Estamos de acordo com Tim Ingold quando aponta que um novato da disciplina poderia se sentir desconcertado perante a variedade enorme que caracteriza o fazer e o conhecimento antropológico. Este autor se pergunta se a disciplina teria explodido em tantos fragmentos desconexos que, como Humpty-Dumpty, não podem mais ser ensamblados. Haverá alguma coisa em todas estas antropologias que possa mantê-las unidas? (2020). Neste dossiê estamos interessadas em convidar a uma reflexão sobre as conexões que se gestam desde o fazer etnográfico/antropológico e a produção de conhecimento. Como se ligam suportes, linguagens, narrativas, conhecimentos, saberes e forças na produção de conhecimento, artes e ciências? De que maneira são conceitualizadas as conexões para além das disciplinas, a interdisciplinaridade ou a transdisciplinaridade? Entendemos conexões no seu sentido mais abrangente, como aquilo que une materialidades; que conecta ou serve para ensamblar. Também as entendemos como metáfora daquilo que facilita o percurso da pesquisa: os vínculos, afetos e relações que surgem entre suportes materiais, seres e experiências. Estamos interessadas em contribuições que evidenciem experiências de conexão entre suportes estéticos e campos disciplinares; entre as ciências, as artes e os afetos, procurando dar visibilidade às relações interdependentes de diferentes campos do saber, apontando para a antropologia da (e suas) conexões. O objetivo é pôr em contato antropologias que usualmente não se encontram, que trabalham temas aparentemente dissímiles como, por exemplo: gênero, animais, ciência, artesanato, técnica ou música, indagando pelos modos com que abordam seus problemas de estudo e pela forma em que, através desse exercício, criam conexões para gerar algo novo. Organizadoras: América Larrain Gonzalez e Natalia Quiceno Toro Envio das contribuições entre 01 de junho de 2021 e 01 agosto de 2021. Previsão de publicação: abril de 2022. |