Florestas e lutas por reconhecimento: território, identidades e direitos na Mata Atlântica brasileira

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5380/cam.v11i2.26092

Palavras-chave:

Identidades, conflitos socioambientais, conservação ambiental, populações tradicionais, quilombos.

Resumo

O artigo trata de como a constituição pública, no Brasil, de categorias legais – e socialmente reconhecidas – beneficiárias de direitos especiais, tais como populações tradicionais e comunidades quilombolas, produziu o acesso de múltiplas noções identitárias entre moradores de uma área florestal da Mata Atlântica do Estado de São Paulo. Esta reelaboração identitária consiste numa acomodação de suas lutas por reconhecimento às categorias legais. Como conclusão, diagnostica-se que o acesso a categorias especiais de direitos que buscam o reconhecimento das particularidades (direito à diferença) acaba por constituir uma maneira paradoxal de busca por reconhecimento de padrões mínimos de cidadania (direito à igualdade) historicamente negados a tais grupos.

Biografia do Autor

Pedro Castelo Branco Silveira, Fundação Joaquim Nabuco

Doutor em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Campinas e atualmente é pesquisador na Fundação Joaquim Nabuco

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Como Citar

Castelo Branco Silveira, P. (2010). Florestas e lutas por reconhecimento: território, identidades e direitos na Mata Atlântica brasileira. Campos - Revista De Antropologia, 11(2), 95–112. https://doi.org/10.5380/cam.v11i2.26092

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Artigos