A natureza "inatural" da razão em Kant
DOI:
https://doi.org/10.5380/sk.v11i15.88874Abstract
Refletir sobre a "natureza" da razão em Kant significa, principalmente, refletir sobre algo inteiramente "inatural", ou seja, sobre algo que, em sentido estrito, não pertence aquilo que, para Kant, representa "a natureza". Se partirmos da conhecida definição kantiana de "natureza", segundo a qual esta "é a existência das coisas enquanto determinada por leis universais" (Prol., § 14), fica evidente que a razão - não obstante a possibilidade ou até a necessidade de ser considerada como fonte de tais leis universais - ela própria não pertence às "coisas" cuja "existência" pode ser determinada por elas. Se pertencesse a uma natureza assim entendida, ela necessariamente se tornaria objeto de um possível conhecimento empírico e precisaria, como tal, corresponder a algo no mundo fenomênico - o que ela evidentemente não faz. Dizer, portanto, que a natureza da razão é inatural, significa que ela não é objeto de um possível conhecimento, que não podemos conhecê-la, ou, em outras palavras, que ela nada mais representa do que um conceito vazio, sem "significação real". Meu trabalho pretende analisar esta situação paradoxal, tentar traçar pelo menos uma via de acesso a compreensão do caráter peculiar do que pode ser entendido como "natureza" da razão e determinar o lugar sistemático desta figura no todo do sistema transcendental kantiano.
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