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Um Modelo para Morrer: última etapa na construção social contemporânea da pessoa?

Rachel Aisengart Menezes

Resumo


Este artigo trata de uma construção recente acerca do morrer e do modo de participação do doente terminal neste processo. No bojo deste constructo, que data da década de 1980, vêm sendo desenvolvidas uma série de práticas institucionais e profissionais. Visando compreender como se articulam as deliberações em torno do morrer bem como última etapa na construção da identidade pessoal contemporânea, foram enfocados alguns textos representativos deste ideário. O modelo contemporâneo do morrer é comparado com duas configurações sociais tratadas como tipos ideais no sentido weberiano denominadas por diversos autores como morte tradicional e moderna. O novo modelo é compreendido como resposta à desumanização da morte moderna e sua aplicação é constituída pela tentativa de resgatar determinados valores do modelo tradicional. Estas três configurações da morte são entendidas como tipos históricos: a morte tradicional tende a dar lugar à moderna que, por sua vez, tende a ser sucedida pela modalidade contemporânea.


Palavras-chave


morte; cuidados paliativos; pessoa

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DOI: http://dx.doi.org/10.5380/cam.v3i0.1590

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