O "eu devo" moral, o necessário "eu quero" e o "eu conheço" prático na Fundamentação 3

Autor/innen

  • André Klaudat Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Porto Alegre, Brasil)

DOI:

https://doi.org/10.5380/sk.v18i1.89991

Schlagworte:

justificação da moralidade, conhecimento prático, lei moral, liberdade, Fundamentação

Abstract

Na 3ª Seção da Fundamentação, Kant procura estabelecer o "princípio supremo da moralidade" oferecendo o rationale para o que sua "determinação correta", alcançada na 2ª Seção através de uma investigação metafísica, apresentou como resultado maior: que uma vontade livre e uma vontade sob leis morais é uma e a mesma coisa (a tese da Einerleiheit). Ao esclarecer o que isso requer quanto ao tipo de atividade de uma razão prática, que o "eu devo" moral para os seres humanos é o necessário "eu quero" das suas vontades, que pode ser tal na medida em que é a atividade puramente racional da vontace, eu procuro explicar a "justificação" da moralidade que Kant oferece nessa Seção através a identificação do que está à base do necessário "eu quero": ele encontra sua justificação "objetiva" ao ser a constituição do "eu conheço" prático. Meu argumento é desenvolvido através da atenção aos detalhes da intrincada dialética de Kant na Seção.

Literaturhinweise

ALLISON, H. Kant’s Theory of Freedom, Cambridge: CUP, 1990.

ALLISON, H. Kant’s Groundwork of the Metaphysics of Morals: A Commentary. Oxford: OUP, 2011.

ANSCOBE, G.E.M. Intention. Basil: Blackwell; Oxford: OUP, 1963.

ENGSTROM, S. The Form of Practical Knowledge, A Study of the Categorical Imperative. London: Harvard University Press, 2009.

HERMAN, B. “Justification and Objectivity: Comments on Rawls and Allison” In: FÖRSTER, E (ed.): Kant’s Transcendental Deductions. Stanford: Stanford University Press, 1989.

HERMAN, B. “Leaving Deontology Behind” In: The Practice of Moral Judgment. Cambridge (Mass): Harvard University Press, 1993.

HERMAN, B. “Reasoning to Obligation” In: Inquiry. vol.49, n. 1; pp. 44-61; February 2006.

HERMAN, B. “Morality and Moral Theory” In: Dewey Lectures, Pacific Division, Proceedings and Addresses of the APPA, vol. 83, n. 2, 2009.

HERMAN, B. “Embracing Kant’s Formalism”. In: Kantian Review, vol. 16, n. 1; pp. 49-66, 2011.

HUME, D. A Treatise of Human Nature, Oxford: Oxford University Press. (Selby-Bigge and Nidditch edition), 1978.

KANT, I. Crítica da Razão Pura, (trad. Valério Rhoden & Udo Moosburger), São Paulo: Abril, 1980.

KANT, I. Fundamentação da Metafísica dos Costumes (trad. Guido Antônio de Almeida). São Paulo: Barcarolla/Discurso, 2009.

KANT, I. Crítica da Razão Prática (trad. Valério Rhoden), São Paulo: Martins Fontes, 2015.

KLEINGELD, P. “Moral Consciousness ant the ‘Fact of Reason’” in: REATH, A. & TIMMERMANN, J. (eds.): Kant’s Critique of Practical Reason: A Critical Guide. Cambridge: Cambridge University Press, 2010.

O’NEIL, O. “Reason and Autonomy in Grundlegung III” In: Constructions of Reason. Cambridge: Cambridge University Press, 1990.

RAUSCHER, F. “Freedom and Reason in Groundwork III” In: TIMMERMANN, J. (ed.): Kant’s Groundwork of the Metaphysics of Morals: A Critical Guide. Cambridge: Cambridge University Prees, 2009.

REATH, A. “Formal Principles and the Form of a Law” In: REATH, A. & TIMMERMANN, J. (eds.): Kant’s Critique of Practical Reason: A Critical Guide. Cambridge: Cambridge University Press, 2010.

REATH, A. & TIMMERMANN, J. (eds.): Kant’s Critique of Practical Reason, A Critical Guide, Cambridge UP, 2010.

SCHÖNECKER, D. & WOOD, A. A Fundamentação da Metafísica dos Costumes de Kant: Um Comentário Introdutório (trad. Robinson dos Santos), São Paulo: Edições Loyola, 2014.

TIMMERMANN, J. (ed.): Kant’s Groundwork of the Metaphysics of Morals: A Critical Guide. Cambridge: Cambridge University Press, 2009.

TIMMERMANN, J. “Reversal or Retreat? Kant’s deductions of freedom and morality” In: REATH, A. & TIMMERMANN, J. (eds.): Kant’s Critique of Practical Reason, A Critical Guide, Cambridge UP, 2010.

Veröffentlicht

2023-06-08

Zitationsvorschlag

Klaudat, A. (2023). O "eu devo" moral, o necessário "eu quero" e o "eu conheço" prático na Fundamentação 3. Studia Kantiana, 18(1), 63–88. https://doi.org/10.5380/sk.v18i1.89991

Ausgabe

Rubrik

Artigos