Formas do parentesco: grafismo e enunciação no Vale de Araotz (País Basco)
DOI:
https://doi.org/10.5380/cra.v18i1-2.47244Palavras-chave:
País Basco, Antropologia da imagem, Antropologia do Parentesco, Método genealógico, Rota de consideraçãoResumo
É possível pensar através das imagens? Ou elas são apenas o suporte secundário de um pensamento que acontece em outro lugar? Este artigo versa sobre a possibilidade de pensar a visualidade como um âmbito capaz de participar das diferentes escalas nas que se desenvolvem as socialidades e, simultaneamente, sobre como uma possível reconsideração problemática e crítica da diagramática genealógica do método de Rivers pode ser fonte de novas formulações antropológicas. Para tanto, proponho mostrar brevemente o processo de gestação de um argumento antropológico próprio na mediação de um problema visual derivado do método genealógico. Este argumento culminará na proposição de um conceito que chamarei rota de consideração. Nesse sentido, tratarei de apresentar uma pequena contribuição para a antropologia do parentesco e da família a partir da sua gênese singular no decorrer de minha pesquisa de campo no Vale de Araotz (Oñati), no meio rural do País Basco.
Referências
AÑIBARRO, Víctor R. 1965. “Cuna de un Pueblo. Las Típicas Casas de las Montañas Vascas, en las que podían entrar el viento y la lluvia, pero no el Rey”. Boletín del Instituto Americano de Estudios Vascos, 16(62): 103-107.
AUGUSTINS, Georges. 1989. Comment se perpétuer? Devenir des lignées et destins dês patrimoines dans lês paysanneries européennes. Nanterre: Société d’ethnologie.
BARNES, John A. 1960. “Marriage and Residential Continuity”. American Anthropologist 62: 850-866. https://doi.org/10.1525/aa.1960.62.5.02a00060
BOEHM, Gottfried (Ed.). 1994. Was ist ein Bild?. München: Fink.
BELTING, Hans. 2011 [2001]. An Anthropology of Images: Picture, Medium, Body. Princeton: Princeton University Press.
BREDEKAMP, Horst. 2008. Les Coreaux de Darwin. Dijon: Les Presses du Réel.
BOUQUET, Mary. 1996. “Family trees and their affinities: the visual imperative of the genealogical diagram”. JRAI 2(1): 43-66. https://doi.org/10.2307/3034632
BOUQUET, Mary. 2001. “Making Kinship, with Old Reproductive Technology”. In. S. Franklin, S. McKinnon (Eds.). Relative Values: Reconfiguring Kinship Studies. Durham: Duke University Press.
CLIFFORD, James; MARCUS, George E. (Orgs.). 1984. Writing Culture: The Poetics and Politics of Ethnography. Berkeley: University of California Press.
ETXEZARRETA, Miren. 1977. El Caserío Vasco?. Zamudio: Elexpuru.
FREEDBERG, David. 1989. The Power of Images: Studies in the History and Theory of Response. Chicago: University of Chicago Press.
GEERTZ, Clifford. 2010 [1989]. El Antropólogo como Autor. Barcelona: Paidós.
GUIMÓN, Pedro. 1924. “El Alma Vasca en su Arquitectura”. Revista Arquitectura 6: 166-173.
FREEMAN, Derek. 1958. “The family System of the Iban of Borneo”. Cambridge Papers in Social Anthropology 1: 15-52.
FREEMAN, Derek. 1970. “The Iban of Western Borneo”. In T. G. Harding, B. J. Wallace, Cultures of the Pacific. New York, The Free Press, pp. 180-199.
HERAS, Ion F. de las. 2016. Algo a Fazer: Oicogênese e Arquitetura no Vale de Araotz (País Basco). Dissertação de Mestrado. PPGAS-UFSCar.
JOLAS, Tina; VERDIER, Yvonne; ZONABEND, Françoise. 1970. “Parler famille”. L’Homme 10(3): 5-26. https://doi.org/10.3406/hom.1970.367135
JOLAS, Tina; ZONABEND, Françoise. 1970. “Cousinage, voisinage”. In, J. Pouillon et P. Maranda (Orgs.), Échanges et Communications. Mélanges offerts à Claude Lévi-Strauss. Paris: Mouton.
KLAPISH-ZUBER, Christiane. 1991. “The genesis of the family tree”. Tatti Studies: Essays in the Renaissance 4(1): 105-129. https://doi.org/10.2307/4603672
KLAPISH-ZUBER, Christiane. 2000. L’Ombre des Ancêtres: Essai sur l’Imaginaire Médiéval de la Parenté. Paris: Fayard.
LE PLAY, Frederic. 1895 [1870]. L’organisation de la famille selon le vrai modèle signale par l’histoire de toutes les races et de tous les temps. Tours, A. Mame et fils.
LEACH, Edmund. 1961. Pul Eliya: a Village in Ceylon. A Study of Land Tenure and Kinship. Cambridge: Cambridge University Press.
LÉVI-STRAUSS, Claude. 1981 [1979]. A via das máscaras. Porto: Presença.
LÉVI-STRAUSS, Claude. 1982 [1949]. As Estruturas elementares de Parentesco. Petrópolis: Vozes.
LÉVI-STRAUSS, Claude. 1986 [1984]. Minhas Palavras. São Paulo: Brasiliense.
LÉVI-STRAUSS, Claude. 1987. Anthropology and Myth: Lectures 1951-1982. Oxford: Blackwell.
LÉVI-STRAUSS, Claude. 1991. “Maison”. In: P. Bonte, M. Izard (Eds.). Dictionnaire de l’ethnologie et de l’anthropologie. Paris: Presses Universitaires de France.
MARCELIN, Louis Herns. 1996. L’Invention de la Famille Afro-Americaine: Famille, Parenté et Domesticité parmi les Noires du Recôncavo da Bahia, Brésil. Tese de Doutorado. Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro.
MARCELIN, Louis Herns. 1999. “A linguagem da casa entre os negros no Recôncavo Baiano”. Mana 5(2): 31-60. https://doi.org/10.1590/S0104-93131999000200002
MARQUES, Ana Claudia. 2013. “Founders, ancestors, and enemies: memory, family, time, and space in the Pernambuco sertão”. JRAI 19: 716-733. https://doi.org/10.1111/1467-9655.12061
MARQUES, Ana Claudia. 2014. “Considerações familiares ou sobre os frutos do pomar e da caatinga”. R@U, Revista de Antropologia da UFSCar 6(2): 119-129. https://doi.org/10.52426/rau.v6i2.126
MARQUES, Ana Claudia. 2015. Percurso e Destino. Parentesco e Família no Sertão de Pernambuco e Médio-Norte do Mato Grosso. Tese de Livre-docência. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo.
MURDOCK, George Peter. 1949. Social Structure. New York, Macmillan.
NAYARAN, Kirin. 1993. “How Native is a “Native” Anthropologist?”. American Anthropologist, Vol. 95, No. 3, pp. 671-686. https://doi.org/10.1525/aa.1993.95.3.02a00070
NEEDHAM, Rodney. 1956. “‘Utrolateral’ and ‘Utrolocal’”. Man, 169-171: 181.
RIVERS, William H. R. 1910. “The Genealogical Method in Anthropology Inquiry”. Sociological Review 3: 1-12. https://doi.org/10.1111/j.1467-954X.1910.tb02078.x
RUDWICK, Martin J. S. 1976. “The Emergence of a Visual Language for Geological Science, 1760- 1840”. History of Science, 14: 149-195. https://doi.org/10.1177
/007327537601400301
RUDWICK, Martin J. S. 1985. The Great Devonian Controversy. Chicago: University of Chicago Press. https://doi.org/10.1177/007327537601400301
SANTANA, Alberto; LARRAÑAGA, Juan Ángel; LOINAZ, José Luis; ZULUETA, Alberto (Orgs.). 2001. La Arquitectura del Caserío de Euskal Herria: Historia y Tipología. Tomo I. Vitoria-Gasteiz: Servicio Central de Publicaciones del Gobierno Vasco.
SCHNEIDER, David M. 1984. A Critique of the Study of Kinship. Ann Arbor: University of Michigan Press.
SILVA, Marcio. 2010. “1871. O Ano que Não Terminou”. Cadernos de Campo, 19: 323-336. https://doi.org/10.11606/issn.2316-9133.v19i19p323-336
STRATHERN, Marilyn. 2014 [1987]. “Os Limites da Autoantropologia”. In: M. Strathern. O Efeito Etnográfico e Outros Ensaios, pp. 133-158. São Paulo: Cosac&Naify.
VILLELA, Jorge Mattar. 2009. “Família como grupo? Política como agrupamento? O Sertão de Pernambuco no mundo sem solidez”. Revista de Antropologia 52(1): 201-245. https://www.revistas.usp.br/ra/article/view/27335
VILLELA, Jorge Mattar; MARQUES, Ana Claudia. 2016. “Le sang et la politique. La production de la famille dans les joutes électorales du Sertão du Pernambouc, Brésil”. Anthropologica, Vol.58, No.2, pp.291-301. https://doi.org/10.3138/anth.582.A04
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1 Autores mantém os direitos autorais com o trabalho publicado sob a Creative Commons - Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional (CC BY-NC 4.0) que permite:
Compartilhar — copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato.
Adaptar — remixar, transformar, e criar a partir do material.
De acordo com os termos seguintes:
Atribuição — Você deve dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas. Você deve fazê-lo em qualquer circunstância razoável, mas de nenhuma maneira que sugira que o licenciante apoia você ou o seu uso.
Não Comercial — Você não pode usar o material para fins comerciais.
2 Autores têm autorização para distribuição, da versão do trabalho publicada nesta revista, em repositório institucional, temático, bases de dados e similares com reconhecimento da publicação inicial nesta revista;
3 Os trabalhos publicados nesta revista serão indexados em bases de dados, repositórios, portais, diretórios e outras fontes em que a revista está e vier a estar indexada.
