ESTUDO DA TÉCNICA DO IMBRICAMENTO DA PAREDE LIVRE DO VENTRÍCULO ESQUERDO EM CÃES (Canis familiaris Lin.)

Autores

  • James Newton Bizetto Meira de ANDRADE

DOI:

https://doi.org/10.5380/rsa.v1i1.994

Resumo

A ventriculectomia parcial promove uma redução no diâmetro ventricular esquerdo, baseando-se na lei de Laplace (T = P X R, sendo T = tensão muscular do ventrículo, P = pressão intracavitária, R = raio da cavidade ventricular) e tem sido usada em seres humanos para o tratamento da cardiomiopatia dilatada (BATISTA,1996). Com o objetivo de promover uma redução do diâmetro ventricular esquerdo e visando uma alternativa no tratamento de cães com doença similar, foi proposta uma nova técnica experimental denominada de Imbricamento da Parede Livre do Ventrículo Esquerdo, realizado em Curitiba - PR. Foram utilizados dez cães sem raça definida, sendo seis machos e quatro fêmeas, livres de dilatação cardíaca, dos quais oito foram submetidos ao imbricamento da parede livre do ventrículo esquerdo, e dois sofreram toracotomia e pericardiotomia, correspondendo ao grupo controle. Os animais receberam acepromazina e sulfato de atropina com medicação pré-anestésica e a anestesia foi induzida com tiopental sódico e mantida com éter por via inalatória. Após toracotomia intercostal esquerda realizada no 5º espaço e pericardiotomia em "t", foram aplicados três pontos de Wolff, transfixantes, com fio polipropileno 3-0 agulhado em uma área pouco vascularizada do ventrículo esquerdo, causando o imbricamento. Foram realizados exames ecocardiográficos (ecocardiografia bidimensional, em modo M e ecocardiodoppler colorido) 24 h antes e 48 h após a cirurgia, demonstrando-se uma redução média do diâmetro do ventrículo esquerdo em diástole de 23,5% (35,2625 ± 5,1978 x 26,9000 ± 4,0567; p<0,01). O eletrocardiograma foi registrado 24 h antes, 24 h, 48 h, 7, 15, 21, 30 e 60 dias após a intervenção. A principal alteração observada foi a presença de extrassístoles ventriculares, que regrediram espontaneamente em 48 h. Não houve óbitos. A técnica é barata e dispensa o uso de circulação extracorpória. Considerando os resultados obtidos, sugere-se realizar um estudo desta técnica em cães portadores de cardiomiopatia dilatada.

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Como Citar

de ANDRADE, J. N. B. M. (2000). ESTUDO DA TÉCNICA DO IMBRICAMENTO DA PAREDE LIVRE DO VENTRÍCULO ESQUERDO EM CÃES (Canis familiaris Lin.). Scientia Agraria, 1(1), 83–83. https://doi.org/10.5380/rsa.v1i1.994

Edição

Seção

Resumos de Dissertações e Teses da Pós-Graduação em Ciências Veterinárias da UFPR