pouco explorado por antropólogos brasileiros. Visando a contribuir com esse debate, parto de uma experiência de trabalho de campo para refletir sobre alguns aspectos particulares desse tipo de pesquisa. Neste artigo, foco na questão da alteridade na pesquisa etnográfica em educação, argumentando que nesse contexto radicaliza-se a alteridade mínima existente, o que nos leva a uma reflexão sobre a relação entre antropólogo e nativo no contexto escolar.
Palavras-chave
Texto completo:
PDFReferências
Barth, F. (2000). O Guru, o Iniciador e Outras Variações Antropológicas. Rio de Janeiro: Contra Capa Livraria.
Bourdieu, P. (1998). Escritos de Educação. Petrópolis: Vozes.
Bourdieu, P. (2011). Homo Academicus. Florianópolis: EDUFSC.
Bourdieu, P., & Passeron, J. (2008). A Reprodução. Petrópolis: Vozes.
Corsaro, W. (2005). Entrada no campo, aceitação e natureza da participação nos estudos etnográficos com crianças pequenas. Educação & Sociedade, 26(91), 443-464. https://doi.org/10.1590/S0101-73302005000200008
Dauster, T. (2015). An interdisciplinary experience in anthropology and education: memory, academic project and political background. Vibrant, 12(2), 451-496. https://doi.org/10.1590/1809-43412015v12n2p451
Durham, E. (2004). A dinâmica da cultura: ensaios de Antropologia. São Paulo: Cosac Naify.
Eugênio, F. (2003). De como olhar onde não se vê: ser antropóloga e ser tia em uma escola especializada para crianças cegas. In G. Velho, & K. Kuschnir (orgs.). Pesquisas urbanas: desafios do trabalho antropológico (pp. 208-220). Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed.
Geertz, C. (1989). A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: LTC.
Gomes, E. de C., & Meneses, R. A. (2008). Etnografias possíveis: ‘estar’ ou ‘ser’ de dentro. Ponto Urbe, 3, 1-23. https://doi.org/10.4000/pontourbe.1748
Gusmão, N. (1997). Antropologia e educação: origens de um diálogo. Cadernos CEDES, 18(43), 8-25. https://doi.org/10.1590/S0101-32621997000200002
Ingold, T. (2000). The perception of the environment: essays on livelihood, dwelling and skill. London: Routledge.
Latour, B. (1994). Jamais fomos modernos: ensaio de antropologia simétrica. Rio de Janeiro: Editora 34.
Lave, J. (2015). Aprendizagem como/na prática. Horizontes Antropológicos, 21(44), 37-47. https://doi.org/10.1590/S0104-71832015000200003
Magnani, J. G. C. (2009). Etnografia como prática e experiência. Horizontes Antropológicos, 15(32), 129-156. https://doi.org/10.1590/S0104-71832009000200006
Magnani, J. G. C. (2002). De perto e de dentro: notas para uma etnografia urbana. Revista Brasileira de Ciências Sociais, 17(49), 11-29. https://doi.org/10.1590/S0102-69092002000200002
Maia, B. (2017). O que torna o professor um ‘bom professor’? Carisma e autoridade na escola pública. Antropolítica, 43, 73-99. https://periodicos.uff.br/antropolitica/article/view/41800
Marrero, A. (2010). Formación docente y producción de conocimiento en el sistema de educación superior uruguayo: una cuestión sin resolver. RAES. Revista Argentina de Educación Superior, 2(2),
-133. Disponível em: https://dialnet.unirioja.es/servlet/oaiart?codigo=6488175
Oliveira, A. (2013). Por que etnografia no sentido estrito e não estudos do tipo etnográfico em educação? Revista da FAEEBA - Educação e Contemporaneidade, 22(40), 69-81. http://dx.doi.
org/10.21879/faeeba2358-0194.2013.v22.n40.p69-81
Oliveira, A. (2019a). O Ensino de Sociologia em Santa Fé (Argentina): algumas pistas comparativas com o caso brasileiro. Revista Tomo, 34, 393-418. https://doi.org/10.21669/tomo.v0i34.9717
Oliveira, A. (2019b). O Ensino de Sociologia no Uruguai: uma análise a partir das narrativas dos professores., Política & Sociedade, 18(41), 261-279. https://doi.org/10.5007/2175-7984.2019v18n41p261
Oliveira, A. (2019c). Trajetórias e práticas pedagógicas entre professores de sociologia. Diálogo Educacional, 19(60), 308-327. http://dx.doi.org/10.7213/1981-416X.19.060.AO01
Oliveira, A., Boin, F., & Búrigo, B. D. (2018). Quem tem medo de etnografia? Revista Contemporânea de Educação, 13(26), 10-30. https://doi.org/10.20500/rce.v13i26.12243
Pallma, S., & Sinisi, L. (2004). Tras las huellas de la etnografía educativa. Aportes para una reflexión teórico metodológica. Cuadernos de Antropología Social, 19, 121-138. http://revistascientificas.filo.uba.ar/index.php/CAS/article/view/4482
Peirano, M. (2006). Teoria vivida e outros ensaios. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed.
Pires, F. (2011). Roteiro sentimental para o trabalho de campo. Cadernos de Campo, 20(20), 143-148. https://doi.org/10.11606/issn.2316-9133.v20i20p143-148
Rosistolato, R. (2013). ‘Sabe como é, eles não estão acostumados com antropólogos!’: uma análise etnográfica da formação de professores. Pro-posições, 24(2), 41-54. https://doi.org/10.1590/S0103-73072013000200004
Silva, V. G. (1994). Abertura. In A Antropologia e seus espelhos: a etnografia vista pelos observados (pp. 7-10). São Paulo: Edusp.
Tardif, M. (2002). Saberes docentes e formação profissional. Rio de Janeiro: Vozes.
Valente, A. L. (1996). Usos e abusos da Antropologia na pesquisa educacional. Pro-Posições, 7(20), 54-64. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/proposic/article/
view/8644228
Velho, G. (1978). Observando o familiar. In E. de O. Nunes (org.). A aventura sociológica: objetividade, paixão, improviso e método na pesquisa social (pp. 36-46). Rio de Janeiro: Zahar.
Viveiros de Castro, E. (2002). O nativo relativo. Mana, 8(1), 113-148. https://doi.org/10.1590/S0104-93132002000100005
DOI: http://dx.doi.org/10.5380/cra.v22i2.72163
Apontamentos
- Não há apontamentos.