Percepção Estética e Loucura: o caso dos "loucos de rua" de Ouro Preto.
Resumo
Este trabalho versa sobre o cotidiano de quatro pessoas consideradas “loucas de rua” que perambulam há mais de 30 anos pelas ruas da cidade de Ouro Preto – MG executando ações peculiares e percorrendo um trajeto costumeiro. A partir da interação dos loucos de rua, das pessoas da cidade e da pesquisadora, busco mostrar como a percepção estética ajuda a tornar inteligível uma experiência de loucura que ultrapassa as delimitações médicas e jurídicas. Reflito, ainda, a partir das discussões sobre performance e experiência, como as ações dos loucos de rua se configuram como cotidianas e também como extraordinárias, visualizando-as por dois eixos temporais, que eu defino como vertical e horizontal. Posto isso, elucido como os “loucos de rua” são importantes para cidade de Ouro Preto e como os ouro-pretanos os colocam dentre as singularidades da cidade.
Palavras-chave
Texto completo:
PDFReferências
BATESON, Gregory. [1979] 2006. Espirítu e Naturaleza. Buenos Aires-Madrid: Amorrortu.
BENjAMIN, Walter. 1994. “Surrealismo”. In Benjamin, Walter. Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. Obras Escolhidas, Volume I. São Paulo: Brasiliense.
BOAL, Augusto. 1992. O arco-íris do desejo. Método Boal de Teatro e Terapia. Rio de janeiro: Civilização Brasileira.
CHAVES, Lilian L. 2009. “Esse negócio de loucura, cê sabe né, fia”: integração e diferenciação pelas ruas de Ouro Preto. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, Departamento de Antropologia, Universidade de Brasília.
COSTA, Ileno I. 2003. “Linguagem ordinária, atos de fala e esquizofrenia“. In Ileno Costa, Adriano Holanda, Francisco Martins e Maria Tafuri (orgs.). Ética, linguagem e sofrimento. VI Conferência Internacional sobre Filosofia, Psiquiatria e Psicologia. Brasília: ABRAFIPP.
DAWSEY, John C.. 2005. “O teatro dos “boias-frias”: repensando a antropologia da performance”. Horizontes Antropológicos 11(24). https://doi.org/10.1590/S0104-71832005000200002
DAWSEY, John C. 2000. “Nossa Senhora Aparecida e a Mulher Lobisomem: Benjamin, Brecht e o teatro dramático na Antropologia”. Revista Ilha 1: 85-103.
DAWSEY, John C. 2006. “TURNER, Benjamim e Antropologia da Performance: o lugar olhado e (ouvido) das coisas”. Campos 7: 17-25. https://doi.org/10.5380/cam.v7i2.7322
DAWSEY, John C. 2005. “Victor Turner e a antropologia da experiência”. Cadernos de Campo 13(14): 163-176. DOUGLAS, Mary. [1966] 1976. Pureza e Perigo. São Paulo: Editora Perspectiva.
FOUCAULT, Michel. [1972] 2007. História da Loucura. São Paulo: Editora Perspectiva.
FOUCAULT, Michel. [1979] 2008. “A casa dos loucos”. In Michel Foucault. A microfísica do poder. São Paulo: Graal.
LEACH, Edmund. [1954] 1995. Sistemas Políticos da Alta Birmânia. São Paulo: EDUSP.
LÉVI-STRAUSS, Claude. [1962] 2007. "A ciência do concreto". In Claude Lévi-Strauss. O Pensamento Selvagem. Campinas: Papirus Editora.
PEDROSA, M. A. Nov. 2008. “Pequeno tratado sobre as ondas do rádio (Waldir do radinho)”. O Inconfidente. X(153).
TURNER, Victor. [1967] 2005. “Betwixt and Between: o período liminar nos 'ritos de passagem'“. In Victor Turner. Floresta de Símbolos: aspectos do ritual Ndembu. Niterói: EdUFF.
TURNER, Victor. [1969] 1974. O Processo Ritual: Estrutura e Antiestrutura. Petrópolis: Vozes.
TURNER, Victor. [1974] 2008. Dramas, Campos e Metáforas: a ação simbólica na sociedade humana. Niterói: EdUFF.
WERKEMA, Mauro. 29/10/2007. “A atualidade de Bené da Flauta”. Disponível em:
DOI: http://dx.doi.org/10.5380/cam.v10i1.16271
Apontamentos
- Não há apontamentos.
Enviar artigo via e-mail 
