Antropologias em Perspectiva: Notas sobre as relações entre Estado e saber antropológico
DOI:
https://doi.org/10.5380/cam.v9i2.12646Palavras-chave:
Antropologia, História da Antropologia, Antropologia AplicadaResumo
Neste artigo discuto as relações entre antropologia e Estados nacionais no contexto da expansão colonial europeia, ocorrida nas primeiras décadas do século XX. Analisando particularmente a atuação de antropólogos nos três centros reconhecidamente fundadores da prática antropológica, isto é, França, Inglaterra e Estados Unidos, procuro mostrar como o saber antropológico e as ações intervencionistas do Estado colonial se articulam em processos de construção mútua, a partir de interesses de atores políticos distintos, em circunstâncias específicas. Trata-se, assim, de uma tentativa, por um lado, de mostrar as diferentes formas de se conceber e praticar a antropologia em “tradições nacionais” distintas e, por outro, de apresentar elementos capazes de fomentar o debate em torno das condições sociais de produção do conhecimento antropológico.
Referências
ASAD, Talal. 1985. Anthropology and the colonial encounter. London: Ithaca Press.
BARBOSA, Lívia 1999. Igualdade e meritocracia. A ética do desempenho nas sociedades modernas. Rio de Janeiro: FGV
BENEDICT, Ruth. 1972. O Crisântemo e a Espada. Padrões de Cultura Japonesa. São Paulo: Editora Perspectiva
BOAS, Franz 1974. “Scientists as spies”. In. G. Stocking Jr. (org). Franz Boas Reader. The Shaping of American Anthropology, 1883-1911. Chicago and London: The University of Chicago Press.
EVANS-PRITCHARD, Edward. 1978. Antropologia Social. Lisboa: Edições 70.
FIRTH, Raymond. 1981. “Engagement and Detachment: Reflections on Applying Social Anthropology to Social Affairs”. Human Organization, 40 (3): 193-201 https://doi.org/10.17730/humo.40.3.c035k82pm2651531
FOSTER, George. 1987. “Colonial Administration in Northern Rhodesia in 1962”. Human Organization. 46 (4): 359-368. https://doi.org/10.17730/humo.46.4.m6u757m213161685
GEERTZ, Clifford. 1989. El antropólogo como autor. Barcelona: Paidos.
GOLDMAN, Márcio e NEIBURG, Frederico. 2002. “Da nação ao império: a guerra e os estudos de caráter nacional”. In. B. de L’Estoile; F. Neiburg; L. Sygaud (orgs). Antropologia e Estados Nacionais. Rio de Janeiro: Relume Dumará.
GOODY, Jack. 1995. The Expansive Moment. The rise of social anthropology in Britain and Africa 1918 – 1970. Cambridge: Cambridge University Press.
JAMES, Wendy. 1973 “The Anthropologist as reluctant imperialist”. In. T. Asad (org.) Anthropology and the colonial encounter. London: Ithaca Press.
KUPER, Adam. 1978. Antropólogos e Antropologia. Rio de Janeiro: F. Alves.
KUPER, Adam. 2002 “Nomes e partes: as categorias antropológicas na América do Sul” in L’ESTOILE, Benoit; NEIGURG, Frederico; SIGAUD, Lygia. Antropologia e Estados Nacionais. RJ, Relume Dumará.
KUKLICK, Henrika. 1991. The Savage Within. The Social History of British Anthropology, 1885 – 1945. Cambridge: Cambridge University Press
LESSER, Alexander. 1981. “Franz Boas”. In. S. Silverman (org.) Totems and Teachers. EUA: Columbia University Press
LATOUR, Bruno. 1994. Jamais fomos modernos: ensaios de antropologia simétrica. Rio de Janeiro: Ed. 34
L’ESTOILE, Benoît de. 2002. “Ciência do homem e ‘dominação racional’: saber etnológico e política indígena na África colonial francesa”. In. B. de L’Estoile; F. Neiburg; L. SIGAUD (orgs). Antropologia e Estados Nacionais. Rio de Janeiro: Relume Dumará.
L’ESTOILE, Benoit de; NEIGURG, Frederico; SIGAUD, Lygia. 2002. Antropologia e Estados Nacionais. Rio de Janeiro: Relume Dumará.
LIMA, Antônio Carlos de Souza. 2002. “Indigenismo no Brasil: migração e reapropriações de um saber administrativo”. In. L’ESTOILE, Benoit; NEIGURG, Frederico; SIGAUD, Lygia (orgs.). Antropologia e Estados Nacionais. Rio de Janeiro: Relume Dumará.
LOMMITZ, Cláudio. 2002. “A antropologia entre fronteiras: dialética de uma tradição nacional (México)”. In. L’ESTOILE, Benoit; NEIGURG, Frederico; SIGAUD, Lygia (orgs.). Antropologia e Estados Nacionais. Rio de Janeiro: Relume Dumará.
McFATE, Montgomery. 2005. “Antropologia e Contra-Insurreição: a Estranha História desse Curioso Relacionamento. Military Review. Maio-Junho: 44-49. Disponível em http://www.sel.eesc.usp.br/informatica/graduacao/material/etica/private/antropologia_e_contra-insurreicao_a_estranha_historia_desse_curioso_relacionamento.pdf. Acesso em 05/06/09
MATTOS, André Borges de. 2003. Antropólogos e Antropologia entre o acadêmico e o não acadêmico: outras inserções. Dissertação de Mestrado. Campinas: Unicamp
MATTOS, André Borges de. 2007. Darcy Ribeiro: uma trajetória (1944-1982). Tese de Doutorado. Campinas: Unicamp.
MEAD, Margareth e METRAUX, Rodha. 1982. Aspectos do presente. Rio de Janeiro: Francisco Alves
PEIXOTO, Fernanda. 1998. “Lévi-Strauss no Brasil: a formação do etnólogo”. Mana 4(1): 79-107. https://doi.org/10.1590/S0104-93131998000100004
PRICE, David. 1998. “Gregory Bateson and the OSS: World War II and Bateson’s Assessment of Applied Anthropology”, Human Organization 57 (4): 379-384. https://doi.org/10.17730/humo.57.4.7428246q71t7p612
STEWART, Omer C. 1983. “Historical Notes about Applied Anthropology in the United States”, Human Organization, 42(3): 189-194 https://doi.org/10.17730/humo.42.3.47718464l72771l0
STOCKING, George. 1971. “What’s in a name? The Origins of the Royal Anthropological Institute (1837-71)”, Man – The Journal of the Royal Anthropological Institute, 6 (3): 369-390. https://doi.org/10.2307/2799027
SUZUKI, Peter. 1981. “Anthropologists in War Time Camps for Japanese Americans: a documentary Study”, Dialectical Anthropology, 6: 23-60 https://doi.org/10.1007/BF02068210
URRY, James. s/d. Before Social Anthropology. Essays on the history of British Anthropology. Harwood Academic Publishers
YANS-MCLAUGHLIN, Virginia. 1983. “Science, democracy, and ethics. Mobilizing Culture and Personality for World War II”. In. G. Stocking Jr.. Malinowski, Rivers, Benedict and Others. Essays on Culture and Personality. History of Anthropology, vol. 4, Madison: University of Wisconsin Press.
Downloads
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1 Autores mantém os direitos autorais com o trabalho publicado sob a Creative Commons - Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional (CC BY-NC 4.0) que permite:
Compartilhar — copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato.
Adaptar — remixar, transformar, e criar a partir do material.
De acordo com os termos seguintes:
Atribuição — Você deve dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas. Você deve fazê-lo em qualquer circunstância razoável, mas de nenhuma maneira que sugira que o licenciante apoia você ou o seu uso.
Não Comercial — Você não pode usar o material para fins comerciais.
2 Autores têm autorização para distribuição, da versão do trabalho publicada nesta revista, em repositório institucional, temático, bases de dados e similares com reconhecimento da publicação inicial nesta revista;
3 Os trabalhos publicados nesta revista serão indexados em bases de dados, repositórios, portais, diretórios e outras fontes em que a revista está e vier a estar indexada.