O conceito de direito de Kant como possibilidade moral em contexto
DOI:
https://doi.org/10.5380/sk.v22i3.97160Palavras-chave:
direito, ética, moral, possibilidade, permissão, autorização.Resumo
Partindo da questão que intenciona saber se a teoria do direito de Kant tem uma relação de independência ou, antes, de dependência de sua filosofia moral (filosofia prática), problema com o qual o próprio Kant se via às voltas, o presente texto se propõe a reconstituir o conceito de direito como possibilidade moral (moralische Möglichkeit) ou, ainda, como autorização (Befugnis) ou permissão (Erlaubnis) — da lei permissiva (Erlaubnisgesetz) — da razão prática pura em Kant e no contexto kantiano, com o objetivo de auxiliar na compreensão dessa questão.
Referências
ACHENWALL, G. Natural law. Ed. por Pauline Kleingeld e traduzido por Corinna Vermeulen, com uma introdução por Paul Guyer. London: Bloomsbury Academic, 2020.
ALMEIDA, G. A. Sobre o princípio e a lei universal do direito em Kant. In: Kriterion. Belo Horizonte, nº 114, dez./2006, pp. 209-222.
ARENDT, H. Lectures on Kant’s political philosophy. Ed Ronald Beiner. Chicago: The University of Chicago Press, 1982.
AUSTIN, J. The province of jurisprudence determined. Londres: John Murray, 1832.
BAUM, M. Recht und Ethik in Kants praktischer Philosophie. In: Santos, Leonel Ribeiro dos (Coord.). Kant: posteridade e actualidade. Lisboa: CCful 2006, pp. 53-64.
BAUMGARTEN, A. G. Metaphysica. Ed. VII. Halae Magdeburgigae: Impensis Carol Herman Hemmerde, 1779.
BRANDT, R. Das Problem der Erlaubnisgesetze im Spätwerk Kants. In: Höffe, Otfried (ed.). Immanuel Kant, Zum Ewigen Frieden. Berlin: Akademie Verlag GmbH, 2004. pp. 69-72.
BAZZAN, M. R. Sobre la huella de Kant en la doctrina del derecho berlinesa de Fichte. In: Estudos Kantianos, Marília, v. 4, n. 1, pp. 83-104, Jan./Jun., 2016.
BECKENKAMP, J. Introdução. In: Kant, Immanuel. Princípios metafísicos da doutrina do direito. São Paulo: Wmf Martins Fontes, 2014, pp. XIII-LXXV.
BECKENKAMP, J. O significado prático de termos modais na filosofia moral kantiana. In: Studia Kantiana, v. 16, n. 2, Ago., 2018, pp. 57-67.
BENTHAM, J. Of laws in general (edited by H. L. A. Hart). London: Athlone Press, 1970.
BOBBIO, N. Direito e Estado no pensamento de Emanuel Kant. Tradução de Alfredo Fait. São Paulo: Editora Mandarim, 2000.
EBBINGHAUS, J. Kants Rechtslehre und die Rechtsphilosophie des Neukantianismus. In: J. Derbolav/Fr. Nicolin (Orgs.). Erkenntnis und Verantwortung, 1960, pp. 317-334.
ERHARD, J. B. Apologie des Teufels. In: Philosophisches Journal einer Gesellschaft Teutscher Gelehrten. Ed. von F. I. Niethammer. Neu-Strelitz, 1795, pp. 105-140.
ERHARD, J. B. Apologia do diabo. In: Metacrítica: Revista de Filosofia, n° 2, 2003, pp. 124-140. Disponível em: http://hdl.handle.net/10437/2380
FICHTE, J. G. Grundlage des Naturrechts nach Prinzipien der Wissenchaftslehre. Hamburg: Felix Meiner Verlag, 1979.
FICHTE, J. G. Fundamento do direito natural segundo os Princípios da doutrina da ciência. Trad. de José Lamego. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2012.
FULDA, H. F. Notwendigkeit des Rechts unter Voraussetzung des Kategorischen Imperativs der Sittlichkeit. In: Jahrbuch für Rechts und Ethik, 14, 2006, pp. 167-213.
GEISMANN, G. Recht und Moral in der Philosophie Kants. In: Jahrbuch für Recht und Ethik/ Annual Review of Law and Ethics, Vol. 14 (2006). Berlin: Duncker & Humblot, pp. 3-124.
GENTZ, F. von. Ueber den Ursprung und die obersten Prinzipien des Rechts. In: Berlinische Monatsschrift, 17, pp. 370-396, 1791.
GOYARD-FABRE, S. Filosofia crítica e razão jurídica. São Paulo: Martins Fontes, 2006.
GUYER, P. Kant’s deduction of the Principles of Right. In: Mark Timmons (org.), Kant’s Metaphysics of Morals: interpretative essays. pp. 23-64. New York: Oxford University Press, 2002.
GROTIUS, H. O direito da guerra e da paz. Trad. Ciro Mioranza. RS, Ijuí: Editora Unijuí, 2004.
HART, H. L. A. The concept of law. 2. ed. Oxford: Clarendon, 1994.
HEGEL, G. W. F. Linhas fundamentais da filosofia do direito. Tradução e notas de Marcos Lutz Müller. São Paulo: Editora 34, 2022.
HÖFFE, O. O imperativo categórico do direito: uma interpretação da Introdução à Doutrina do Direito. In: Studia Kantiana I/I, (1998), pp. 203-236.
HRUSCHKA, J. The permissive law of practical reason in Kant’s Metaphysics of Morals. Law and Philosophy, Dordrecht, v. 23, n. 1, pp. 45-72, jan. 2004.
BYRD. B. S.; HRUSCHKA, J. B. Kant’s Doctrine of Right: A commentary. Cambridge University Press: Cambridge, 2010.
HUFELAND, G. Versuch über den Grundsatz des Naturrechts, nebst einem Anhange. Leipzing: G.J. Göschen, 1785.
KANT, I. Gesammelte Schriften. Hrsg.: Bd. 1-22 Preussische Akademie der Wissenschaften, Bd. 23 Deutsche Akademie der Wissenschaften zu Berlin, ab Bd. 24 Akademie der Wissenschaften zu Göttingen. Berlin 1900ff.
KANT, I. Investigação sobre a evidência dos princípios da teologia natural e da moral. In: Escritos pré-críticos. São Paulo: Editora Unesp, 2005, pp. 101-125.
KANT, I. À paz perpétua. Trad. de Marco A. Zingano. Porto Alegre; São Paulo: L&PM, 1989.
KELSEN, H. Reine Rechtslehre. 2. ed. Wien: Österreichische Staatsdruckerei, 1960.
KERVÉGAN, J. F. La raison des normes. Essai sur Kant. Paris: Vrin, 2015.
KLEIN, J. T. Considerações sobre a justificação de Kant acerca da propriedade privada. In: Veritas (Porto Alegre). Vol. 64., n. 2., abr./jun., 2019, pp. 1-38.
LAMEGO, J. Apresentação: O Fundamento do Direito Natural e o sistema do idealismo transcendental. In: Fichte, J. G. Fundamento do direito natural segundo os Princípios da doutrina da ciência. Trad. de José Lamego. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2012, pp. VII-XLVII.
LEIBNIZ, G. W. Los elementos del derecho natural. Madrid: Edtorial Tecnos, 1991.
LEIBNIZ, G. W. Political Writings. Edição e tradução de Patrick Riley. 2ª ed. Cambridge: Cambridge University Press, 1988.
LEIBNIZ, G. W. Textes inédits d’après les manuscrits de la Bibliothèque provinciale de Hanovre. Publiés et annotés par Caston Grua, Tome 2. Ed. 2ª. Paris: Presses Universitaires de France, 1998.
LEIBNIZ, G. W. Sämtliche Schriften und Briefe VI/1, Berlin, Akademie-Verlag, 1990.
LISSER, K. El concepto del derecho en Kant. Trad. de Alejandro Rossi. Universidad Nacional Autónoma de México, 1959.
MAIMON, S. Über die ersten Gründe des Naturrechts. In: Philosophisches Journal einer Gesellschaft Teutscher Gelehrten. Ed. von F. I. Niethammer. Neu-Strelitz, 1795, pp. 141-174.
MERLE, J. C. Os dois conceitos de direito. In: Trivisonno, A.T. G.; Merle, J-C (Orgs). A moral e o direito em Kant: ensaios analíticos. 2. ed. Caxias do Sul: Educs, 2015, pp. 159-180.
O’NEILL, O. Constructions of reason. Explorations of Kant’s Practical Philosophy. Cambridge: Cambridge University Press, 1989.
POGGE, T. Is Kant’s Rechtslehre a ‘Comprehensive Liberalism’? In: Mark Timmons (org.). Kant’s Metaphysics of Morals: interpretativeessays. pp. 133-158. New York: Oxford University Press, 2002.
PLATÃO. A República. 9. ed. Lisboa, Portugal: Fundação calouste gulbenkian, 2001.
REICH, K. Rousseau und Kant. In: Gesammelte Schriften. Hamburg: Felix Meiner, 2001.
REINHOLD, K. L. Briefe über die Kantische Philosophie. Erster Band. Leipzig: bey Georg Joachim Göschen, 1790.
REINHOLD, K. L. Briefe über die Kantische Philosophie. Zweiter Band. Leipzig: bey Georg Joachim Göschen, 1792.
ROSENKRANZ, K. Georg Wilhelm Friedrich Hegel’s Leben. Darmstadt: Wissenschaftliche Buchgesellschaft, 1844.
ROUSSEAU, J. J. Trad. de Rolando Roque da Silva. O contrato social e outros escritos. São Paulo: Cultrix, 1975.
SADUN BORDONI, G. Introduzione. In: Kant, Immanuel. Lezioni sul diritto naturale (Naturrecht Feyerabend). A cura di. Norbert Hinske e Gianluca Sadun Bordoni. Milano: Bompiani, 2016.
SANAHUJA, L. C. Kant’s apple: the moral grounding of right and the interdependence of ethics and law. In: Studia Kantiana. n. 16, 2014. Santa Maria, RS., pp. 65-90.
SCHMALZ, T von. Das reine Naturrecht. Königsberg: bey Friedrich Nicolovius, 1792.
SCHNEEWIND, J. B. A invenção da autonomia. Trad. Magda França Lopes. São Leopoldo, RS: Editora Unisinos, 2001.
SCHOPENHAUER, A. Die Welt als Wille und Vorstellung. Hamburg: Felix Meiner Verlag, 1819.
SCHOPENHAUER, A. O mundo como vontade e como representação. Trad. Jair Barboza. São Paulo: Editora Unesp, 2005.
SOLARI, G. Studi storici di filosofia del diritto. Turim: G. Giappichelli, 1949.
TERRA, R. R. A distinção entre direito e ética na filosofia kantiana. In: Filosofia política 4. Porto Alegre, 1987, pp. 49-65.
TIERNEY, B. Permissive natural law and property: Gratian to Kant. Journal of the History of Ideas, Baltimore, v. 62, n. 3, pp. 381-399, July 2001.
WILLASCHECK, M. Which imperative for right? On the non-prescriptive character of juridical laws in Kant’s Metaphysics of Morals. In: M. Timmons (org.), Kant’s Metaphysics of Morals: interpretative essays. pp. 65-88. New York: Oxford University Press, 2002.
WOOD, A..The final form of Kant’s practical philosophy. In: M. Timmons (org.). Kant’s Metaphysics of Morals: interpretative essays. pp. 1-22. New York: Oxford University Press, 2002.
WRIGHT, G. H von. Deontic Logic. In: Mind, vol. 60, nº 237/ Jan., 1951a, pp. 1-15.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Alan Ricardo Pereira

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Os autores retêm os direitos autorais (copyright) de suas obras e concedem à revista Studia Kantiana o direito de primeira publicação.
Autores cedem o direito aos editores de vincular seus artigos em futuras bases de dados.
Todo o conteúdo desta revista está licenciado sob a Licença Internacional Creative Commons 4.0 (CC BY 4.0)

