Práticas de Inteligência Competitiva em uma organização de grande porte da indústria de alimentos brasileira: estudo de caso

Autores/as

  • Renata Mello Lyrio Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) https://orcid.org/0000-0003-1843-0001
  • Frederico Cesar Mafra Pereira Doutor em Ciência da Informação pela ECI/UFMG Professor Adjunto da Escola de Ciência da Informação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Professor Permanente do Programa de Pós-Graduação em Gestão & Organização do Conhecimento da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) https://orcid.org/0000-0002-1971-8069

DOI:

https://doi.org/10.5380/atoz.v12i0.87368

Palabras clave:

Inteligência Competitiva, Ciclo de Inteligência, Práticas de Inteligência Competitiva, Ferramentas de Inteligência Competitiva, Setor de Alimentos.

Resumen

Introdução: Para manterem sua competitividade e excelência na contemporaneidade, empresas e gestores buscam acompanhar mudanças, interpretá-las e entender suas implicações para seus negócios. A partir dessa realidade, esta pesquisa objetivou analisar práticas e ferramentas utilizadas por uma indústria de grande porte do setor alimentício de Minas Gerais para acompanhar assuntos e aspectos relacionados ao seu mercado e ambiente de negócios. Especificamente, buscou-se: (i) identificar modelos, práticas e ferramentas de Inteligência Competitiva (IC), considerando o “estado da arte” da literatura; (ii) levantar práticas e ferramentas utilizadas pela empresa para acompanhamento dos fatos e aspectos de seu mercado e; (iii) diagnosticar pontos de melhorias e ajustes, com base nos objetivos desejados e literatura sugerida. Método: Foram realizadas entrevistas individuais junto a gestores da empresa “Alfa” (estudo de caso), para os quais produtos informacionais são elaborados (abordagem descritiva qualitativa, via amostragem do tipo não probabilística intencional por conveniência). Resultados: A empresa não possui uma gerência específica que desempenhe o processo estruturado e sistemático de IC, e nem o realiza conforme indicado pela literatura e o Ciclo de IC considerado. Conclusão: Recomenda-se que a empresa invista (i) em pessoas com perfil analítico que consigam traduzir informações em ações e estratégias direcionadas aos desafios organizacionais e (ii) em plataformas tecnológicas específicas às atividades de IC. Como estudos futuros, recomenda-se (i) ampliação para empresas do mesmo segmento, permitindo análises comparativas sobre práticas de IC e resultados, (ii) validação dos instrumentos de coleta utilizados, (iii) abordagem sobre processos de implantação de uma cultura baseada na IC.

Biografía del autor/a

Renata Mello Lyrio, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Escola de Ciência da Informação pela UFMG, na Linha de Pesquisa: Gestão & Tecnologia da Informação e da Comunicação (GETIC).

Frederico Cesar Mafra Pereira, Doutor em Ciência da Informação pela ECI/UFMG Professor Adjunto da Escola de Ciência da Informação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Professor Permanente do Programa de Pós-Graduação em Gestão & Organização do Conhecimento da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Frederico Cesar Mafra Pereira
Doutor em Ciência da Informação pela ECI/UFMG
Professor Adjunto da Escola de Ciência da Informação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
Professor Permanente do Programa de Pós-Graduação em Gestão & Organização do Conhecimento da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
professorfrederico@yahoo.com.br
ORCID: 0000-0002-1971-8069

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Publicado

2023-12-14

Cómo citar

Lyrio, R. M., & Pereira, F. C. M. (2023). Práticas de Inteligência Competitiva em uma organização de grande porte da indústria de alimentos brasileira: estudo de caso. AtoZ: Novas práticas Em informação E Conhecimento, 12, 1–14. https://doi.org/10.5380/atoz.v12i0.87368

Número

Sección

Artículos