Racionalização da Natureza: Cosmopolitismo kantiano como uma predisposição natural?

Autores

  • Emiliano Acosta Vrije Universiteit Brussel / Ghent University

DOI:

https://doi.org/10.5380/sk.v14i21.89155

Palavras-chave:

Kant, Agamben, cosmopolitismo, natureza, razão, epigênese

Resumo

Tendo como ponto de partida e fio condutor a tese de Agamben sobre a "máquina antropológica", tal como aparece em seu L'aperto: l'uomo e l'animale, meu artigo procura verificar se o conceito de Agamben de "máquina antropológica" serve, em linhas gerais, para tornar visíveis os mecanismos de exclusão da antropologia política kantiana. A tese de Agamben, segundo a qual o político e a política se baseiam na diferença absoluta entre humano e animal, não resulta de todo adequada/convincente a luz da proposta kantiana exposta principalmente em Idee zu einer allgemeinen Geschichte in weltbürgerlicher Absicht de 1784, onde Kant concebe o cosmopolitismo fundamentalmente como uma disposição natural. Procuro, assim, aprofundar o tema kantiano do natural (predisposição, germe) no político, e para isso aduzo exemplos sobre a maneira como a racionalização do natural no homem gera no pensamento kantiano mecanismos extremos de exclusão social e política, baseados na disjunção humano/inumano.

Referências

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Publicado

2016-08-30

Como Citar

Acosta, E. (2016). Racionalização da Natureza: Cosmopolitismo kantiano como uma predisposição natural?. Studia Kantiana, 14(21), 55–76. https://doi.org/10.5380/sk.v14i21.89155

Edição

Seção

Artigos