Algumas considerações em torno das pretensões da razão prática em Kant: a espontaneidade como chave para a "dedução" do princípio supremo da moralidade
DOI:
https://doi.org/10.5380/sk.v18i1.89992Keywords:
Kant, fundamentação, liberdade, espontaneidade, lei moralAbstract
Neste trabalho, proponho uma interpretação para a polêmica terceira seção da Fundamentação à metafísica dos costumes de Kant, defendendo que a espontaneidade da razão cumpre um papel central para a prova da liberdade como fundamento da lei moral. Sem pretender tratar exaustivamente de toda esta seção (e dos diversos problemas envolvidos nela), farei um recorte bem preciso de textos e limitarei minhas análises apenas aos seus tópicos iniciais. Em primeiro lugar, (I) exponho alguns problemas mais gerais envolvidos nesta terceira seção; em seguida, (II) apresento meus argumentos em defesa da centralidade da espontaneidade da razão para a força conclusiva da prova pretendida por Kant; por fim, (III) exploro uma das possíveis consequências desta interpretação no que diz respeito à limitação (e articulação) entre uso teórico e uso prático da razão.
References
ALLISON, H. Kant´s Groundwork for the metaphysics of morals: a commentary. Oxford: Oxford University Press, 2011.
ALLISON, H. Kant´s theory of freedom. Cambridge: Cambridge University Press, 1990.
ALMEIDA, G. A. de. “Liberdade e moralidade segundo Kant”, Analytica, v. 2, n0 1, 1997, p. 175-202.
ALMEIDA, G. A. de. “Crítica, dedução e facto da razão” in: Analytica, Vol. 4, n0 1, 1999, p.57-84.
ALMEIDA, G. A. de. “Introdução do tradutor” in Fundamentação à metafísica dos costumes. Trad. Guido A. de Almeida. São Paulo: Discurso Editorial & Barcarolla, 2009, p.11-55.
BECK, Lewis White. A Commentary on Kant’s Critique of Practical Reason. Chicago: University of Chicago Press, 1960.
BRANDT, Reinhard. “Der Zirkel im dritten Abschnitt Von Kants Grundlegung zur Metaphysik der Sitten” In: Kant Analysen-Problem-Kritik. Würtburg: Königshausen & Neumann, 1988, p.169-191.
ESTEVES, Julio. “A dedução do imperativo categórico na fundamentação III”, Studia Kantiana, 5, 2004, p.61-78.
HANNA, Robert. Kant e os fundamentos da filosofia analítica. São Leopoldo: Unisinos, 2005.
HENRICH, Dieter. “The Deduction of the Moral Law: The Reasons for the Obscurity of the Final Section of Kant’s Groundwork of the Metaphysics of Morals”. In: GUYER, Paul (org.). Kant’s Groundwork of the Metaphysics of Morals. Lanham: Rowman & Littlefield Publishers, 1998, p. 303-341.
KANT, I. Crítica da razão prática. Trad. Monique Hulshof. Petrópolis: Editora Vozes, 2016.
KANT, I. Fundamentação à metafísica dos costumes. Trad. Guido A. de Almeida. São Paulo: Discurso Editorial & Barcarolla, 2009.
KANT, I. Crítica da razão pura. Trad. Fernando Costa Mattos. Petrópolis: Editora Vozes, 2012.
KRAFT, Bernd & SCHÖNECKER, Dieter. “Einleitung”, Grundlegung zur Metaphysik der Sitten. Hamburgo: Felix Meiner, 1999.
LONGUENESSE, Béatrice. Kant et le pouvoir de juger: sensibilité et discursivité dans l´Analytique transcendentale de la Critique de la raison purê. Paris: PUF, 1993.
ROHDEN, Valério. Interesse da razão e liberdade. São Paulo: Editora Ática, 1981.
SCHÖNECKER, Dieter & WOOD, Allen. Kant´s “Grundlegung zur Metaphysik der Sitten” – Ein einführender Kommentar. Paderborn: Ferdinand Schöningh, 2002.
SCHÖNECKER, Dieter & WOOD, Allen. “How is a Categorical Imperative Possible?” in Grundwork for the Metaphysics of Morals. Ed. C. Horn and D. Schönecker. Berlim & New York: Walter de Gruyter, 2006, p. 301-323.
VUILLEMIN, Jules. “Kant’s moral intuitionism” in L´intuitionisme kantien. Paris: Vrin, 1994, p.57-70.
WITTGENSTEIN, L. Investigações Filosóficas. Trad. J. C. Bruni. São Paulo: Abril Cultural, 1975.
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
Copyright (c) 2023 João Geraldo Martins Cunha

This work is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Authors retain copyright of their works and grant Studia Kantiana the right of first publication.
Authors grant the publishers the right to link their articles in future databases.
Studia Kantiana uses the Creative Commons 4.0 (CC BY 4.0).
