Dossiê Peter Gow: uma antropologia de sangue misturado / Dosier Peter Gow: Una antropología de sangre mezclada

No correr de sua obra, o antropólogo Peter Gow enfrentou de forma original as dificuldades da etnologia em abordar coletivos cujos traços diacríticos que o circunscrevem como “um povo” ou “uma cultura” são rebeldes à tipologias tradicionais. Encarou as dificuldades teóricas de abordar povos “de sangue misturado” e foi pioneiro em discutir fenômenos como o do “virar Outro”. Sua abordagem ao parentesco e às narrativas míticas dos Piro/Yine desloca oposições rígidas da antropologia, tais como sincronia/diacronia, estrutura/história, modelo/prática, entre outras. Trata-se de efetivas inovações nos estudos dos povos ameríndios e na capacidade da antropologia em elaborar teorias etnográficas a partir de todos os seus campos.

Este dossiê pretende rememorar e celebrar o autor Peter Gow, desaparecido prematuramente, e seu pensamento. Acreditamos que a melhor forma de fazê-lo é mostrar o impacto de sua obra através de artigos que discutam a sua influência na etnologia americanista e no fazer etnográfico em sentido amplo. A proposta deste dossiê é reunir contribuições que discutam a importância do autor para o estudo de povos indígenas ditos misturados ou mestiços que lancem mão das ferramentas metodológicas elaboradas por Gow. São bem-vindas, igualmente, abordagens que ampliem o escopo etnográfico, debates teóricos sobre as condições do trabalho de campo, expectativas e dificuldades em torno dos dados obtidos no “mundo vivido” de diversas sociedades.

Organização: Helena Moreira Schiel (UFOPA/UFAM) e Marília Sene de Lourenço (LInA –  UFRJ/MN)

Recepção de manuscritos: 01/02/2023 a 31/03/2023

Publicação: edição 25(1) 2024

 

Dosier Peter Gow: una antropología de sangre mezclada

En el trascurso de su obra, el antropólogo Peter Gow enfrentó de forma original las dificultades de la etnología al abordar colectivos cuyos trazos diacríticos, que los circunscriben como “un pueblo o “una cultura”, se muestran rebeldes a las tipologías tradicionales. Gow encaró las dificultades teóricas inherentes al estudio de pueblos “de sangre mezclada” y fue pionero en discutir fenómenos como el “devenir Otro”. Su abordaje del parentesco y de las narrativas míticas de los Piro/Yine desestabiliza oposiciones rígidas de la antropología, tales como sincronía/diacronía, estructura/historia, modelo/práctica, entre otras. Son, sin duda, innovaciones importantes para los estudios de los pueblos amerindios que revelan la capacidad de la antropología para elaborar teorías etnográficas a partir de todos sus campos.

Este dosier pretende rememorar y celebrar al Peter Gow autor, desaparecido prematuramente, y su pensamiento. Creemos que la mejor forma de hacerlo es mostrando el impacto de su obra a través de artículos que discutan su influencia en la etnología americanista y en el hacer etnográfico en sentido amplio.  La propuesta de este dosier es reunir contribuciones que discutan la importancia del autor para el estudio de los pueblos indígenas denominados de mezclados o mestizos que se valgan de las herramientas metodológicas elaboradas por Gow. Son bienvenidas, igualmente, perspectivas que amplíen el alcance etnográfico, debates teóricos sobre las condiciones del trabajo de campo, expectativas y dificultades en torno a los datos obtenidos en el “mundo vivido” de diversas sociedades.

Organización: Helena Moreira Schiel (UFOPA/UFAM) y Marília Sene de Lourenço (LInA – UFRJ/MN)

Recepción de manuscritos: 01/02/2023 a 31/03/2023

Publicación: Edición 25(1) 2024