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PROPAGAÇÃO VEGETATIVA DA GUABIROBEIRA (Campomanesia xanthocarpa BERG.) IN VITRO E POR ESTAQUIA

Marcia BRUNNER SCUTTI

Resumo


A guabirobeira (Campomanesia xanthocarpa Berg.) é uma Mirtácea frutífera lenhosa nativa da região Sul do Brasil, cuja exploração comercial pode ser fomentada por estudos sobre sua propagação vegetativa. Foram empregadas diversas técnicas de propagação vegetativa com o objetivo de estudar o comportamento da espécie. O trabalho está dividido em duas fases: estaquia e micropropagação. Para a estaquia semi-lenhosa foram testados 2 tipos de substrato (100% Plantmax; 2/3 Plantmax + 1/3 areia) e 7 tratamentos (água; ETANOL 50%; ETANOL 20%; ETANOL 40%; AIB 500 mg.L-1; AIB 1.000 mg.L-1; AIB 2.000 mg.L-1). Para a estaquia herbácea foram testados 6 tratamentos (testemunha, água; ETANOL 50%; AIB 1.000 mg.L-1; AIB 5.000 mg.L-1; AIB 10.000 mg.L-1) e 2 tempos de imersão (30 s e 2 h). Não houve formação de raízes em nenhum dos experimentos. Na micropropagação a fonte de explantes foram plantas em casa de vegetação e plantas adultas a campo. Em todos os experimentos a desinfestação foi baseada em etanol e NaOCl comercial e o meio de cultura foi o MS. Os experimentos com micro-estacas de campo ou casa de vegetação não passaram da fase de desinfestação, devido à contaminação bacteriana endógena. A micro-estaquia de plântulas assépticas utilizou explantes de sementes germinadas in vitro a partir de sementes retiradas de frutos maduros ou iniciando a maturação. A desinfestação foi realizada sobre os frutos ou sobre as sementes já separadas da polpa e ambas as formas foram eficientes. O teste de multiplicação mostrou que o meio sem reguladores de crescimento apresentou brotações mais longas, enquanto o meio acrescido de 0,5 mg.L-1 de BAP apresentou maior número de brotações por estaca. Houve formação de raiz em meio sem reguladores de crescimento. Na cultura de meristemas foram utilizados meristemas apicais e axilares. Os resultados demonstraram ser possível a eliminação da contaminação bacteriana, mas não houve desenvolvimento e multiplicação dos meristemas. A embriogênese somática foi induzida sobre embriões zigóticos desenvolvidos, retirados de frutos em fase inicial de maturação. Foram realizados testes com diversas combinações de reguladores de crescimento (2,4-D, ANA, AIB, BAP e 2i-P) em várias concentrações, visando otimizar as fases da embriogênese, da indução à conversão. Na fase de indução a formação de embriões somáticos ocorreu nos meios com 0,5 a 1 mg.L-1 2,4-D. As fases seguintes mostraram que é possível a diminuição ou retirada do regulador de crescimento, o que estimula o ciclo repetitivo e permite o desenvolvimento e conversão dos embriões somáticos. Foi observada a formação de embriões somáticos de forma indireta e direta. Houve conversão de embriões somáticos em plântulas e várias passaram para a aclimatização.


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DOI: http://dx.doi.org/10.5380/rsa.v1i1.989