Legados coloniais e a produção de ambivalências: dos encontros, desencontros e conciliações em dois museus nacionais da Tanzânia, África
DOI:
https://doi.org/10.5380/campos.v16i2.53443Palavras-chave:
museus nacionais, identidades, Tanzania, legados coloniais, ÁfricaResumo
Os dois museus nacionais mais antigos da Tanzânia nasceram de projetos do empreendimento colonial britânico. Para além de terem sido apropriados pelos objetivos de construção do estado nacional, estes museus e suas coleções etnográficas continuaram atraindo substancialmente o interesse de turistas ocidentais. As comunidades locais (ou nacionais), entretanto, pareciam não se identificar com estes espaços que procuravam reificar a consolidação de identidades e de uma unidade nacional. O trabalho etnográfico nesses museus e a investigação de suas trajetórias e contextos históricos permitiram uma análise de processos políticos relacionados à construção de identidades e identificações. O artigo em questão procura evidenciar as ambivalências de propósitos que advêm dos encontros provocados nesses museus, algo que aponta não apenas para uma coexistência de (re)significações, mas, sobretudo, para compreensões que aparecem como possíveis para repensar os sentidos do espaço museológico em contextos africanos.
Referências
AMINZADE, R. 2001. “The politics of race and nation: Citizenship and Africanization in Tanganyika”. Political Power and Social Theory 14: 53-90. https://doi.org/10.1016/s0198-8719(00)80024-1
ANDERSON, B. 1983. Imagined Communities: reflections on the origin and spread of nationalism. Londres: Verso.
BARTH, F. 1969. “Introduction”. In Ethnic Groups and Boundaries. Londres: G. Allen and Unwin.
CAMPBELL, H. 1975. “Socialism in Tanzania: A case study”. The black scholar 6(8): 41-51.
CHATTERJEE, P. 1986. Nationalist Thought and the Colonial World. London: Zed Books.
CHATTERJEE, P. 1993. The Nation and its Fragments: Colonial and Postcolonial Histories. Princeton: Princeton University Press. https://doi.org/10.1086/ahr/100.4.1281
CHIPEMBERE, H. B. M. 1976. “Kenyan and Tanzanian Socialism (A Comparative Study)”. Ufahamu: a journal of African studies 7(1) https://doi.org/10.5070/f771017438
COMAROFF, J. & COMAROFF, J. 1992. Ethnography and the Historical Imagination. San Francisco & Oxford: Westview Press.
DE L’ESTOILE, B. 2008. “The past as it lives now: an anthropology of colonial legacies”. Social Anthropology 16 (3): 267-279. https://doi.org/10.1111/j.1469-8676.2008.00050.x
DE L’ESTOILE, B. 2010. Le Goût des Autres. De l’Exposition colonial aux Arts premiers. Paris : Flammarion. https://doi.org/10.4000/lectures.550
DE L’ESTOILE, B. 2011. “A vida selvagem em vitrine: reflexões sobre os animais em museus”. Proa: Revista de Antropologia e Arte 1(3).
DOS SANTOS, P. A.; PRIMO, J. (eds). 2010. Sociomuseology 3 - Cadernos de Sociomuseologia 37: To understand New Museology in the 21st Century. Edições Universitárias Lusófonas.
ERIKSEN, T.B. & FINN, S. N. 2001. A history of anthropology. London: Pluto Press.
FOUÉRÉ, M-A. 2011. “Tanzanie : la nation à l'épreuve du postsocialisme”. Politique africaine 121: 69-85. https://doi.org/10.3917/polaf.121.0069
HARRISON, S. 2003. “Cultural difference as denied resemblance: reconsidering Nationalism and Ethnicity”. Comparative Studies in Society and History 45 (2). https://doi.org/10.1017/s0010417503000161
HEILMAN, B. 1998. “Who are the Indigenous Tanzanians?” Africa Today 45 (3/4): 369-387.
KAYOMBO, N. A. 2005. General guidelines for establishment and management of museums in Tanzania. Dar es Salaam: Dar es Salaam University Press. https://doi.org/10.18697/ajfand.99.19680
KIRKAES, J.; WEMBAH-RASHID, J. A. R. 1990. Introducing Tanzania through the National Museum. Denmark: Bording Grafik.
MALIK, K. 1996. The Meaning of Race. Londres: Mac Millan.
MAZRUI, A. (ed.) 2010. A história geral da África VIII. Brasília, Unesco.
MEYER-HEISELBERG, R. (ed.) 1972. Reporting Thirty years’ work. Stencil Publications 1. Dar es Salaam: National Museum of Tanzania.
MPANGALA, G. 1998. “Benefits and dangers of presenting different ethnic cultures at Museums”. In MSEMWA, P. J. Proceedings of a Conference on African Open Air Museums. Dar es Salaam: National Museum of Tanzania, pp.13-18
MSEMWA, P. 2010. “The National Museum Dar es Salaam transformation into National Museum and House of Culture”. In City Museum on the move - A dialogue between professionals from African countries, the Netherlands and Belgium. Amsterdam.
RASSOOL, C. 2010. “Introduction: the community museum” In Tamara van Kessel, Renée Kistemaker & Léontine Meijervan Mensch (eds.) City Museum on the move - A dialogue between professionals from African countries, the Netherlands and Belgium. Amsterdam: Amsterdam Museum / Reindwardt Academy / University of Amsterdam. https://doi.org/10.1163/9789004221918_002
RENAN, E. 1990 [1882]. “What is a Nation?” In Bhabha, H.K. (ed.) Nation and Narration. Londres: Routledge.
STOCKING Jr., G. (ed.). 1988. Objects and Others: Essays on Museums and Material Culture. Wisconsin: The University of Wisconsin Press. https://doi.org/10.1086/ahr/92.2.380-a
THOMAS, N. 1991. Entangled objects: exchange, material culture and colonialism in the Pacific. Cambridge / London: Harvard University Press. https://doi.org/10.1086/ahr/98.1.224-a
TSING, A. L. 1993. In the Realm of the Diamond Queen: Marginality in an Out-of-the-Way Place. Princeton: Princeton University Press. https://doi.org/10.2307/2059328
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1 Autores mantém os direitos autorais com o trabalho publicado sob a Creative Commons - Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional (CC BY-NC 4.0) que permite:
Compartilhar — copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato.
Adaptar — remixar, transformar, e criar a partir do material.
De acordo com os termos seguintes:
Atribuição — Você deve dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas. Você deve fazê-lo em qualquer circunstância razoável, mas de nenhuma maneira que sugira que o licenciante apoia você ou o seu uso.
Não Comercial — Você não pode usar o material para fins comerciais.
2 Autores têm autorização para distribuição, da versão do trabalho publicada nesta revista, em repositório institucional, temático, bases de dados e similares com reconhecimento da publicação inicial nesta revista;
3 Os trabalhos publicados nesta revista serão indexados em bases de dados, repositórios, portais, diretórios e outras fontes em que a revista está e vier a estar indexada.