Antropologias em Perspectiva: Notas sobre as relações entre Estado e saber antropológico

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5380/cam.v9i2.12646

Palavras-chave:

Antropologia, História da Antropologia, Antropologia Aplicada

Resumo

Neste artigo discuto as relações entre antropologia e Estados nacionais no contexto da expansão colonial europeia, ocorrida nas primeiras décadas do século XX. Analisando particularmente a atuação de antropólogos nos três centros reconhecidamente fundadores da prática antropológica, isto é, França, Inglaterra e Estados Unidos, procuro mostrar como o saber antropológico e as ações intervencionistas do Estado colonial se articulam em processos de construção mútua, a partir de interesses de atores políticos distintos, em circunstâncias específicas. Trata-se, assim, de uma tentativa, por um lado, de mostrar as diferentes formas de se conceber e praticar a antropologia em “tradições nacionais” distintas e, por outro, de apresentar elementos capazes de fomentar o debate em torno das condições sociais de produção do conhecimento antropológico.

Biografia do Autor

André Luis Lopes Borges de Mattos

Antropólogo. Doutor em Ciências Sociais pela Unicamp. Realiza pesquisas sobre trajetórias intelectuais, pensamento social e etnografia do capitalismo.

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Como Citar

Mattos, A. L. L. B. de. (2008). Antropologias em Perspectiva: Notas sobre as relações entre Estado e saber antropológico. Campos - Revista De Antropologia, 9(2), 43–67. https://doi.org/10.5380/cam.v9i2.12646

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