O Estado como máquina ou como organismo? Kant e a oposição dos paradigmas mecânico e orgânico no contexto da tradição jusnaturalista alemã
DOI:
https://doi.org/10.5380/sk.v22i1.96636Palavras-chave:
Kant, Organismo, Máquina, Estado, Direito Natural.Resumo
O presente artigo discute a contraposição entre as metáforas da máquina e do organismo no contexto do jusnaturalismo alemão do século 18 e a transição de uma concepção mecanicista para uma orgânica do Estado. Partindo da assimilação conceitual do organismo ao mecânico, o paradigma do corpo político como uma máquina, montada e conduzida por um sábio e hábil governante, é exemplificada pelo Estado prussiano de Frederico II. A mudança para o paradigma do corpo político como um organismo, concebido por Kant à luz da Revolução Francesa, reflete uma nova compreensão da relação entre as partes e o todo, em que o Estado é visto não mais como uma entidade mecânica controlada por uma vontade externa, mas como um organismo autônomo, onde as partes e o todo se influenciam mutuamente, abrindo espaço para uma nova compreensão do político.
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