Um mundo sem animais, ou a rota da nossa desconexão

Autores

  • Miguel Aparicio PPGAS Museu Nacional UFRJ Endereço para correspondência: Av. Constantino Nery 2229 Conj. Tocantins 2, Bloco 25-C, Ap. 211 69050-110 MANAUS AM https://orcid.org/0000-0003-2076-5214

DOI:

https://doi.org/10.5380/cra.v17i1.44981

Palavras-chave:

Antropoceno, Animal, Relações interespecíficas, Pós-humanismo.

Resumo

No tempo do Antropoceno, uma nova excepcionalidade humana emerge de forma crítica: não aquela que atribui aos humanos uma condição de excelência, mas a que nos torna capazes de alterar o equilíbrio termodinâmico do planeta. De forma disruptiva, os humanos constituem vetor de mudanças irreversíveis. Os animais da terra estão entre os seres mais atingidos por estas transformações, com espécies extinguindo-se numa escala inédita. O desaparecimento de espécies animais levanta perguntas definitivas sobre a nossa própria condição. Este ensaio estabelece um diálogo entre o pensamento de Derrida, Agamben, Haraway e Despret e o pensamento de povos indígenas da Amazônia ocidental. Estas filosofias críticas, que insistem no caráter intersubjetivo da conexão entre humanos e animais, sintonizam com as mitologias e cosmopraxis amazônicas. As concepções indígenas acrescentam um conteúdo novo à ideia de Antropoceno: a extinção acelerada de animais no planeta aponta para a condição desconectada dos humanos, iludidos na possibilidade de um mundo sem animais

Biografia do Autor

Miguel Aparicio, PPGAS Museu Nacional UFRJ Endereço para correspondência: Av. Constantino Nery 2229 Conj. Tocantins 2, Bloco 25-C, Ap. 211 69050-110 MANAUS AM

Doutorando em Antropologia Social no Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Bolsista de doutorado do CNPq

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Publicado

2016-06-30

Como Citar

Aparicio, M. (2016). Um mundo sem animais, ou a rota da nossa desconexão. Campos - Revista De Antropologia, 17(1), 65–77. https://doi.org/10.5380/cra.v17i1.44981

Edição

Seção

Artigos