Tristeza, disforia e bem-estar: perspectivas etnográficas sobre a escolarização de Pessoas Trans

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5380/cra.v22i1.70305

Palavras-chave:

Etnografia, Escolarização, Pessoas Trans, Disforia

Resumo

A proposta deste artigo é atentar etnograficamente para as questões e demandas trazidas por estudantes Trans sobre seu processo de escolarização. A partir da minha experiência como docente voluntário no Coletivo pela Educação Popular, TransEnem, sediado em Porto Alegre (RS), tensiono a vivência escolar dos discentes Trans de modo a percebê-la como algo mais que apenas a passagem pela escola.  Por meio de notas retiradas do meu diário de campo e depoimentos feitos durante a construção de oficinas de pesquisa com os/as discentes, constrói-se uma narrativa sobre os sentimentos, a corporeidade, os significados e as percepções que atravessam as potencialidades e vulnerabilidades do ser Trans nos espaços e tempos pedagógicos. O texto ainda problematiza aspectos referentes a subjetivação das identidades Trans e marca os processos políticos da aprendizagem dessas identidades frentes aos diferentes espaços de socialização.

Biografia do Autor

Alef de Oliveira Lima, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre (RS)

Doutorando e mestre em Antropologia Social pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Licenciado em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Ceará. Realiza pesquisa com os temas de Educação, Escolarização e Diversidade.

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Publicado

2021-06-30

Como Citar

Lima, A. de O. (2021). Tristeza, disforia e bem-estar: perspectivas etnográficas sobre a escolarização de Pessoas Trans. Campos - Revista De Antropologia, 22(1), 33–48. https://doi.org/10.5380/cra.v22i1.70305

Edição

Seção

Dossiê