A ARGENTINA ENTRE AS REFORMAS ECONÔMICAS NEOLIBERAIS E A REDEFINIÇÃO DAS NEGOCIAÇÕES COM O FMI (1989-2007)

Autores

  • Roberta Rodrigues Marques da Silva IBMEC-MG

DOI:

https://doi.org/10.5380/rsp.v17i33.28729

Palavras-chave:

Argentina, coalizões, neoliberalismo, Kirchner, FMI.

Resumo

Este artigo tem por objetivo analisar a influência da crise econômica sobre a formação de novas coalizõespolíticas na Argentina dos anos 2000, as quais levaram a uma ruptura em relação à política econômicaadotada pelos governos Menem e De la Rúa. Essas transformações permitiram uma mudança na estratégiado governo Kirchner nas relações com o Fundo Monetário Internacional (FMI), levando a uma posiçãomais dura do governo argentino em rechaço às posições do Fundo. A política econômica sustentada pelosgovernos Duhalde e Kirchner teve como base o regime cambial competitivo, em substituição ao regime deconversibilidade vigente nos anos 1990, e contou com o apoio dos grupos empresariais voltados para omercado doméstico, favorecidos pela desvalorização do peso. A proposta desses governos para a promoçãodo crescimento econômico excluiu atores com vínculos externos, que faziam parte das coalizões de apoionas gestões Menem e De la Rúa. Entre os excluídos estavam os credores que detinham papéis da dívida emmoratória desde 2001 e empresas prestadoras de serviços públicos privatizadas na década de 1990, querecebiam apoio do FMI. Essas razões explicam o fato das negociações com o Fundo durante o governoKirchner terem sido marcadas por impasses e pela postura firme dos negociadores argentinos. Transformaçõesno contexto internacional também tiveram impacto sobre as negociações do governo Kirchner com oFMI. Com a eleição de George W. Bush nos Estados Unidos, em 2000, enfraqueceu-se o apoio norte-americanoà concessão de empréstimos do Fundo a países em desenvolvimento. O governo republicano defendeuainda a redução do papel do FMI na intermediação das negociações entre países devedores e credoresprivados. O governo argentino sentia que já poderia, nessa altura, dispensar a intermediação de instituiçõesfinanceiras internacionais nas negociações referentes à dívida pública.

Biografia do Autor

Roberta Rodrigues Marques da Silva, IBMEC-MG

Roberta Rodrigues Marques da Silva (roberta.rms@gmail.com) é Mestre em Relações Internacionaispela Universidade Federal Fluminense (UFF) e professora do IBMEC-MG.

Downloads

Como Citar

Marques da Silva, R. R. (2009). A ARGENTINA ENTRE AS REFORMAS ECONÔMICAS NEOLIBERAIS E A REDEFINIÇÃO DAS NEGOCIAÇÕES COM O FMI (1989-2007). Revista De Sociologia E Política, 17(33). https://doi.org/10.5380/rsp.v17i33.28729

Edição

Seção

Dossiê - Argentina e Brasil: paralelos e divergências