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Escola, família e trabalho infantil: subjetividade e práticas disciplinares

Izabel Feitosa, Magda Dimenstein

Resumo


O trabalho precoce está associado à pobreza e ao modo de produção capitalista que alimenta as desigualdades sociais. O presente estudo tenta considerar outros aspectos que podem estar sustentando a inserção precoce da criança no trabalho como aspectos subjetivos e disciplinares presentes nas falas de mães e professores. Realizamos esse estudo através de grupos focais envolvendo mães e professores de crianças que estudam e trabalham no cultivo das hortas em um bairro da zona rural de Natal-RN. As falas dos participantes foram tratadas segundo a perspectiva das práticas discursivas. Observou-se o quanto a disciplina está imersa nas práticas discursivas dos sujeitos. Apesar de o trabalho ser visto como algo que pode queimar uma etapa da vida ou tirar o tempo de estudar e de brincar da criança é também identificado como algo que pode livrá-las dos perigos da rua tais como vagabundagem, criminalidade e uso de drogas. O trabalho infantil é uma alternativa para a não-permanência das crianças nas ruas. Mesmo inscritas no programa Bolsa-Escola, o trabalho dessas crianças continua sendo uma prática cotidiana, a qual vem sendo reforçada historicamente pelas instituições disciplinadoras e socializadoras como a família e a escola, aqui representadas, respectivamente, pelas mães e pelos professores.

Palavras-chave: escola; família; trabalho infantil.

 


Palavras-chave


escola; família; trabalho infantil

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DOI: http://dx.doi.org/10.5380/psi.v8i2.3264